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24 DE MAIO DE 2024

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descontrolada, podendo formar tumores (tumores sólidos), que invadem os tecidos ou os órgãos vizinhos.»1

Em Portugal, são detetados todos os anos cerca de 7000 novos casos de cancro da mama. Este tipo de

cancro afeta sobretudo mulheres (99 %) e cerca de 1800 perdem a vida anualmente2.

Não existe apenas um cancro da mama. Existem vários, que se subdividem entre si e têm incidências e

consequências distintas. O Pembrolizumab (KEYTRUDA®) é um anticorpo monoclonal que funciona ajudando

o sistema imunitário a lutar contra o cancro, e é indicado para o cancro que se disseminou ou não pode ser

retirado por cirurgia. Está indicado em adultos e crianças para tratar diversos tipos de cancro, nomeadamente,

melanoma, cancro do pulmão de células não pequena, linfoma de Hodgkin clássico, cancro da bexiga,

carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço carcinoma de células renais, cancro da mama triplo-

negativo, do útero, do esófago, das vias biliares, entre outros.3

Em Portugal, o Pembrolizumab (KEYTRUDA®) está autorizado nas seguintes indicações terapêuticas:

melanoma, carcinoma do pulmão de células não pequenas, carcinoma de células renais e cancro que afeta a

cabeça e o pescoço.4 5

Contudo as indicações do Pembrolizumab (KEYTRUDA®) são mais abrangentes.

Segundo a Agência Europeia do Medicamento (EMA), «um estudo principal que incluiu 1174 doentes com

cancro da mama triplo-negativo em fase precoce com elevado risco de recorrência comparou os efeitos da

administração de Keytruda antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante) e após a cirurgia (tratamento

adjuvante) com os efeitos da administração de um placebo antes e depois da cirurgia. Todos os doentes

incluídos no estudo (cujo cancro se encontrava localmente avançado e apresentava risco de recorrência)

também tinham recebido quimioterapia antes da cirurgia. O resultado observado foi que 64 % dos doentes que

receberam o tratamento neoadjuvante com Keytruda não apresentaram sinais de cancro invasivo no tecido da

mama removido durante a cirurgia, em comparação com 55 % dos doentes que receberam o placebo.»6 O

mesmo estudo revelou ainda que «após 24 meses, a probabilidade de sobrevivência sem recidiva da doença

foi de 88 % nos doentes tratados com Keytruda como tratamento neoadjuvante e adjuvante, em comparação

com 81 % nos doentes que receberam o placebo.»7

Num outro estudo, citado pela EMA, foi comparado «Keytruda em associação com quimioterapia com um

placebo e quimioterapia em 847 doentes com cancro da mama triplo-negativo não tratado anteriormente, que

não podia ser removido cirurgicamente ou que se tinha espalhado […] Os doentes no grupo do Keytruda

viveram durante quase 10 meses sem agravamento da doença, enquanto os doentes no grupo do placebo

viveram 5 meses sem agravamento da doença. A análise do tempo de sobrevivência revelou que os doentes

no grupo do Keytruda viveram mais tempo: 23 meses em comparação com 16 meses.»8

Apesar de a estatística ditar que se trata de uma manifestação rara da doença, é responsável por

aproximadamente 15 % de todos os cancros da mama9. O cancro da mama triplo-negativo (denominado de

«triplo negativo» porque os três tipos de recetores mais comuns e associados ao crescimento das células

tumorais do cancro da mama não estão presentes neste tipo de tumor10) evolui de forma muito negativa para o

paciente. Normalmente aparece em idades mais jovens do que os outros, cresce mais rapidamente, tem uma

maior capacidade de se espalhar pelo corpo e não existe ainda uma terapia direcionada, não se sabendo se a

quimioterapia vai funcionar ou não. Não raras vezes, em cinco a dez anos, estas mulheres voltam a ter cancro

da mama, de forma ainda mais agressiva do que da primeira vez.11

«A taxa de sobrevivência aos cinco anos para este tipo de cancro da mama é de 12 %, em comparação

com 28 % para outros tipos de cancro da mama. Estes maus resultados são frequentemente associados a

uma diminuição significativa da qualidade de vida, especialmente nos casos em que o cancro volta a

1 https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-oncologicas/cancro/#o-que-é o-cancro 2 https://www.saudeprime.pt/blog/cancro-da-mama-diagnostico-precoce-salva-vidas.html 3 https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/keytruda-epar-product-information_pt.pdf 4https://www.infarmed.pt/documents/15786/1424140/Keytruda%2b%28DCI%2b%2bpembrolizumab%29/45f3127d-2d59-4d8f-b46c-288fa1857b05 5 https://www.netfarma.pt/infarmed-autoriza-novas-indicacoes-terapeuticas-para-keytruda/ 6 https://www.ema.europa.eu/en/documents/overview/keytruda-epar-medicine-overview_pt.pdf 7 https://www.ema.europa.eu/en/documents/overview/keytruda-epar-medicine-overview_pt.pdf 8 https://www.ema.europa.eu/en/documents/overview/keytruda-epar-medicine-overview_pt.pdf 9 https://rr.sapo.pt/artigo/304055/e-preciso-ser-triplamente-positiva-para-enfrentar-o-triplo-negativo 10 https://www.infocancro.pt/infografias/Sobre_o_cancro_da_mama_triplo_negativo.pdf 11https://visao.sapo.pt/ideias/2022-05-01-cancro-da-mama-triplo-negativo-muitas-vezes-em-cinco-a-dez-anos-estas-mulheres-voltam-a-ter-cancro-da-mama-e-se-o-primeiro-nao-e-bom-o-segundo-nao-vai-ser-melhor/