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23 DE DEZEMBRO DE 2023

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É algo que consideramos – além desta valorização e reconhecimento – que deve também ser protegido e

salvaguardado. É nosso património, faz parte da nossa cultura, da nossa identidade, mas também desta

intervenção e ação e luta do povo português.»

A Deputada Paula Santos (PCP) referiu ainda a pertença de Adriano Correia de Oliveira ao PCP,

caracterizando a sua intervenção «[…] sempre de grande coragem, como lutador», acrescentando que «muitos

dos aspetos que estão presentes na sua obra, nas suas canções, podemos dizer que são aspetos de enorme

atualidade, nos tempos em que vivemos: a defesa daqueles que são os valores de Abril, das suas conquistas e

avanços; a defesa da paz, são, de facto, aspetos que são ímpares, naquela que é a intervenção e obra».

A Deputada Paula Santos (PCP) concluiu a sua intervenção lembrando que a presente petição será, de

acordo com o número de assinaturas, discutida em Plenário da Assembleia da República, onde «[…] contará

com a nossa intervenção, com o nosso contributo para que o objeto que esta petição aqui nos traz seja de facto

concretizado e que seja uma realidade».

O Presidente da Comissão devolveu a palavra aos peticionários, que, na voz de Manuel Pereira Santos,

começa por agradecer as intervenções, dando uma certeza aos Deputados presentes: «[…] os 8190

peticionários para a classificação da obra de Adriano Correia de Oliveira com certeza e com muito gosto

assinarão qualquer outra petição que haja daqueles que estiveram em todo aquele movimento de renovação da

música popular portuguesa».

De seguida, passa a palavra ao Presidente do Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de

Oliveira, Jorge Guedes, que começa por lembrar, por um lado, que deram início ao processo desta petição há

cerca de 2 anos e, por outro, que as comemorações dos 80 anos do nascimento de Adriano correia de Oliveira

tiveram início em abril de 2022.

Neste contexto, faz referência a algumas iniciativas, além da petição, como a inclusão do livro O Perigoso

Pacifista no Plano Nacional de Leitura, bem como as cerca de 180 iniciativas que acompanharam os 80 anos

do nascimento de Adriano Correia de Oliveira e 40 do seu desaparecimento, destacando a iniciativa em Mondim

de Basto, onde Adriano Correia de Oliveira teve a sua última aparição pública.

De seguida, o Presidente do Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira fala aos

presentes sobre quatro aspetos essenciais de Adriano Correia de Oliveira: Adriano músico, Adriano divulgador

de poesia, Adriano na história da música popular portuguesa e Adriano na história da democracia.

Relativamente a Adriano músico, destaca que «o poder interpretativo de Adriano Correia de Oliveira foi um

fator essencial de divulgação de uma obra extensa e multifacetada. A qualidade tímbrica da dua voz, a

inteligência musical, a capacidade de “dizer” a poesia cantada fez de Adriano Correia de Oliveira uma figura

cimeira da história da música popular portuguesa».

No que se refere a Adriano divulgador de poesia, refere essencialmente que «Adriano Correia de Oliveira é

um cantor de poesia. Para além do interesse comunicacional que é qualidade de todo o texto cantado, na obra

de Adriano Correia de Oliveira o protagonismo da palavra é indissociável da qualidade literária dos textos que

adotou. Adriano viria a divulgar a poesia de mais de duas dezenas de autores portugueses e da galega Rosália

de Castro, conferindo ainda à poesia popular, anónima, uma assinalável centralidade. Poetas como Manuel

Alegre, Manuel da Fonseca, António Gedeão, Matilde Rosa Araújo, Fernando Assis Pacheco, entre muitos mais,

viriam a conhecer».

No que diz respeito a Adriano na história da música popular portuguesa, o Presidente do Centro Artístico,

Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira destaca que «Adriano Correia de Oliveira é justamente

considerado personalidade central do fado ou canção de Coimbra, género que viria a enriquecer e desenvolver

em conjunto com músicos como António Portugal e Rui Pato, entre muitos outros. O seu papel na divulgação da

canção regional portuguesa é, igualmente, fundamental, dando a conhecer (e a cantar) à escala nacional muitos

temas do folclore musical. Da fusão de tão rica vivência e produção musicais e poéticas caberia a Adriano

Correia de Oliveira inaugurar, juntamente com José Afonso, um tempo novo na música popular portuguesa – o

da canção socialmente comprometida – juntando à sua composição as melodias de José Niza (Deputado nesta

mesma Assembleia), Luís Cília, José Afonso, Rui Pato, entre muitos outros».

Quanto a Adriano na história da democracia, enfatiza «o canto de Adriano Correia de Oliveira é um canto

democrático, tanto na luta contra a ditadura como na construção da democracia portuguesa. É um canto pela

paz, pela valorização do trabalho, pela justiça social. Os protagonistas da sua obra são os protagonistas da

História em geral e da sociedade portuguesa em particular, anónimos ou não. É um canto solidário com o