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II SÉRIE-B — NÚMERO 22

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com um peso relevante do setor do turismo, como Espanha (-11%), Itália (-8,9%) e Grécia (-8,2%).

A evolução do mercado de trabalho foi menos negativa face ao esperado, tendo contribuído para este

resultado o reforço e alargamento das medidas de apoio à manutenção do emprego e dos rendimentos dos

trabalhadores.

Neste ano, a taxa de desemprego cessou a trajetória acentuadamente decrescente que se vinha a registar

desde 2013, aumentando do mínimo de 6,5% em agosto de 2019 (o valor mais baixo desde 2003) para 6,9%

da população ativa.

O emprego total também registou uma interrupção na tendência de crescimento positivo que vinha registando

desde 2013, tendo diminuído 1,9% em 2020, após um aumento de 1,2% no ano transato.

Em 2020, a taxa de inflação permaneceu baixa, tendo o Índice de Preços no Consumidor (IPC) passado de

uma variação de 0,3% em 2019 para uma variação nula, refletindo em parte efeitos da pandemia.

Medida pelo Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC), a taxa de inflação fixou-se em -0,1%

(0,3% em 2019). Esta situação de deflação não se verificava em Portugal desde 2014.

Mantendo a tendência dos anos anteriores, a inflação em Portugal permaneceu abaixo da observada na área

do euro (0,3% em 2020).

A capacidade de financiamento da economia portuguesa face ao exterior permaneceu positiva em 2020, mas

inferior à do ano anterior.

O Relatório de Análise Global e Conta da Segurança Social destaca ainda que o saldo orçamental das

Administrações Públicas se fixou em -5,7% do PIB, o que representa uma inversão de resultados

comparativamente a 2019 em que se registou um excedente orçamental.

Este resultado reflete o impacto da pandemia de COVID-19 nas contas públicas como consequência da

contração da atividade económica e das medidas de política implementadas com vista ao apoio das empresas,

do emprego e do rendimento das famílias.

O défice orçamental aproximou-se das metas orçamentais estabelecidas no Orçamento do Estado

Suplementar para 2020 (-6,3% do PIB).

Face a 2019, o saldo orçamental deteriorou-se 5,8 pp do PIB. Para este resultado contribuiu quer o aumento

da despesa total (5,9 pp do PIB), em virtude da evolução da pandemia de COVID-19, que mais do que

compensou o ligeiro aumento da receita total (0,2 pp do PIB).

Excluídas as medidas temporárias e as medidas de emergência adotadas no âmbito da pandemia de COVID-

19, o saldo orçamental das administrações públicas passou de 0,6% do PIB em 2019 para -2,6% do PIB em

2020, uma degradação de 3,2 pp que resulta, principalmente, da contração da atividade económica superarem

em 2690,4 milhões de euros e em 1269,3 milhões de euros, respetivamente face aos valores orçamentados.

As medidas de política não diretamente relacionadas com a emergência tiveram um impacto orçamental de

-802 milhões de euros (-0,4% do PIB), correspondente a uma redução da receita de 107,1 milhões de euros,

conjugada com o aumento da despesa de 694,9 milhões de euros.

Em 2020, as medidas temporárias e não recorrentes tiveram um impacto negativo no saldo na ordem dos

0,7 pp do PIB (-1 336 milhões de euros).

A dívida pública em percentagem do PIB (ótica de Maastricht) situou-se em 133,6%, um aumento de 16,8 pp

do PIB face a 2019, que, devido à crise pandémica, interrompeu a trajetória descendente que se verificava desde

2017.

A dívida pública líquida de depósitos das Administrações Públicas apresenta um comportamento análogo,

ainda que o aumento tenha sido menos expressivo (11,7 pp do PIB).

Em 2020, o rácio da dívida pública sobre o PIB ficou abaixo do previsto no Orçamento do Estado Suplementar

para 2020 em 0,8 pp do PIB.

No Quadro que se segue observa-se a despesa consolidada da Administração Central, por Programa

Orçamental (PO), permitindo uma análise nacional da sua execução, tendo uma organização aproximada à

estrutura do Governo.