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0015 | II Série C - Número 006 | 28 de Maio de 2005

 

- O reforço da Zona Euro-Mediterrânica, solidificando uma região alargada para a produção e comércio do sector ITV incluindo os actuais 25 Estados-membros da UE, os países da EFTA, a Bulgária, a Roménia, a Turquia, os países do Magreb e do Próximo Oriente.
- As respostas tecnológicas que a cooperação no seio da União poderão acelerar.

A este último propósito, vale a pena citar as referências que o CENESTAP faz no seu documento de Maio último:

A "European Technology Platform for the Future of Textiles and Clothing", a nova plataforma tecnológica para o desenvolvimento da ITV europeia, foi lançada oficialmente no passado dia 16 de Dezembro 2004, em Bruxelas.
A plataforma apresentada tem o objectivo de desenvolver planos e acções concretas para o aumento da competitividade da ITV europeia, baseado na pesquisa, no desenvolvimento tecnológico e na inovação. O estabelecimento desta plataforma é uma resposta directa às recomendações do Textile-Clothing High Level Group, feitas em Junho 2004, inseridas nos objectivos centrais da agenda de Lisboa.
Os objectivos são dinamizar e coordenar a excelência da investigação na Europa, envolvendo a indústria, as universidades e as instituições políticas, desenvolver uma visão estratégica a longo prazo para o futuro da indústria e determinar um roadmap correspondente para um desenvolvimento estruturado, e melhorar significativamente o acesso aos recursos necessários e às condições gerais de pesquisa e inovação.
A plataforma tecnológica será construída com base em três eixos principais: promover a passagem desde as fibras, fios e tecidos para produtos baseados em alta tecnologia, o estabelecimento e a expansão dos produtos têxteis como uma matéria-prima base a ser utilizada em diversos sectores industriais e novos campos de aplicação, e preparar o fim da era da produção em massa e promover um novo paradigma de customização, de personalização, de produção inteligente, da logística e da distribuição".

Conclusões

Não restam dúvidas sobre a intensidade dos desafios que a indústria portuguesa enfrenta bem como sobre a sua natureza estrutural. Esta constatação significa impactos fortes e duradouros sobre empresas e territórios com custos sociais elevados.
A este propósito pode citar-se de novo o estudo recente da CENESTAP (amplamente utilizado neste parecer pela sua qualidade, actualidade e credibilidade):

"O impacto negativo previsto para a Indústria Têxtil e de Vestuário (ITV) na Europa e nos países ocidentais, resultante do processo de liberalização é uma crua realidade. Em 1 de Janeiro de 2002, aquando da integração da China na OMC, esta potência asiática começou a usufruir dos mesmos e importantes benefícios que os países que já se encontravam envolvidos no processo. Esta situação atípica fez com que a China se encontre numa posição privilegiada relativamente aos países ocidentais dada a falta de reciprocidade, transparência e o frequente incumprimento das regras do comércio, nomeadamente, através de subvenções às exportações, práticas anti-dumping, desvalorização artificial da moeda, barreiras não tarifárias, (…)."

Mas a situação problemática do sector ITV português não tem apenas determinantes conjunturais. Os elementos mais preocupantes são de natureza estrutural. E os esforços financeiros do passado, com concessão de incentivos elevados para a modernização das empresas, não conduziram à completa reestruturação do têxtil português e a uma menor dependência monoproduto de certas regiões portuguesas.
Face a esta situação, aos agentes económicos, aos protagonistas das regiões e aos governos exigem-se estratégias e políticas adequadas à dimensão dos problemas.
Para as empresas do sector ITV português, onde existe tradição e know-how historicamente implantados, é indispensável um forte up-grade do seu modelo competitivo. O estudo CENESTAP valoriza, do ponto de vista do modelo de negócio a desenvolver pelas empresas portuguesas, a posição assumida neste parecer sobre a necessidade de reforçar as fases a montante e a juzante do negócio ITV:

"O enfoque na inovação ao nível de produtos, processos e tecnologia, por um lado, e a aposta na criação/desenvolvimento contínuo de marcas e o controlo de múltiplos canais de distribuição constituem já estratégias actuais enveredadas por empresas que têm consciência da necessidade premente de inversão estratégica".
Este tem sido o sentido da adaptação económica feita por muitas empresas. Não só a capacidade de inovação e a intensidade de conhecimento inserta nos produtos têxteis nacionais são hoje mais elevadas como a afirmação de marcas conhece um crescimento apreciável - em particular no mercado espanhol em que se estima que mais de 90 lojas monomarca de marcas próprias de empresas nacionais estão instaladas.
Aos protagonistas regionais (autarcas, associações de desenvolvimento, associações empresariais, universidades, sindicatos, entidades do sistema tecnológico, etc.) pede-se conjugação de esforços para que o