O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE JULHO DE 1999

329

3 — Equipamento

Foi utilizado um densitómetro marca X-Rite, modelo 301, ao qual foi adaptado um colimador com um diâmetro de 0,8 mm, para permitir a leitura de objectos de dimensão inferior a i mm.

Para calibração do aparelho foi utilizado um padrão da marca Kodak com 10 níveis de densidade diferentes, obedecendo às normas ISSO 5-3-1995 e ANSÍ PH2.18. Para cada nível foi registado o valor de leitura efectuado e o valor do padrão fornecido pelo fabricante, devidamente certificado e obedecendo às normas.

Os valores encontrados, após calibração do aparelho,

encontiam-se no quadro i em anexo, verificando-se uma

boa concordância com os valores nominais.

Foi verificada a constância desses valores durante a realização do trabalho.

Foram realizados croquis para localização dos objectos nas radiografias, sendo as mesmas copiadas e reproduzidas por um sistema de scanner digital. As referências dos pontos analisados correspondem aos desenhos, em anexo.

4 — Critérios dimensionais e densitométricos

Sendo necessário estimar a secção dos CE observados, foi adoptado o critério de lhes atribuir como limites a dimensão máxima e mínima determinada no plano radiográfico.

Admitiu-se assim que uma distribuição aleatória de partículas irregulares deve originar uma projecção segundo um plano de dimensões idênticas, em média, às observadas segundo qualquer outro plano, nomeadamente o plano perpendicular ao de observação.

Quando os fragmentos de pequena dimensão apresentam alguma dispersão de densidades tomou-se o valor da menor densidade encontrada, visto que é provável que algumas medidas incluíssem a fronteira da partícula, sendo nesse caso o valor determinado nesse ponto mais elevado que o valor real.

Pela forma, podemos concluir que grande parte dos CE observados devem ser considerados como provavelmente resultantes da fragmentação de produtos metálicos.

Tomaram-se como ponto de partida os coeficientes de atenuação do ferro, do óxido de ferro, do alumínio, do chumbo e do carbono, este último representativo, aproximadamente, da matéria orgânica superficial, que sabemos ter sido carbonizada pelos relatórios de autópsia iniciais.

Os coeficientes de atenuação por unidade de massa u-p para os elementos referidos, observados com raios X obtidos com uma tensão -de 50 kV são os indicados a seguir; indicam-se também as massas específicas r utilizadas por cálculo de m.

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Como se pode verificar, para as condições indicadas, os efeitos radiográficos de um CE de ferro com 1 mm de secção serão equivalentes aos de cerca de 16 mm de alumínio puro.

A liga aeronáutica utilizada no fabrico da fuselagem do Cessna (liga de alumínio AISI 2024), contendo 4,4 % de Cu, 0,5 % de Mg e 0,6 % de Mn possui um u. que, por cruzamento dos valores indicados para o Al com os tabelados no Metal Handbook, vol. 9, p. 311, será aproximadamente de 2,1 cm1. Neste caso, a equivalência entre 1 mm de espessura de Fe será a de 7,3 mm de liga 2024. Por aqui se pode inferir que os erros de estimativa da secção das partículas que facilmente poderão atingir percentagens muito significativas (mais de 50%) estão contudo muito longe do erro de 700 % necessário para confundir uma imagem de liga alumínio com uma de ferro.

Resultados

São indicados os valores da densidade do fundo DF sobre o qual estava localizado o CE. A partir da densidade medida no corpo estranho DC£ é calculada a DRCE densidade real do CE: com base em DRCE e tomando como limites para o cálculo de u a dimensão máxima e mínima do CE são apresentados estes dois valores (il e (0.2, depois comparados com o metal ou óxido indicado em cada caso, e que mais se aproximam do intervalo de valores determinados.

Podemos assim afirmar com segurança que se para cada corpo estranho individualmente não será garantida a correlação com um tipo de material, já para um conjunto de partículas essa conclusão será possível com elevada probabilidade, visto que uma distribuição aleatória dos corpos estranhos não poderia ocasionar senão uma distribuição aleatória dos erros na estimativa das respectivas secções.

No nosso caso acresce à evidência encontrada nos resultados apresentados o facto muito relevante que resulta da morfologia das partículas de número atómico mais elevado corresponder normalmente a fragmentos de arestas agudas e formas angulosas, em contraste com os materiais de número atómico mais baixo.

Os valores determinados e outros que poderão ser ainda avaliados vêm confirmar de forma peremptória o que alguns dos radiologistas já tinham afirmado:

1) As partículas de arestas vivas não são de liga aeronáutica;

2) As partículas de arestas vivas são de material de número atómico mais elevado do que as que se encontram com aspecto arredondado e podem ter resultado de um processo de fusão;

3) As partículas de arestas vivas podem ser relacionadas com alguns dos resultados de análise feitas pelo laboratório inglês RARDE em 1989 efectuados à amostra H obtida por raspagem da zona representada na radiografia xiu. Nesse relatório pode ler-se (p. 8) que foi verificada a existência de óxidos de ferro originalmente jmall mild steel fragments witk no corrosión protection. ou seja, fragmentos de óxido' de um aço ao carbono sem protecção contra a corrosão. Note--se que todas as partículas referidas neste relatório, incluindo as que sc referem a ligas de alumínio, têm apenas 0,1 mm a 0,2 mm, enquanto as do quadro i são 10 a 50 vezes maiores;