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II SÉRIE-B — NÚMERO 22

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Em relação ao mercado de trabalho, a evolução foi menos negativa face ao esperado, tendo contribuído para

este resultado o reforço e alargamento das medidas de apoio à manutenção do emprego e dos rendimentos dos

trabalhadores. Em 2020, a taxa de desemprego cessou a trajetória acentuadamente decrescente que se vinha

a registar desde 2013, aumentando do mínimo de 6,5% em agosto de 2019 (o valor mais baixo desde 2003)

para 6,9% da população ativa. Para o aumento pouco pronunciado da taxa de desemprego, tendo em

consideração a quebra registada do PIB, terão contribuído as várias medidas tomadas pelo Governo,

nomeadamente no que concerne ao apoio à manutenção do emprego, com destaque para o layoff simplificado,

o apoio à retoma progressiva e o incentivo à normalização da atividade empresarial.

O emprego total também registou uma interrupção na tendência de crescimento positivo que vinha registando

desde 2013, tendo diminuído 1,9% em 2020, após um aumento de 1,2% no ano transato.

Apesar de o impacto no emprego total se tenha notado logo no primeiro trimestre, foi no segundo e terceiro

trimestres que se verificaram as quebras mais acentuadas (cerca de -3,6% e -3,1% em termos homólogos,

respetivamente). Verificou-se alguma heterogeneidade na evolução do emprego em termos setoriais. O ténue

crescimento do emprego no primeiro trimestre deveu-se à diminuição conjunta do emprego nas indústrias

transformadoras, na construção e na agricultura e outros setores primários, tendo estas reduções sido

compensadas, no entanto, por um crescimento dos serviços (em menor intensidade àquela que se foi verificando

ao longo do ano 2019). No segundo e terceiro trimestres, a redução do emprego foi particularmente influenciada

pela forte contração no setor dos serviços (-3,9% e -3,3%, respetivamente) e nas indústrias transformadoras (-

4,1% e -3%, respetivamente). Contrastando com os primeiros três meses do ano, no último trimestre de 2020,

o emprego no setor da agricultura e outros primários registou um aumento (1%), enquanto o emprego nos

serviços continuou a diminuir, embora a um ritmo menor (-1,6%).

Como consequência da queda mais acentuada do PIB do que do emprego, verificou-se uma diminuição

significativa da produtividade aparente do trabalho (-5,9%). Após ter crescido muito acima da média da área do

euro em 2019 (1,7% versus 0,1%), esta diminuição foi ligeiramente mais pronunciada do que no conjunto destes

países (-5,2%).

Em termos de preços, em 2020, a taxa de inflação permaneceu baixa, tendo o Índice de Preços no

Consumidor (IPC) passado de uma variação de 0,3% em 2019 para uma variação nula, refletindo em parte

efeitos da pandemia. A diminuição da taxa de inflação entre 2019 e 2020 foi influenciada pelo comportamento

da inflação subjacente e pela evolução negativa dos preços dos produtos energéticos, que registaram variações

médias anuais de, respetivamente, 0% e -5% (0,5% e -1,8% em 2019). Os preços dos produtos alimentares não

transformados aumentaram 4% em 2020, acima do verificado no ano anterior (0,9%).

Em 2020, e prosseguindo a tendência observada em anos anteriores, o crescimento médio anual dos preços

dos serviços foi superior ao dos bens. Com efeito, em 2020, os preços dos serviços aumentaram 0,7% (1,2%

em 2019), enquanto a taxa de variação média dos preços dos bens foi de -0,5% (-0,3% em 2019).

Medida pelo Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC), a taxa de inflação fixou-se em -0,1%