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16 DE OUTUBRO DE 1997

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Fluxos Financeiros com o Sector Empresarial do Estado (SEE)

As intervenções no Sector Empresarial do Estado resultam da dupla qualidade do Estado de accionista e de entidade contratante de serviço público. Enquanto accionista, o Eslado é chamado a intervir junto das empresas, quer no sentido de as dotar de adequadas estruturas de capitais, procedendo, se necessário, ao seu saneamento económico-financeiro, quer no sentido de permitir o concurso de verbas adequadas para a execução de planos de investimento criteriosamente justificados e geradores de retornos económicos adequados.

No âmbito das operações de saneamento económico-fi-nanceiro de empresas detidas pelo Estado, assumiu especial relevância a conclusão do Plano Estratégico e de Saneamento. Económico Financeiro (PESEF) da TAP Air Portugal, SA. A última tranche de auxílio, no valor de 40 milhões de contos foi aprovada pela Comissão Europeia em Maio de 1997 e está em execução.

O sector ferroviário está a ultimar um plano de intervenção que permitirá sanear a estrutura financeira dos Caminhos de Feito Portugueses, EP, cujo passivo de médio e longo prazo totalizava 404 milhões de contos no final do primeiro semestre de 1997.

No plano da comparticipação do accionista Estado na disponibilização de verbas, sob a forma de dotações de capital, para fazer face aos planos de investimento das empresas públicas, assume especial relevo o apoio a conceder ao Metropolitano de Lisboa, EP (35 milhões de contos), aos Caminhos de Ferro Portugueses, EP (61 milhões de contos), e à Rádio Televisão Portuguesa, SA (14 milhões de contos). O sector dos transportes rodoviários tem também sido reapetrechado com novas frotas e objecto de intervenções várias para a modernização dos respectivos terminais. O accionista Estado prevê intervir nas empresas do sector com 12,5 milhões de contos.

Adicionalmente, a função accionista do Estado tem sido exercida ao nível da criação de novas empresas, tidas por essenciais à execução da política do Governo, nomeadamente com a criação da Nova Lusa Portuguesa, SA, no sector da comunicação social e da FIEP—Fundo para a Internacionalização das Empresas Portuguesas, SGPS, SA, empresa vocacionada para a assunção de riscos, conjuntamente com investidores privados, em projectos de internacionalização empresarial.

No conjunto das intervenções, estima-se que cm 1997 o Estado venha a ocorrer a aumentos de capital em empresas públicas ou participadas em cerca de 200 milhões de contos.

O Estado apoia, por outro lado, a realização de projectos de interesse e relevância nacional, avalizando operações de empréstimo que se mostrem imprescindíveis para a realização desses empreendimentos. Até 30 de Setembro, foi de 108,7 milhões de contos, valor das garantias concedidas pelo Estado a empréstimos das empresas públicas ao abrigo da autorização prevista no n.° I do artigo 66° da Lei n.° 52-CJ96, de 27 de Dezembro. Reflecte-se já, e de forma consistente, a intenção de restringir as operações permissivas do crescimento a prazo da dívida pública.

Em indemnizações compensatórias atribuídas a empresas prestadoras de serviço público, serão despendidos em 1997 34,2 milhões de contos. A Resolução do Conselho de Ministros n.° 83/97, de 28 de Maio, determinou a atribuição de 12,7 milhões de contos às empresas do sector da comunicação social, 6,7 milhões de contos a empresas do sector dos transportes terrestres, 5,8 milhões de contos a empresas do sector dos transportes ferroviários, 7,9 milhões de

contos a empresas do sector dos transportes aéreos e, 1,1 milhões de contos a empresas do sector dos transportes marítimos e fluviais.

Quadro 11-17 Atribuição de Indemnizações

mi

hões de contos

Empresa

Indemnização Compensatória

Subsídios

RDP

 

0,7

RTP

10,4

 

LUSA

1,7

 

CARRIS

4,6

 

BRISA

 

0,8

STCP

1,4

 

CP

4,0

 

METRO

1,8

 

TAP

7,7

 

SATA

0,2

 

SOFLUSA

0,3

 

TRANSTEJO

0,8

 

. Total

32,7

1,5

A política do Governo no seu relacionamento com as empresas públicas tem assumido a forma de contratualiza-ção de serviço público. Foram já celebrados acordos com a TAP Air Portugal, SA, com a Rádio Televisão Portuguesa, SA, e com a Agência de Informação — LUSA. Em todos eles, o Estado assume compromissos de indemnização aferíveis de forma quantitativa e objectiva e impõe condições que as empresas têm que observar. Este procedimento permitirá a breve prazo a implementação de políticas transparentes para os contribuintes e a aferição precisa dos ónus das intervenções sociais para as empresas e para o Orçamento do Estado.

III. PRINCIPAIS MEDIDAS DE POLÍTICA PARA 1998 II. 1 Política Fiscal

Linhas Gerais

De acordo com o previsto no Orçamento do Estado de 1997 o Conselho de Ministros aprovou recentemente uma Resolução onde são delineados os. "quadros gerais para a Reforma Fiscal - um sistema fiscal para o Portugal desenvolvido, no limiar do século XXI" (Resolução n.° 119, de 14 de Julho).

A situação da fiscalidade de Portugal, como múltiplos observadores alentos de há muito proclamam, exige uma nova Reforma Fiscal. Mas qualquer reforma é um processo lento e complexo, quer no plano técnico, quer no plano da legitimação política e social.

À primeira fase da reforma proposta pelo XIII Governo Constitucional iniciou-se nos Orçamentos de 1996 e 1997, com a inclusão de medidas que visavam repor objectivos mínimos de justiça e de eficiência económica no quadro da consolidação orçamental. Tal como se disse no relatório do Orçamento para 1997, procurou-se promover uma maior

justiça social, através de medidas destinadas às famílias, aos