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16 DE JULHO DE 2022

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A elevada magnitude de alguns desvios entre os valores observados e as estimativas do cenário

macroeconómico revelam a elevada incerteza gerada pela pandemia, o que dificultou o exercício de previsão.

Em relação à procura, a queda do PIB em 2020 resultou de contributos negativos quer da procura interna

(4,6 pp) quer da procura externa líquida (-2,9 pp). A contração do PIB real foi particularmente acentuada no

segundo trimestre (-16,3%, em termos homólogos), em resultado de uma redução de todas as componentes da

despesa, com predominância da procura interna.

O consumo privado foi a componente da procura interna que registou a maior queda (-5,8% em 2020, após

um crescimento de 2,6% em 2019). Esta evolução refletiu o comportamento das despesas de consumo das

famílias em bens não duradouros e serviços, que passaram de um crescimento de 2,8% em 2019 para uma

redução de 5,8%. A componente de bens duradouros diminuiu 7,6% em 2020 (aumento de 1,7% em 2019),

verificando-se um decréscimo significativo da aquisição de veículos automóveis.

Em 2020, o consumo público registou uma taxa de variação de 0,4% em volume (0,7% no ano anterior),

verificando-se um impacto negativo das medidas de confinamento, em particular no segundo trimestre, devido

à necessidade de os serviços públicos estarem em regime de teletrabalho.

O investimento (Formação Bruta de Capital Fixo — FBCF) registou uma diminuição de 1,8% em termos reais,

após um crescimento de 5,4% em 2019. A generalidade das componentes registou uma redução expressiva,

com destaque para o investimento em equipamento de transporte, que diminuiu 27% (-1,7% em 2019), e para

o investimento em outras máquinas e equipamentos, que passou de um aumento de 4,3% em 2019 para uma

contração de 6,2%. O investimento em construção destacou-se por manter uma evolução positiva em 2020, com

um crescimento de 4,7%, ainda que inferior ao do ano anterior (aumento de 7,2%).

As exportações totais registaram uma contração de 18,6% em 2020, sendo a quebra das exportações do

turismo a principal responsável por esta evolução negativa (-10,6 pp). Em todos os trimestres, à exceção do

segundo, em que a contração das exportações resultou maioritariamente da componente de bens, o turismo

contribuiu para mais de 70% da diminuição das exportações totais.