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II SÉRIE-C — NÚMERO 6

Dito isto — e para não me alargar mais —, neste domínio da promoção da cultura científica e tecnológica, que também vejo indissociável não só da educação como

da própria política cultural, quero perguntar ao Sr. Ministro

o que está previsto em termos de cooperação com o Ministério da Cultura e com o Ministério da Educação.

Por outro lado, nas Grandes Opções, está definido um outro objectivo que me parece extremamente importante, o da difusão da língua e da cultura portuguesas no mundo, em associação com as novas tecnologias, como a multimedia, etc., e, nomeadamente, o da criação desta rede da lusofonia. Parece-me ser um objectivo igualmente prioritário mas que também é indissociável da política cultural.

Assim, a minha pergunta, Sr. Ministro, tem a ver com o facto de eu não ter conseguido detectar em que é que isto está concretizado, do ponto de vista orçamental, e sobre que base é que este objectivo se articula com o Ministério da Cultura e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, nomeadamente com o Instituto Camões.

A Sr." Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Vieira de Castro.

O Sr. Vieira de Castro (PSD): — Sr." Presidente, vou respeitar, na medida do possível, o pedido que nos fez para sermos sintéticos.

Creio que o Sr. Ministro nos afirmou que um entre muitos dos erros dos parques de ciência e tecnologia era o de terem sido feitos sem ouvir a indústria.

Tinha o Sr. Ministro acabado a* sua intervenção, na resposta às minhas perguntas, e o Sr. Deputado Henrique Neto — e isso está registado, mas vou reproduzir — disse que o Governo anterior tomou algumas cautelas em relação aos parques de ciência e tecnologia, encomendando um estudo a uma empresa inglesa quanto ao Tagus Park. Quero pedir ao Sr. Ministro se nos. pode facultar esse estudo, porque tinha curiosidade em saber se o Governo anterior apenas ouviu o Sr. Deputado Henrique Neto na sua qualidade de industrial.

Risos do PS e do PCP.

Não creio que tenha sido assim e, se não foi assim, então, o Sr. Ministro não foi preciso, quando disse que os parques de ciência e tecnologia foram feitos sem ouvir a indústria.

Quanto às contradições, Sr. Ministro, devo dizer-lhe que esta não foi a primeira; elas surgem, às vezes, até com relativa frequência.

Relativamente ao Tagus Park, quando o Sr. Ministro assumiu funções, que eu saiba, o Tagus Park não era um projecto acabado; bem pelo contrário, era um projecto que estava no início.

O Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia: — Está acabado.'

O Orador: — Bem, se está acabado, então, já não vão para lá os laboratórios da Portugal Telecom... Já lá estão?...

O Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia: — Mas isso não tem a ver com o orçamento!

O Orador: — É que, há pouco, percebi o Sr. Ministro dizer que iam para lá... Então, digamos: o Tagus Park ainda não fechou as portas a quem queira lá instalar-se.

E, desse ponto de vista, pode considerar-se que o Tagus Park ainda está numa fase de algum desenvolvimento. Aliás, o Sr. Ministro disse que está empenhado em que o Tagus Park se desenvolva. Não encerrou, pois, as portas.

O Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia: — Com

certeza!

O Orador: — Não é, portanto, obra acabada.

Sr. Ministro, se me permite, gostaria de dizer o seguinte: julgo que, às vezes, é um pouco precipitado fazermos avaliações finais sobre processos que não estão concluídos. Vou fazer um paralelismo que, à primeira vista, pode parecer-lhe, Sr. Ministro, que nada tem a ver com isto, mas, bem vistas as coisas, é capaz de ter. Sr. Ministro, há seis ou sete anos atrás, se o Sr. Ministro aqui tivesse vindo algumas tardes, não ouvia falar de outra coisa que não fosse do Centro Cultural de Belém.

O Sr. Castro de Almeida (PSD). — É verdade!

O Orador: — Ao tempo, muitas vozes aqui dentro diziam: «não serve para nada».

O Sr. Castro de Almeida (PSD): — È verdade!

O Orador: — Mas o Sr. Ministro quer saber o que me aconteceu? Das primeiras vezes que fui ao Centro Cultural de Belém, encontrei justamente aqueles que aqui no Parlamento diziam que o Centro Cultural de Belém não servia para nada. E congratulei-me com isso, porque continuo a ir lá e continuo a ver aqueles que clamavam contra o Centro Cultural de Belém.

Sr. Ministro, finalmente, gostaria de formular uma pergunta. O Sr. Ministro despertou a minha curiosidade quando referiu a desistência dos promotores do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto. Dois desses promotores citados pelo Sr. Ministro foram, nem mais nem menos, a Universidade do Porto e a Associação Industrial Portuense. Gostava de saber — aliás, julgo que todos gostávamos — quais os motivos que invocaram essas duas prestigiadas instituições para terem desistido. E que, Sr. Ministro, • também me impressiona que essas duas instituições tenham celebrado um acordo com o Governo anterior e, algum tempo depois, venham dizer «afinal, já não queremos».

O Sr. Henrique Neto (PS): — O Sr. Deputado não acredita que o Estado deixou acabar ò dinheiro...

O Orador: — O Sr. Ministro é que vai responder; o Sr. Deputado ainda não é ministro.

Risos do PS.

Lá chegará! A remodelação vem aí!

O Sr. Henrique Neto (PS): — Muito obrigado!

O Orador: — Vai para a Educação... Vá que aquilo está mal!