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17 DE ABRIL DE 2019

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Fonte: PDR 2020, dados trabalhados pelos próprios

No que respeita ao investimento em regadios públicos, apesar do enorme avanço que representou a

antecipação em 10 anos da conclusão da construção das infraestruturas de regadio em Alqueva, há ainda um

longo caminho a percorrer também nas outras regiões do País, não obstante os investimentos na reabilitação e

construção de novas infraestruturas de rega já realizados, que têm contribuído para melhorar a capacidade de

armazenamento e distribuição de água. Também este investimento ficou hipotecado à aprovação do anunciado

Plano Nacional de Regadios (PNRegadios) cuja taxa de execução na componente inscrita no PDR 2020 é de

apenas 16% (faltando todo o restante do PNRegadios).

É de salientar também a prioridade que o País deve colocar não apenas na expansão como na melhoria da

eficiência dos sistemas de regadio atuais como elementos estratégicos no desenvolvimento dos territórios rurais,

para além da aposta no aumento da reutilização de água que, apesar de positiva, é manifestamente insuficiente

para as necessidades do País e não aplicável na totalidade do território. Se os regadios novos são exemplo de

eficiência na utilização da água, existem ainda no País muitos regadios tradicionais onde as perdas são

enormes, e existem ainda vastas áreas do território onde a rega não chegou. Para este desiderato, as

associações de regantes têm um papel fundamental na promoção do uso eficiente da água junto dos

agricultores.

Pelas características mediterrânicas do nosso país, a água é um fator crucialde competitividade e

modernização da agricultura, mas também determinante para o combate à desertificação e a adaptação às

alterações climáticas. De acordo com vários especialistas, Portugal é o País que mais sofrerá com o impacto

das alterações climáticas, pelo que, que para o nosso país, o regadio é também um garante de viabilidade e

coesão territorial.

O armazenamento e aproveitamento dos recursos hídricos através de charcas e pequenas e médias

barragens deve estar alinhado com aquele desígnio, bem como a projeção e estudo da viabilidade económica

da construção de canais de norte para sul do País de modo a aproveitar a maior precipitação que se verifica a

Norte para encher reservatórios a Sul, à semelhança do que se faz em Espanha há muitos anos. Temos que

nos antecipar às ameaças que aí vêm em termos climáticos. Estes estudos deveriam também contemplar o

potencial de instalação futura de centrais de dessalinização da água do mar seja para utilização em rega seja

para abastecimento de populações.

T.1 Energia na agricultura

No setor agrícola os custos energéticos constituem um dos maiores constrangimentos à competitividade,

representando atualmente cerca de 30 a 40% dos custos operacionais das empresas. Com efeito, as

características mediterrânicas de Portugal fazem com que a maioria das explorações agrícolas,

independentemente da sua dimensão, dependam do regadio, representando os meses de abril a setembro 90%

do consumo de eletricidade, essencialmente concentrados de junho a agosto (61% do consumo). A fatura

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execução do PDR (OE)100 M €