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II SÉRIE-C — NÚMERO 6

Portanto, conhecemos bem este distrito e conhecemos bem este projecto. E se o Sr. Deputado Martinho Gonçalves não está aqui, fisicamente, não só está em espírito, como é autor da proposta, como estudou profundamente o assunto, como tem estado em contacto connosco — nós, os 14 Deputados, que aqui vamos estando, representamos não só os 112 como os eleitores todos. O Deputado Martinho Gonçalves não só está completamente identificado como fez este trabalho, e como, podendo ele aparecer como herói da fita, tendo uma proposta boa, quis que toda a gente se associasse. É um gesto que fica bem ao Deputado Martinho Gonçalves, a quem-deixo aqui a homenagem do nosso Grupo Parlamentar, nesse sentido.

Porém, compreendemos o desespero do Sr. Deputado Miguel Macedo, que, entalado entre uma proposta realista de 100 000 contos e uma proposta delirante do Sr. Deputado Marques Mendes de 500 000, retirou a sua — podia, pelo menos, dizer que no meio está a virtude —: em favor da proposta do Sr. Deputado Marques Mendes.

Para terminar, quero dizer que, quanto à analogia do Ferrari e do burro e à «máquina bem oleada» do PS, esta máquina do PS está tão bem oleada que certamente fará frente a qualquer burro, jumento ou outro animal que aí apareça, ou até mesmo a máquinas relativamente potentes.

Aplausos do PS.

A Sr.° Presidente: — Srs. Deputados, quero lembrar que

devemos ser mais sintéticos, porque temos uma longa caminhada pela frente.

Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Macedo.

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Sr.° Presidente, estou disponível para fazer todas as sínteses possíveis, mas não estou disponível para aceitar e ouvir certas coisas passivamente. E, como compreende, vou ter dé responder a algumas coisas que foram ditas, aliás, com uma grande benevolência da minha parte, compreendendo o enorme cansaço do Sr. Deputado Hasse Ferreira que, pelos vistos e compreensivelmente, já não terá a mesma resistência física que eu, pois também estou aqui desde as 10 horas, quando começou esta reunião.

Sr. Deputado Hasse Ferreira, o senhor tentou fazer uma habilidade, mas, como sabe, comigo já não vai resultar porque também já tenho muitos anos disto. Se, de facto, o Sr. Deputado tivesse reparado nas propostas que há sobre esta matéria, teria visto que a minha proposta era coincidente com uma das que está para votação, que provém do Grupo Parlamentar do PCP e que tem exactamente o mesmo valor de 300 000 contos. Portanto, não retirei a minha proposta sem que, à consideração e à votação do Plenário, designadamente à votação do vosso grupo parlamentar, pudesse ser submetida uma verba exactamente igual àquela que eu tinha proposto. Portanto, não troquei 500 000 por 300 000, à mesa, a tomar uma bica, como V. • Ex.° disse.

Mas, Sr. Deputado, quero dizer-lhe ainda, só para terminar, mais duas coisas.

Se O Sr. Deputado Martinho Gonçalves quis ser, neste processo, o herói da fita, eu deixo-lhe todo o campo para ele continuar a ser o herói, agora o que o senhor não pode

aqui iludir, nem o seu grupo parlamentar, são duas coisas fundamentais. A primeira é esta: os senhores suspenderam o processo de concurso da ponte do Prado, porque se não o tivessem feito, provavelmente, aquilo que o senhor classifica como delirante proposta do Sr. Deputado Luís Marques Mendes era insuficiente para começar e fazer a obra no ano de 1997.

A segunda questão é a seguinte: é muito estranho que o Sr. Deputado Hasse Ferreira venha ser aqui «mais papista do que o Papa». Quando, há uma semana e meia, o Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território disse, nesta mesma sala, que suspendeu aquele processo porque entendia que a ponte era «cara» e era «megalómana» (foram estes os adjectivos que ele utilizou, sem aliás, depois, fundamentar por que é que aquele tipo de obra era caro e megalómano), o que me surpreende é que o Sr. Deputado Hasse Ferreira venha dizer que não há problema nenhum, porque esta verba de 100 000 contos corresponde àquilo que nós temos e àquilo que, no íntimo, o Governo quer, que é recomeçar tudo de novo e, para o ano, porventura, gastar 10% dos 100 000 contos que agora quer inscrever.

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr." Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): — Sr.* Presidente, espero bem que desta vez a questão fique clara, pois, certamente, dado o barulho da sala, fui mal entendido. Eu não disse que o Sr. Deputado Martinho Gonçalves era o herói da fita. Pelo contrário, o Sr. Deputado Martinho Gonçalves teve aqui um espírito de grande colaboração e, por isso, aparece esta proposta.

A segunda questão é que nós mantemos o que dissemos em relação à ponte. Quanto a ser mais papista do que o Eng.° João Cravinho não estou nada .preocupado; não tenho qualquer problema em ser mais papista do que o Eng.° João Cravinho, mas não me quero meter com o Papa, neste contexto.

Relativamente à proposta feita pelo PCP e à justificação do Sr. Deputado Miguel Macedo, ele ficará com a justificação que entender. Porém, nada pode escamotear que há uma proposta do Sr. Deputado Miguel Macedo, que deu entrada às 18 horas e 30 minutos do dia 28 de Novembro, onde pede 300 000 contos, muito parecida, aliás, com a proposta do PCP, entrada no mesmo dia, às 16 horas, que pede 300 000 contos, e depois aparece uma proposta do Dr. Marques Mendes, que dá entrada no dia 3 de Dezembro, às 18 horas, em que pede 500 000 contos, após o que o Sr. Deputado Miguel Macedo retira a sua.

Não vale a pena mais comentários!

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.' Presidente: — Srs. Deputados, vamos, então, agora, votar a proposta 647-C, apresentada pelos Srs. Deputados Martinho Gonçalves (PS), Fernando Pereira (PSD), Manuel Monteiro (CDS-PP) e José Calçada (PCP).

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.