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5 DE AGOSTO DE 2006 __________________________________________________________________________________________________

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com a área da comunicação, para podermos acompanhar esta época com um pouco mais de profissionalismo e, sobretudo, com informação oportuna e atempada aos nossos concidadãos.”

A BRISA e a AENOR mostraram-se disponíveis para apoiar campanhas de sensibilização, mas ambas consideram “que as campanhas devem ser articuladas” e que cabe ao estado coordenar essas campanhas.

5.5.5. Fogos Controlados Sobre o fogo controlado tivemos a oportunidade de ouvir o Professor Hermínio Botelho, o maior

especialista na matéria, em Portugal, e a FORESTIS, federação que há mais tempo trabalha com esta técnica. Do Professor Domingos Xavier Viegas colhemos o sentimento de que “fala-se muito do fogo controlado, mas ainda se está a fazer pouco.” Mais nenhuma entidade se expressou sobre a matéria.

A primeira mensagem de Hermínio Botelho é que “o fogo sempre existiu, foi um aliado do Homem, foi um factor fundamental para o desenvolvimento da nossa civilização e hoje temos uma má relação com ele. Devemos usar o fogo nos seus aspectos positivos, isto é, usar o fogo como um aliado.”

A FORESTIS sublinha que “o fogo controlado não é uma panaceia, não dá para tudo e até tem limitação na sua utilização, mas permite-nos, de uma forma ecológica conseguir a gestão de combustível, a custos mais baixos.” E dá-nos números interessantes para análise: “temos associações que levam 35 contos por cinco homens a trabalharem durante um dia para limparem um hectare e, com fogos controlados, consigo limpar cerca de 10 hectares, em quatro ou cinco horas.”

Essa é também a opinião do Professor Hermínio Botelho, afirmando que “não temos uma forma economicamente viável ou, pelo menos, eficientemente económica de fazer isto de outra maneira. O custo que comporta limpar ou reduzir o combustível ou os matos num hectare é da ordem dos 750 €. Para mais, com desvantagens ecológicas, já que quando extraímos aqueles matos, estarmos a exportar nutrientes de um solo que já é, de si mesmo, pobre. O fogo é um recurso muito mais interessante do ponto de vista económico e ecológico.” E acrescenta que “o fogo controlado é útil, na medida em que pode reduzir grandemente a dimensão, sobretudo dos maiores incêndios”

O Professor explica que “há duas formas essenciais através das quais, desde há alguns anos, tentamos mostrar a sua «bondade». Uma é a utilização do fogo controlado e outra é a utilização daquilo a que chamamos de fogo táctico ou de fogo de supressão, mais vulgarmente chamado de contrafogo.”

Segundo este especialista, “Portugal foi pioneiro, nos anos 70, neste trabalho de utilização do fogo controlado. E muitos países da Europa vieram, depois, copiar-nos, designadamente a França. Hoje, eles avançaram muito mais do que nós, têm já uma rede de equipas que estão a queimar, rede, essa, que integra florestais, bombeiros, técnicos do ambiente, protecção civil, enfim.”

O Professor Hermínio Botelho disse também que “formámos várias dezenas de técnicos habilitados e, agora, credenciados pela DGRF no uso do fogo controlado. Vai fazer-se, este ano, um curso de formação de contrafogo ou fogo táctico, para o qual recorreremos a técnicos estrangeiros que trabalham connosco. Estou convencido de que, com o número de técnicos que temos, hoje, no terreno, com o número de sapadores florestais, que já vão estando habilitados a suportar o apoio técnico a esses queimadores, no próximo Inverno vamos poder queimar um número de hectares muito razoável.”

O Professor deixa um aviso: “temos de ter uma floresta com capacidade de se proteger a si própria, porque, a breve prazo, não teremos capacidade financeira para resolver o problema dos incêndios.”

Sobre esta matéria pode-se dizer que estamos perante uma técnica útil, que deve ser mais usada, sendo importante investir mais para ter pessoal habilitado para o fazer.

5.5.6. Programa “Voluntariado Jovem para a Floresta” O Instituto Português da Juventude (IPJ), entidade responsável pelo programa, valoriza, desde logo, a sua

inserção na filosofia do voluntariado, referindo que “este projecto nasceu de uma noção mais alargada de que o voluntariado é importante para a formação integral dos indivíduos, sendo este, sem dúvida, o maior projecto de voluntariado do IPJ. Já o foi no ano passado e também o será este ano.”

Foram dadas algumas explicações sobre o modo de funcionamento do programa. “Os principais promotores são basicamente autarquias, juntas de freguesia e associações ambientalistas. As associações ambientalistas estão mais na área da sensibilização e as outras entidades na da limpeza e da vigilância.” Saliente-se que “os jovens fazem a inventariação, a sinalização e a manutenção de caminhos florestais e acessos a pontos de água, a recuperação de caminhos de pé posto, a limpeza e manutenção de parques de merendas, a vigilância move e fixa nos postos de vigia e, ainda, dão apoio logístico aos centros de prevenção e de detecção de incêndios florestais.”

O IPJ explicita que “os voluntários são mobilizados para prevenir e sensibilizar as populações para as questões dos fogos florestais e são colocados à disposição das entidades que, no terreno, têm responsabilidades sobre essa matéria, seja a GNR, seja a Protecção Civil, sejam os bombeiros.”

Quanto à sua distribuição no terreno “no ano passado, a prioridade para os voluntários foram os parques e reservas naturais. Este ano, para além de não termos abandonado os parques naturais e toda a área da Rede Natura a pedido da DGRF vamos trabalhar na área da prevenção dos fogos junto dos perímetros