O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-B — NÚMERO 64

120

O PIB mundial registou um crescimento de 5,9 % em termos reais, em 2021, superando o valor pré-

pandemia (recorde-se o decréscimo de 3,9 % do PIB real em 2020). Na área do euro, o PIB cresceu 5,3 % em

termos reais (em 2020, o decréscimo havia sido de 6,4 %).

A recuperação económica, aliada aos apoios públicos para proteção do emprego e do rendimento,

contribuiu para a melhoria e resiliência do mercado de trabalho. Com efeito, entre 2020 e 2021, a taxa de

desemprego desceu de 8,1 % para 5,4 % nos EUA e de 8 % para 7,7 % na área do euro.

A partir da segunda metade de 2021, fruto da subida generalizada dos preços das matérias-primas, em

particular as energéticas e, consequentemente, da eletricidade, mas também do impacto dos

constrangimentos da oferta de diversos bens e a recuperação dos serviços mais afetados pela pandemia de

COVID-19, as pressões inflacionistas aumentaram significativamente, tendo a taxa de inflação alcançado o

valor mais elevado dos últimos 40 anos nos EUA (7 % em termos homólogos, em dezembro de 2021), e um

máximo histórico na área do euro no 4.º trimestre de 2021 (total e preços de energia de 4,7 % e de 26 % em

termos homólogos, respetivamente).

Com o objetivo de conter os efeitos negativos das medidas de confinamento sobre a situação financeira

das famílias, das empresas e do sistema financeiro, bem como de criar as condições para uma mais rápida

recuperação económica e social, foram implementadas, na generalidade dos países, várias medidas de

política, nomeadamente monetária e orçamental.

Neste quadro, a política monetária caracterizou-se por uma orientação fortemente acomodatícia, a fim de

garantir condições de liquidez mais favoráveis para o sistema bancário, assegurar a manutenção do fluxo de

crédito à economia real e o financiamento à economia. Além disso, diversos bancos centrais prosseguiram a

implementação de medidas não convencionais, mantendo-se, no caso da área do euro, o programa PEPP

(Pandemic Emergency Purchase Programme), criado em 2020 com vista a mitigar os efeitos económicos e

financeiros da crise económica e social provocada pela pandemia.

Nos Estados Unidos, a Reserva Federal manteve as taxas de juro federais no intervalo entre 0 % e 0,25 %,

e, na União Europeia, o Banco Central Europeu manteve as taxas de juro diretoras inalteradas. As taxas de

juro de curto prazo apresentaram uma tendência descendente nos EUA e renovaram níveis historicamente

baixos na área do euro, com a Euribor a três meses a situar-se, em média, em -0,55 % em 2021 (-0,42 % em

2020).

No que concerne à economia portuguesa, o Relatório de Análise Global e Conta da Segurança Social

refere que 2021 apresentou uma trajetória de recuperação que foi mais intensa na segunda metade do ano e

que registou um ritmo de crescimento acima do observado na área do euro, exceto no primeiro trimestre,

devido a um confinamento muito intenso, que implicou fechar setores importantes da atividade económica,

após registar, em 2020, uma quebra sem precedentes.

Em termos anuais, o PIB português registou um crescimento em volume de 4,9 %, o mais elevado desde

1990, após a diminuição histórica de 8,4 % em 2020.

Para a rápida recuperação da economia contribuíram a melhoria da envolvente externa, o levantamento

gradual das medidas restritivas de confinamento, em paralelo com a elevada taxa de vacinação contra a

COVID-19, e os programas de estabilização e de estímulo económico sem precedentes, tanto a nível nacional

quanto europeu, com destaque para os apoios às empresas, que permitiram proteger a capacidade produtiva

da economia.

O ritmo de recuperação da economia foi, todavia, inferior ao esperado em outubro de 2020, quando da

elaboração do Orçamento do Estado para 2021, uma vez que a retoma antecipada para 2021 foi condicionada

pelo aumento dos contágios, seguido do reforço de medidas de confinamento no 1.º trimestre de 2021.

Pelo contrário, a evolução do mercado de trabalho revelou-se mais positiva do que o esperado, tendo

contribuído para este resultado o reforço e alargamento das medidas de apoio à manutenção do emprego e

dos rendimentos dos trabalhadores.

Dos indicadores relativos à situação da economia portuguesa em 2021, destacam-se os seguintes:

• A procura interna apresentou um contributo positivo para o crescimento do PIB (5,1 pp), após ter sido

acentuadamente negativo em 2020 (-5,5 pp);

• O consumo privado aumentou 4,5 %, em termos reais, recuperando parcialmente da redução de 7,1 %

registada em 2020;