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9 | II Série C - Número: 035 | 3 de Março de 2007


4 — Perspectivas para 2007

No último Relatório Trimestral da Economia Chinesa, publicado pelo Banco Mundial, 11 afirma-se que o desenvolvimento macroeconómico da China tem boas perspectivas de evolução, permanecendo a um ritmo de aumento estabilizado.
Apesar de o Governo Chinês querer abrandar o crescimento económico, não se prevê que queira arriscar uma desaceleração repentina.
A criação de postos de trabalho e a redução das assimetrias nos valores dos salários continuam a ser as maiores prioridades, e requerem um crescimento sustentado.
Efectivamente, o Governo pretende minimizar os problemas que o crescimento económico da China agudizou, nomeadamente o aumento da desigualdade nos salários e o aumento de problemas sociais.
O boom da economia está também a ter um alto custo no que se refere à poluição, pelo que, a protecção ambiental consiste, igualmente, numa crescente prioridade do Governo Chinês.
Estes objectivos encontram-se, aliás, bem definidos nas directrizes do 11.º programa de 5 anos (2006-2010), delineado pelo Governo central.
A par das medidas a implementar pelo Governo chinês é também importante que continue a ser cativado o apoio financeiro de outras entidades para projectos de reconhecido valor no combate à poluição, à pobreza e às assimetrias sociais.
12 No que respeita às previsões económicas para o ano de 2007 podemos referir sucintamente o seguinte:

a) O excedente das receitas bem como o crescimento das exportações deverá abrandar no próximo ano, devido à situação económica mundial e aos esforços governamentais, no sentido de abrandar a exportação intensiva de produtos; b) O alargamento no sector dos serviços deverá estimular importações por esse sector, em resultado dos compromissos da China com Organização Mundial do Comércio (OMC); c) A conta actual de excedentes (superavit) deverá diminuir cerca de 6.8 % do PIB em 2007; d) Relativamente à inflação dos preços do consumo, conjecturam-se pequenas alterações no próximo ano; e) Prevê-se uma inflação reduzida no preço dos alimentos que, a par de uma capacidade excessiva de produção, irá manter uma menor pressão sobre os preços; f) Aumentos nos salários do sector público e um controlo público da água, da energia e de produtos petrolíferos, bem como as facilidades na concessão de crédito, deverão provocar aumentos em alguns preços de bens de consumo.

A conjugação de todos estes factores fez com que o Banco Mundial alterasse a sua previsão do crescimento económico chinês de 9,3% para 9,5%, no ano de 2007.
O relatório do Banco Mundial veio, igualmente, apaziguar algumas preocupações relativas à situação económica de risco, da China, supostamente resultante do desenvolvimento económico desenfreado.
Como explicou Louis Kuijis, economista do Banco Mundial, «A China tem mantido o baixo nível da sua inflação, com equilíbrio de oferta e procura, o que significa que não apareceu na China o grande desequilíbrio económico interno, sendo o seu crescimento económico verdadeiro».
Não obstante a confiança demonstrada na China, o Banco Mundial indicou que o maior problema do País, a curto prazo, será o superavit comercial, tendo aconselhado, nomeadamente:

a) O aumento do consumo interno chinês; b) O investimento num sistema de previdência social e educação; c) O aumento das taxas de juro; d) O empreendimento de reformas estruturais para reavaliar a energia, os recursos naturais, a terra e os danos ambientais.

Por seu lado, e independentemente dos problemas de pobreza, degradação ambiental e escassez de recursos energéticos, que considerou como os futuros desafios a enfrentar pela China, também a União Europeia confere um voto de confiança à capacidade do Governo para estabilizar a economia chinesa.
Mais ainda! A União Europeia pretende reforçar a sua intenção de estabelecer laços fortes com a China, de que o documento EU-China: Closer Partners, Growing Responsabilities, outorgado pela Comissão Europeia é bem um exemplo.
13 Sublinhe-se, igualmente, que a União Europeia e a China partilham pontos comuns para além das questões económicas, nomeadamente nas respectivas políticas externas relativas ao Irão e à Coreia do Norte e que 11 Cfr., também, Asian Development Bank, Basic Statistics, 2006, Developing Member Countries (Anexo VII).
12 Cfr., a este respeito, as iniciativas do Asian Development Bank no financiamento de projectos nas áreas do desenvolvimento rural, da energia, dos transportes e da assistência social.
13 Cfr. «China Daily», edição de 25 de Outubro de 2006 (Anexo VIII).