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II SÉRIE-A — NÚMERO 13

A situação no mercado de trabalho, dados os habituais atrasos na reestruturação das empresas e por a retoma, em 1992, ser menos pujante do que o habitual, deverá melhorar somente em 1993. Isto é, a criação de novos empregos acelerará somente na segunda metade de 1992. Esta evolução do desemprego deverá contribuir para a moderação no crescimento salarial, que, por sua vez, reduzirá a pressão para a alta dos preços. A taxa de desemprego na zona da OCDE em 1991, estimada em 7 %, representa um acréscimo de cerca de um ponto percentual em relação ao ano anterior.

A queda dos preços dos produtos primários, incluindo o do petróleo, e a moderação no crescimento dos salários travaram o comportamento ascendente da inflação em 1991, que, medida pelo deflator do consumo privado, se manteve num nível elevado mas ligeiramente abaixo do ano anterior. Uma expansão moderada em 1992 e a ausência de choques exógenos inflacionistas permitem esperar a continuação da desinflação.

A taxa de poupança das famílias nos principais países industrializados foi-se reduzindo progressivamente ao longo da década de 80, possivelmente devido ao significativo aumento do rácio entre a riqueza das famílias e o respectivo rendimento naquele período. No entanto, a forte valorização de activos reais e financeiros nessa década, interrompida por algumas quebras pontuais, poderá não se repetir no futuro próximo.

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A taxa de poupança líquida das famílias, isto é, a poupança líquida em percentagem do rendimento disponível, no período de 1981-1990, era de 6 % nos EUA, 16 % no Japão e cerca de 13 % na Alemanha. O abrandamento da actividade económica deverá ser contrariado por uma queda na taxa de poupança, limitando desta forma a margem de expansão da política orçamental, sob pena de agravamento do desequilíbrio externo. O recurso a aumentos da dívida pública, aumentando a carga fiscal a suportar pelas gerações futuras, parece não constituir a melhor opção na generalidade desses países.

1.4 —Evolução recente da economia portuguesa

Actividade económica

Em 1990 e 1991 a evolução macroeconómica da economia portuguesa continuou a ser muito positiva. A taxa de crescimento do produto diminuiu do nível extremamente elevado (mais de 5 %) atingido em 1989, para cerca de 4 % e 1990, decrescendo ainda em 1991 para níveis próximos dos 2,5% (v. quadros 1.1.1.1 e 1.1.4.1). Após seis anos de rápido crescimento, mais de 4 % ao ano em média, entre 1985 c 1990, a actividade

económica começou a dar sinais de abrandamento nos últimos meses de 1990 em consonância com o forte abrandamento do crescimento do produto mundial. Não obstante o abrandamento registado no crescimento económico, o diferencial face à média comunitária mantém-se acima de um ponto percentual, continuando o processo de convergência real.

O abrandamento da actividade aponta para uma aproximação do crescimento real ao potencial. Uma ligeira deterioração do défice da balança de transacções correntes em 1991 comparada com a do ano precedente e uma forte desaceleração dos preços mostram bem que o abrandamento da actividade económica em 1991 não corresponde ao caso clássico de uma economia sobreaquecida. Nesse cenário clássico coexistem a aceleração dos preços, a deterioração das contas externas e do crescimento económico.

A expansão da actividade em 1991 deveu-se, fundamentalmente, à elevada taxa de crescimento do consumo tanto privado como público. O forte aumento do rendimento disponível, superior em termos reais ao verificado no ano anterior — de cerca de 5 % contra 4 % em 1990 — terá constituído a determinante da aceleração do consumo privado na primeira metade do ano, observando-se posteriormente alguns sinais de estabilização do ritmo de expansão, que continua, no entanto, num nível elevado.

QUADRO 1.1.4.1 Indicadores económicos

 

1980-1985

1986-1991

I) Actividade real (taxas de crescimento):

   
 

2.1

4.1

Crescimento real do consumo privado

0,8

5,2

Crescimento real do consumo público

4,6

4,9

Crescimento real da 1-BCF..................

— 2.3

9,4

Crescimento real da procura inlcma ...

— 0,2

6,6

Crescimento real das exportações........

6,4

8,5

Crescimento real das importações.......

0,6

14,1

D) Preços (taxas de crescimento):

   

Deflator do PIB....................................

21,7

14,0

 

22,7

U.8

Deflalor do consumo público..............

20,3

15,8

Defallor da FBCF.................................

22,2

11,4

 

23,0

7,3

 

24,6

4,6

IH) Balança de pagamentos e dívida externa:

   

Saldo da BTC/PIB................................

— 6,4

0,3

 

67,3

38,4

IV) Sector público administrativo:

   

Saldo global/PIB...................................

— 8,6

— 6,5

 

— 5,2

1,2

Fonte: Contas nacionais e Ministério das Finanças.

Preços e salários

A continuação do ritmo de crescimento tanto das remunerações médias por trabalhador como das transferências públicas para as famílias levou a um significativo aumento do seu rendimento disponível. A manutenção da taxa de crescimento das remuneração do trabalho, o abrandamento da expansão do emprego remunerado e a forte desinflação determinaram uma melhoria apreciável do salário real por trabalhador — numa taxa de crescimento mais de duas vezes superior à do ano precedente.