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83 | II Série A - Número: 135 | 16 de Julho de 2008

e um abrandamento no crescimento do emprego nos serviços. O crescimento homólogo do desemprego em 2007 foi de 4,9%, tendo acelerado face ao ano anterior (1,3%). Apesar da evolução desfavorável, o valor registado em 2007 revela-se significativamente inferior ao crescimento médio verificado nos anos mais recentes (14,9% no período 2001-2006). A taxa de desemprego atingiu, em termos médios, 8% em 2007, embora este resultado tenha sido muito influenciado pelo elevado valor que se registou no primeiro trimestre do ano (8,4%). Com efeito, a partir do 2.º trimestre de 2007 observou-se uma diminuição gradual da taxa de desemprego e no final do ano o seu valor era já de 7,8%, em linha com o nível médio observado em 2006 (7,7%). Por outro lado, a manutenção de uma elevada proporção de desemprego de longa duração, num contexto de reestruturação do perfil produtivo, pode traduzir um desajustamento entre a oferta e a procura de trabalho e a baixa dotação em capital humano da economia portuguesa, factores que dificultam uma evolução mais favorável no desemprego. Estas características comprovam a premência das reformas estruturais em curso no sentido da melhoria das qualificações profissionais dos trabalhadores e a sua capacidade de utilização das novas tecnologias de informação e comunicação.

O actual cenário para a evolução da economia portuguesa revê em baixa as projecções subjacentes à actualização de Dezembro de 2007 do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), apontando para um crescimento real do PIB de 1,5% e 2% em 2008 e 2009, respectivamente (2,2% e 2,8% no PEC).
Essa revisão tem subjacentes pressupostos mais desfavoráveis em relação ao enquadramento internacional, num contexto em que os efeitos das perturbações nos mercados financeiros internacionais se têm prolongado mais do que o esperado, os riscos de forte desaceleração da economia norteamericana e espanhola se têm materializado e a tendência altista dos preços do petróleo e dos bens alimentares tem persistido. Estes desenvolvimentos deverão traduzir-se numa deterioração do contributo da procura externa líquida e numa aceleração dos preços face ao previsto no PEC.
A procura interna manter-se-á como o principal motor do crescimento económico, tendo, contudo, um contributo inferior ao previsto no PEC. Apesar deste menor contributo, o investimento continuará a crescer a ritmo elevado no horizonte temporal 2008-2009, enquanto se prevê que o consumo privado venha a ter uma ligeira desaceleração em 2008, voltando a recuperar em 2009. Quanto ao consumo público, em linha com a continuação do processo de consolidação orçamental, registará um crescimento real negativo.
Para o enquadramento externo, foram consideradas as previsões mais recentes da Comissão Europeia e do FMI (Abril de 2008). Reflectindo a revisão em baixa das previsões para o crescimento das principais economias, nomeadamente dos EUA e da UE, a procura externa relevante para a economia portuguesa deverá abrandar para 4,9% e 4,2% em 2008 e 2009, respectivamente (6,2% e 5,8% no PEC). Por sua vez, com base na informação disponível sobre os preços observados e dos futuros, o preço do petróleo está previsto situar-se em 115,5 USD/barril em 2008, o que representa um aumento de 59,4% em relação ao verificado em 2007. Esse aumento deverá ser parcialmente compensado pela continuação da valorização do euro, mais acentuada do que a prevista no cenário do PEC. No que diz respeito à evolução das taxas de juro, assume-se, para a taxa de juro de longo prazo, uma manutenção sensivelmente ao nível de 2007, enquanto para a taxa de juro de curto prazo se prevê uma ligeira descida.