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II SÉRIE-B — NÚMERO 61

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de cinco anos, com cargos de direção ou de administração. Temos pessoas que são escolhidas definindo todas

as suas incompatibilidades, quer conflitos de interesse passados quer incompatibilidades, como por exemplo,

em termos de pelouros. ou seja, se uma pessoa tem, por exemplo, o risco não pode ter o crédito, se tem o

crédito não pode ter a recuperação, etc., etc., etc. Tem uma seleção em termos de pessoas relativamente ao

seu mérito individual, mas também à equipa. Ou seja, eu posso ter uma pessoa bastante qualificada, mas se

por exemplo a equipa não tem uma pessoa com um perfil e com uma experiência na área do risco essa pessoa

apesar de ser qualificada não será selecionada porque a pessoa que falta, que é preciso, é ter um elemento de

risco, conhecedor da área de risco. E depois também hoje os senhores administradores são hoje avaliados pelos

não executivos ou pela comissão de remunerações. Os avaliados têm hoje dia uma nota. essa é outra diferença

total, que no passado não existia. os administradores não tinham avaliações formais. Hoje têm avaliações

formais e avaliações individuais e avaliações de grupo.

Segundo fator que faz com que as coisas também sejam diferentes é a parte da tecnologia. Hoje em dia na

Caixa há uma aplicação que é o «ágil» que já existe há muitos anos, mas que faz com que qualquer alteração

numa proposta de crédito tenha que ficar registada e, portanto, documentos à parte, etc., avulsos, está sempre

tudo registado num processo que é possível repescar e ver quem é que interveio.

Depois também, em termos de risco, houve uma evolução muito grande. A Caixa, em 2016, não tinha uma

direção de crédito. Portanto, tinha uma direção de risco e o crédito era basicamente decidido na área comercial,

aliás como noutros bancos, como por exemplo, se não me engano, o Novo Banco, ou o Banco Espírito Santo

na altura.

Em 2016, ou inícios de 2017, a Caixa constitui uma Direção de Crédito e em 2018 tira todos os poderes de

crédito da área comercial e centraliza tudo no crédito. Portanto, uma direção ao lado do risco. e isto para quê?

Para o crédito, para os comerciais poderem ser a primeira linha de defesa, ou seja, quem propõe é quem

conhece o cliente, é quem conhece a operação, é quem ela vê se tem mérito. propõem-na, mas depois já não

tem qualquer peso na decisão, nem digamos, não está a lutar, como é natural, quem propõe uma operação quer

sempre lutar por ela. Não está a lutar, digamos, e a defender a poder aprovar a operação apenas nos escalões

comerciais. E, portanto, tem aqui uma decisão da área de crédito. Decisão de área de crédito que está, que é

feita por escalões, até ao nível do conselho de crédito e a comissão executiva não decide sobre crédito e depois

quando as operações são acima de 300 milhões, ou o acumulado, basta uma operação de 100 mil euros, se já

tiver um valor de exposição de 300 milhões, tem que ir a uma comissão de riscos financeiros que é feita por

pessoas totalmente independentes. Independentes porque penso que atualmente a comissão de riscos

financeiras são dois administradores estrangeiros e outra pessoa que era da área financeira, mas fora da banca.

e, portanto, que tem que analisar. e depois tem quer ser votado em conselho de administração, esse crédito. e,

portanto, em termos de procedimentos de crédito é algo totalmente distinto.

Depois não vou referir todas as sucessivas inspeções que se fizeram ao crédito que o Sr. Deputado Leitão

Amaro já referiu, mas o Sr. Deputado ainda se esqueceu de todas as específicas que cada banco tem por parte

da JST a partir de 2014.

A Caixa Geral de Depósitos foi inspecionada em 2015, 17 e 18 sobre a concessão de crédito, numa inspeção.

outra sobre colaterais, noutra inspeção. e noutra na concessão a PME. e, portanto, tudo isto são inspeções que

são feitas umas por elementos do joint supervisory team, outras por auditores contratados fora dos elementos

do BCE e do Banco de Portugal e que são contratados por equipas de 10, 12 pessoas, em que, portanto, veem

todos os procedimentos.

Este aprofundamento da área de risco foi muito incisivo em todos os bancos nos últimos 4 anos e com certeza

terão hipótese de verificar isso também com os outros bancos. na Caixa foi especialmente porque fizemos

igualmente, como disse, esta centralização na direção e, portanto, temos uma primeira linha de defesa clara que

é a área comercial; uma segunda linha de defesa que é a área de risco e depois então uma terceira linha de

defesa que é a auditoria.

Em termos tecnológicos também as diferenças são grandes. portanto, temos tudo registo no «ágil» e quem

é que interveio nas operações e vamos ter também um módulo no sentido de que ter as operações que sejam

decididas e depois sejam comunicadas.

Portanto, quando as comissões também sejam aqui introduzidas para poderem ser comunicadas. isto para

não dar origem àquilo que a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua tinha referido: como é que era possível que

houvesse uma decisão e depois ela fosse executada outra vez? A única explicação é risco operacional. não é