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82 | II Série A - Número: 135 | 16 de Julho de 2008

em parte, explicada pela alteração da tributação automóvel que entrou em vigor em Julho de 2007 e que contribuiu para a aceleração do crescimento das vendas de veículos. No caso dos bens correntes, os quais representam cerca de 85% do consumo privado, registou-se um abrandamento face a 2006 (variação homóloga de 1,2%, que compara com 1,6% em 2006), movimento que se traduziu numa diminuição do contributo destes bens para o crescimento do consumo privado.
Em 2007, o consumo público registou uma diminuição de 0,3% em termos reais, reduzindo, assim, o seu peso no PIB (em 0,5 p.p.), no contexto do processo de consolidação orçamental em curso.
Como foi referido, o investimento (FBCF) foi a componente da procura interna com o comportamento mais dinâmico, tendo crescido 3,2% em 2007, o valor mais alto desde 2000. Salienta-se o perfil intra-anual de aceleração que culminou num aumento de 8,7%, em termos homólogos reais, no último trimestre do ano.
Esta forte recuperação resultou, principalmente, de um maior dinamismo do investimento empresarial, em linha com a aceleração da actividade económica, uma vez que tanto o investimento residencial como o público continuaram condicionados pelas restrições orçamentais das famílias e pelo processo de consolidação orçamental das Administrações Públicas.
As exportações, com um crescimento real de 7,3%, foram a componente mais dinâmica da procura global em 2007 (tal como tinha acontecido em 2006), tendo, contudo, evidenciado um abrandamento face ao ano anterior (9,2% em 2006). Esta desaceleração foi-se acentuando ao longo do ano, tendo-se verificado um crescimento de 9,1% no primeiro semestre e de 5,6% no segundo. Em 2007, as exportações registaram um crescimento acima do crescimento da procura externa, pelo que se verificou novamente um ganho de quotas de mercado, que, não obstante a desaceleração da procura externa relevante, foi superior ao ganho registado em 2006. É de realçar ainda, a gradual alteração da composição das exportações portuguesas a favor de produtos de maior valor acrescentado, com o peso dos produtos de baixa intensidade tecnológica a diminuir (cerca de 35% do total em 2007, o que compara com 43,7% em 2002). Em 2007, pela primeira vez desde o início da recolha da série de dados, em 1996, o saldo da Balança de Pagamentos Tecnológica foi positivo.
As importações evidenciaram uma tendência de aceleração, aumentando 5,5% em 2007 (4,6% em 2006), extensível tanto à componente dos bens, como à dos serviços. A aceleração das importações foi bastante acentuada nos bens de equipamento (em particular no material de transporte), reflectindo em parte a aceleração do investimento. O crescimento das importações foi mais acentuado do que o da procura interna, registando-se um aumento da taxa de penetração das importações na economia portuguesa. O défice da Balança de Bens e Serviços melhorou em 2007, para se situar em -7,2% do PIB (-8% em 2006), devido, principalmente, ao contributo favorável dos termos de troca para o Saldo da Balança de Bens e ao efeito volume positivo da Balança de Serviços. Apesar da melhoria do défice da Balança de Bens e Serviços, a deterioração do défice da Balança de Rendimentos conduziu a que as necessidades de financiamento da economia estabilizassem em -8,6% do PIB.
Em relação à inflação, verificou-se em 2007 uma redução da variação média do Índice de Preços no Consumidor, tendo-se fixado em 2,5%, menos 0,6 p.p. do que em 2006, reflectindo, em grande medida, a desaceleração do preço dos bens energéticos em euros. Contudo, em termos intra-anuais, assistiu-se, a partir de Setembro, a uma forte aceleração dos preços dos bens energéticos e dos produtos alimentares transformados, que originou um aumento acentuado da variação homóloga dos preços no último trimestre do ano.
No conjunto de 2007, o mercado de trabalho evidenciou uma ligeira deterioração, que se traduziu num menor crescimento do emprego e num aumento da taxa de desemprego face a 2006. Esta evolução global foi largamente influenciada pelo desempenho menos positivo do mercado de trabalho no início de 2007, sendo no entanto visível uma melhoria durante a segunda metade do ano. A variação homóloga do emprego total em 2007 foi de 0,2% (0,7% em 2006), reflectindo uma estagnação do emprego na indústria