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74 | II Série C - Número: 029 | 20 de Julho de 2009

acréscimo de 177% para o petróleo e 91% para o gás natural face a 2002. A agravar a situação, o facto de tal dependência estar afunilada no petróleo, cujos derivados, em 2005, já representavam 68% do consumo final de energia.
Os estrangulamentos das políticas energéticas identificam-se nesse défice mas também na elevada irracionalidade dos consumos de energia, de que decorrem baixas eficiências, desperdícios e elevados impactos ambientais, no subaproveitamento do potencial endógeno e agravada dependência do exterior. Com uma poderosa factura energética, elevadas e crescentes intensidades energética e carbónica, elevados preços comparativos para consumidores e empresas, temos hoje em Portugal uma questão energética.
O País apresenta ainda a contradição de, simultaneamente, ter uma enorme dependência face aos combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que dispõe de elevados e diversificados potenciais em energias renováveis (solar, eólica, oceânica, biomassa e hídrica) largamente inexplorados.
3. Uma conclusão objectiva – a necessidade de revolucionar / mudar de paradigma energético. Uma mudança que reduza drasticamente a dependência das energias fósseis, aumente significativamente a eficiência energética do consumo, trave as emissões de CO2 e aproveite o potencial endógeno do País em energia a um ritmo sustentado.
O novo paradigma passará obrigatoriamente por um mix de diversas formas e origens.
Um mix onde as energias fósseis têm de perder significativamente peso, a par da crescente presença das renováveis e aproveitamento dos recursos endógenos, e onde a eficiência energética é uma exigência transversal a toda e qualquer política. O que exige a mudança de paradigma nos transportes. A sustentabilidade como principal critério decisor. Sustentabilidade como um conceito que integra três dimensões: as fontes de energia «não devem ser substancialmente exauridas pelo uso continuado»; a sua exploração e usos «não devem gerar emissões poluidoras e outros riscos para o ambiente a uma escala significativa» e «não envolvam a perpetuação de riscos para a saúde humana, assim como de injustiças sociais».