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II SÉRIE-B — NÚMERO 36

4) A fragmentação do aço e a sua incrustação no pé do piloto não pode nunca ser explicada pelo resultado do choque, que reconhecidamente ocorreu a baixa velocidade (não ocasionando sequer fracturas à maioria das vítimas).

Deve aqui referir-se que alguns aços de elevado carbono (elemento não detectável na versão do equipamento de EDS usada pelo RARDE em 1989) podem apresentar um

comportamento bastante frágil, mas nunca compatível com

um choque que nem sequer fracturou o osso do pé do piloto.

O Ministério Público procurou contraditar a opinião dos médicos radiologistas comparando-a com os resultados das análises feitas em 1989 no RARDE, chegando mesmo a

omitir as análises que permitiram identificar aço nos fragmentos raspados no pé do piloto. A argumentação do Ministério Público encontra-se totalmente destruída face aos actuais resultados.

Efectivamente não só se encontram inequivocamente materiais que não são liga aeronáutica como não se encontra qualquer razão plausível para a sua forma, dimensão, localização e distribuição se utilizarmos a explicação de uma queda acidental do avião Cessna.

A explicação para estes factos terá de ser diferente da

compatível com uma queda a baixa velocidade.

Porto, 24 de Maio de 1999. — José Cavalheiro, professor associado da FEUP, investigador responsável do INEB.

QUADRO I

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Discussão dos resultados

Como se pode observar, os corpos medidos encontram--se distribuídos por três classes de densidades radiográficas: partículas bastante opacas aos raios X (6-12), partículas de média (2-3) e de baixa densidade (0,2-0,5).

Verifica-se que as partículas mais opacas correspondem em quase todas as situações a fragmentos de forma irregular e arestas vivas, contrastando com as outras duas, que se apresentam de contornos arredondados e por vezes difusos.

Os valores limites encontrados para os valores de u. correspondem nalguns casos a intervalos bastante grandes, pois foi adoptado um critério uniforme para estimativa da secção, isto é, considerou-se sempre a máxima e a mínima dimensão das partículas no plano de observação. Em muitos casos, em particular nas partículas alongadas, é evidente que será muito improvável que a partícula tivesse uma grande secção e estivesse exactamente na perpendicular ao plano radiográfico. Como se pode verificar nesses casos a menor dimensão corresponde a uma boa aproximação "dá secção da partícula, originando valores próximos do coeficiente de absorção típico de cada

material referenciado.

As diferenças encontradas são bastante inferiores às

existentes entre classes.

RELATÓRIO N.° 3

Análise das provas materiais e reconstituição das possíveis causas de queda de um avião em Camarate em Dezembro de 1980.

SUMÁRIO

1 — Antecedentes do despenhamento tomado como base para

interpretação dos factos e reconstituição da queda do aparelho Cessna YV 314-P.

2 — Aplicação de conceitos de ciência dos materiais ao estudo dos

elementos de prova produzidos na investigação das causas de queda.

3 — Definição dc um modelo de explicação compatível com os

antecedentes e com as conclusões sobre os elementos de prova material.

4 — Reconstituição da queda.

5 — Bibliografia.

Introdução

O relatório n.° 3 deve ter em conta o texto dos nossos relatórios n.os I e 2, que aqui se consideram reproduzidos.

A base material utilizada na elaboração deste relatório encontra-se nos documentos consultados, devidamente numerados, referidos na bibliografia, e resulta também de alguns ensaios realizados para comprovação de algumas hipóteses.

Alguns aspectos de pormenor poderão vir a ser completados não só pelo estudo de algumas peças do