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15 DE ABRIL DE 2021

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estratégia «Portugal Espaço 2030», incluindo a dinamização de novas indústrias do Espaço («New Space»), a

atração de investimento estrangeiro e a colaboração das instituições científicas e de ensino superior na

promoção de uma nova década de valorização de sistemas espaciais e de observação da Terra para estimular

a atração de recursos humanos qualificados e novas atividades económicas de maior valor acrescentado para

Portugal em todos os sectores de atividade.

Transferência de conhecimento

As iniciativas com vista ao reforço do conhecimento científico implicam uma ligação forte dos centros de

produção de conhecimento com o tecido produtivo na difusão dos seus resultados, para que os esforços sejam

canalizados para o aproveitamento de oportunidades e para a satisfação de necessidades concretas. A

articulação e a cooperação entre entidades do sistema de I&I nacional, revela-se particularmente determinante

para conseguir escala de ação, num tecido produtivo dominado por empresas sem dimensão suficiente para

corresponderem a processos de inovação de forma independente, mas sem a participação das quais os efeitos

dos resultados da I&D são limitados na alteração do valor acrescentado da sua produção e na sua capacidade

competitiva. Estratégias de eficiência coletiva ou parcerias que promovam sinergias e a disseminação de

conhecimentos e tecnologias, por via de projetos cooperativos ou clusters setoriais, poderão permitir atenuar o

défice de massa crítica relevante de atuação das empresas portuguesas para este tipo de investimentos. Um

exemplo de clusters setoriais são os que podem surgir no âmbito da defesa nacional, tendo presente a

sofisticada tecnologia que dispõe e os recursos humanos altamente qualificados, podendo potenciar a criação

de cadeias de fornecedores e, consequentemente, condições de internacionalização da economia em áreas

muito específicas.

Para responder a esses desafios, o Programa Interface tem como objetivo facilitar a transferência de

conhecimento e tecnologia dos centros de produção de conhecimento para o tecido produtivo de modo a

promover a valorização da produção, apostando em iniciativas como o apoio aos centros de interface

tecnológico, clusters de competitividade, laboratórios colaborativos e clubes de fornecedores. Este programa

integra duas ações específicas na vertente de contratação de recursos humanos altamente qualificados: o

programa CITEC, destinado a centros de interface tecnológicos (CIT), que prevê medidas de apoio à contratação

e o Programa de Laboratórios Colaborativos (CoLab).

No âmbito do CITEC, até final de 2019, foi concluído o processo de reconhecimento como CIT de um grupo

inicial de 31 entidades. Foi também aberta, em 2018, a linha de estágios Jovens Técnicos para a Indústria,

visando o aumento da empregabilidade através da contratação de jovens qualificados por parte destes centros.

Em termos de promoção e divulgação, foi lançada a iniciativa «Demonstrador Tecnológico», com o objetivo de

divulgar e promover os resultados da atividade dos CIT ao público em geral e à sociedade. Foi, ainda, realizada

a mostra tecnológica Tech@Portugal, onde os CIT e os CoLAB puderam divulgar ao público as suas tecnologias,

produtos e serviços.

No âmbito deste processo de acompanhamento e monitorização, deve ser salientado que os 26 laboratórios

colaborativos criados atuam em áreas diversificadas, incluindo saúde, agricultura, economia azul, espaço,

indústria e mobilidade urbana, evidenciando um claro sucesso no esforço de reforço de processos de

transformação do digital na nossa sociedade e economia. Empregam mais de 340 técnicos qualificados,

estimando-se que criem 550 empregos qualificados até 2022, assim como mais de 1500 empregos indiretos,

com evidente impacto na criação de empregos e de empregos qualificados em Portugal. Atraíram cerca de 160

milhões de euros em financiamento competitivo, sobretudo para atividades relevantes para o desenvolvimento

de estratégias regionais, nacionais e europeias de investigação e inovação, sendo que a sua implantação

generalizada por todo o território evidencia um claro sucesso no esforço de densificação das atividades

intensivas em conhecimento e geradoras de maior valor acrescentado em várias regiões, de Trás-os-Montes ao

Algarve.

O Governo mantém a aposta na consolidação e no reforço do Programa Interface, nomeadamente, através

da disseminação de boas práticas e da aproximação entre os centros de produção de inovação e o tecido

empresarial e associativo. Pretende-se, nesta fase, melhorar o match entre a oferta e a procura de soluções de

inovação, promovendo a cooperação interempresarial. Para o efeito, será criado um portal inovação, que

consiste numa plataforma de match entre oportunidades de oferta e procura na área da inovação.