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II SÉRIE-C — NÚMERO 13
situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-afortunado,
mal-estar, ml-hmoraio, btm-criado (cf. malcriado), btm-diioso
(cf. malditoso), bem-falanle (cf. malfalanle), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soanie (cf. malsoante),
bem-vislo (cf. ma/vis/o).
Obs.: Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglutinado com O segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeiío, benfeitor, benquerença, etc.
S.° Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-Atlântico, além-mar, além-fronteiras; aquém-mar, aquém-Pirenéus; recém-casado, recém-nascido; sem-cerimônia, sem-número, sem-vergonha.
6.* Nas locuções de qualquer tipo. sejam elas substantivas, adjectivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas excepções já consagradas pelo uso (como é o caso dc água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-per-feito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa). Sirvam, pois, dc exemplo dc emprego sem hífen as seguintes locuções:
a) Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar,
b) Adjectivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;
c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;
d) Adverbiais: à parte (note-se o substantivo aparte), a vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos, note-se demais advérbio, conjunção, etc), depois de amanhã, em cima, por isso;
e) Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;
f) Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.
7." Emprega-sc o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (tipo: a divisa Liberdade-lgualdade-Frater-nidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação Angola-Moçambique) c bem assim nas combinações históricas ou ocasionais de topón unos Aopôn imos (tipo: Áustria-llungria, Alsácia-Lo-rena, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, etc).
Base XVI
Do hifen nas formações por prefixação, recomposição e suflxação
■ l.8 Nas formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e cm formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, electro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.), só se emprega o hífen nos seguintes casos:
a) Nas formações em que o segundo elemento começa por h: anli-higiénicolanli-higiênico, circum-hospilalar, co-herdeiro, conlra-harmónicoiconjra-harmânico, extra-humano, pré-história, sub-hepático, super-homem, ultra-hiperbólico; arqui-hipêrbole, eleiro-higrómetro, geo-história, neo-helénicolneo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.
Obs.: Não sc usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos des- c in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidificar, inábil, inumano, etc;
b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento: anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-awicular, arqui-irmanaade, aulo-observaçâo, etetro-ática, micro-onda, semi-inlerno.
Obs.: Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc;
c) Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por vogal, m ou n [além de A, caso já considerado atrás na alínea a)]: circum-escolar, circum-■murado, circum-navegação; pan-ajricario, pan-mágico, pan-
■negritude;
d) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados por r: hiper-requintado,
inter-resislente, super-rev'tsXa\
e) Nas formações com os prefixos ex- (com o sentido dc estado anterior ou cessamento), soUt-, soto-, vice- c vito-: ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-primeiro-mi-nistro, ex-rei; sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice--reitor, vno-rei;
f) Nas formações com os prefixos tónicosAônicos acentuados
graficamente pós-, pré- e pró- quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrarío do que acontece com as correspondentes formas átonas que se aglutinam com o elemento seguinte): pós-graduação, pós-tónicoslpós-tônicos (mas pospor); pré-escotar, pré-nalat (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas promover).
2." Não se emprega, pois, o hífen:
a) Nas formações cm que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por rouí, devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras deste upo pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, exlrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossalélile, elelrossiderurgia, microssistema, microrradiografia;
b) Nas formações cm que o prefixo ou pseudoprefixo termina cm vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente, prática esta em geral já adoptada também para os termos técnicos e científicos. Assim: antiaéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial, autoeslrada, autoaprendiiagem, agroindústria!, hidroelétrico, plurianual.
3.9 Nas formações por suflxação apenas sc emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjectivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba cm vogal acentuada graficamente ou quando a pronúnica exige a distinção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, onajá-mirim, andá-acu, capim-açu, Ceará-Mirim.
Base XVII
Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
1.9 Emprega-sc o hífen na ênclise e na tmese: amá-lo, dá-se, deixa-o, partir-lhe; amá-lo-ei, enviar-lhe-emos.
2° Não se emprega o hífen nas ligações da preposição dc às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver, hei de, hás de, hão de, etc.
Obs.: 1. Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos verbos querer e requerer, em vez de quere e requere, estas últimas formas conservam-se, no entanto, nos casos de ênclise: quere-o{s), requere-o(s). Nestes contextos, as formas (legítimas, aliás) qué-lo c requé-■lo são pouco usadas.
2. Usa-se também o hífen nas ligações dc fornias pronominais enclíticas ao advérbio eis (eis-me, ei-lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do tipo no-lo, vo-las, quando em próclise (por exemplo: esperamos que no-lo comprem).
Base XVIII Do apóstrofo
l.s São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo:
a) Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente uma contracção ou aglutinação vocabular, quando um elemento ou fração respectiva pertence propriamente a um conjunto vocabular distinto: d'Os Lusíadas, d'Os Sertões; n'Os Lusíadas, n'Os Senões; pel' Os Lusíadas, pel'Os Sertões. Nada obsta, contudo, a que estas escritas sejam substituídas por empregos dc preposições íntegras, se o exigir razão especial de clareza, expressividade ou ênfase: de Os Lusíadas, cm Os Lusíadas, por Os Lusíadas, etc
As cisões indicadas são análogas às dissoluções gráficas que sc fazem, embora sem emprego do apóstrofo, em combinações da preposição a com palavras pertencentes a conjuntos vocabulares imediatos: a A Relíquia, a Os Lusíadas (exemplos: importância atribuída a A Relíquia, recorro a Os Lusíadas).