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6 | II Série C - Número: 035 | 3 de Março de 2007

Estados Unidos da América e de organizações internacionais, como o Banco Mundial (BIRD), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Em termos globais, a China operou uma das mais rápidas transformações económicas dos últimos cinquenta anos.
As reformas internas, efectuadas pelo Governo, e o investimento directo estrangeiro em termos monetários, tecnológicos e profissionais foram a alavanca do boom económico, vivido na China, desde 1978.
Nas palavras de ZHIBIN GU retiradas da sua obra Made in China: O maior palco da globalização do séc.
XXI», «...as multinacionais e os investidores estrangeiros detêm um importante papel neste progresso. São eles que trazem capital, produtos e tecnologia para a China. Mais ainda, são eles que trazem novas ideias, modelos profissionais de gestão e experiências diferentes».
Mas a questão mantém-se: conseguirá a China controlar o crescimento desenfreado da sua economia, de forma a obviar um crítico revés com impacto não só na sua economia mas também no próprio mercado internacional?

2 — Análise da actual situação económica da China

O último Relatório Trimestral da Economia Chinesa, publicado a 14 de Novembro de 2006, em Pequim, pelo Banco Mundial, veio corrigir os valores previstos para o crescimento económico, apontados, anteriormente, em Abril do mesmo ano.
Neste sentido, também a Asian Development Outlook 2006 5 6 procedeu à actualização dos referidos valores.
Assim, estima-se que o crescimento económico, em 2006, tenha atingido os 10.4%.
Relativamente ao mesmo período de 2005, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu perto de 10.9%, na primeira metade de 2006, e com 11.3%, no segundo trimestre, naquele em que registou o maior crescimento, desde 1994.
O aumento do PIB foi claramente determinado pelo fluxo de investimentos, tendo esse mesmo investimento, em activos fixos, atingido valores na ordem dos 29.8% de Janeiro a Junho (bem acima do seu objectivo oficial de 18%) e continuado, assim, a enorme expansão registada na segunda metade de 2005.
No que concerne às despesas de consumo, apesar de se ter verificado um forte crescimento na venda a retalho, na ordem dos 12.4%, no geral, não acompanhou a rapidez de outros números, podendo vir a ser um pouco mais lento do que o previsto.
Na verdade, por seu lado, o consumo cresceu numa média de 8%, desde o início de 1990.
As condições favoráveis da economia global e as exportações foram determinantes e contribuíram, de forma positiva, para o rápido crescimento das trocas comerciais na primeira metade de 2006.
As exportações e as importações cresceram, respectivamente, 25.2% e 21.3%, e isso levou a um superavit de 61.4 biliões de dólares, na primeira metade do ano.
Espera-se que o actual superavit ronde 7% do PIB, em 2006, resultado ligeiramente inferior ao registado em 2005, em que alcançou 7.2%.
O investimento directo estrangeiro caiu ligeiramente, talvez como consequência de uma política mais restrita, adoptada pelo Governo chinês, principalmente quanto à área do imobiliário.
A inflação dos preços no consumo permanece controlada, apesar de o crescimento ter sido rápido.
O crescimento anual no índice dos preços de consumo projecta-se para 1.6%, bem abaixo da previsão de 2.3%.
Por outro lado, a subida de preços no âmbito do imobiliário/habitação é uma das grandes preocupações do Governo chinês.
De facto, as pressões neste sector aumentaram, devido a uma liquidez fácil, bem como à afluência dos empréstimos, para além dos sempre presentes movimentos especulativos.
Numa tentativa de controlar o crescimento, o Governo impôs novas restrições ao desenvolvimento imobiliário.
Em Abril, por exemplo, a prestação mínima em apartamentos maiores que 90 m2 foi aumentada de 20% para 30%, e foram aplicados impostos mais altos na venda de apartamentos detidos há menos de 5 (cinco) anos.
Foram ainda introduzidos aumentos de 20% nos impostos à habitação em certas cidades, tendo, posteriormente, essa medida sido estendida a todo o país.
Com este «vigoroso» crescimento económico, o rendimento fiscal cresceu 22% nos primeiros seis meses de 2006, tendo, no mesmo período, o consumo crescido 17.5%.

3 — Preocupações decorrentes do elevado ritmo de crescimento

a) Moderação do crescimento económico: A aceleração do crescimento tem subjacentes grandes preocupações em relação à sobrecapacidade e à possibilidade de um doloroso revés na actividade económica.
As autoridades chinesas têm demonstrado o seu desconforto face à velocidade da expansão económica, pelo que têm vindo a adoptar medidas rígidas, incluindo: 5 Cfr. Asian Development Outlook 2006 Update ((Anexo IV).
6 Cfr. Asian Development Bank (ADB) — Overview Presentation on ADB's Operations in PRC (Anexo V).