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13 DE SETEMBRO DE 2019

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– nas regiões plano coexistem zonas de «interior» e do litoral, cujas condicionantes de desenvolvimento são distintas, pelo que os futuros programas de desenvolvimento, nacionais ou europeus, devem discernir esta marcada realidade, evitando situações de concorrência iníqua entre apostas do «interior» e do «litoral»;

– a articulação das estratégias regionais de inovação com políticas nacionais de investigação científica, muito especialmente ao nível das infraestruturas;

– evitar mecanismos spill-over utilizados no passado, pois vários indicadores económicos e sociais revelam que os anunciados efeitos desses investimentos nas principais centralidades do país, não se têm feito sentir no resto do País.

A valorização do conhecimento será tanto maior, quanto melhor a estratégia se adaptar ao local, isto é,

quanto mais harmoniosamente considerar as especificidades regionais, nomeadamente: a realidade demográfica e socioeconómica; os ativos endógenos; a rede de IES e de centros de investigação e de inovação; e a articulação com as estratégias e as políticas de investigação nacionais e europeias. Por isso, é muito importante que se verifique também uma descentralização proactiva de centros de investigação de referência, em domínios científico e tecnológico específicos de grande potencial regional.

Em síntese, a visão para um País regionalmente mais equilibrado deve ter como pilar a incorporação do conhecimento em atividades especializadas geradoras de valor.

6.3 – Os Alicerces: o papel das instituições de ensino superior Nos diferentes contextos das realidades regionais, a construção e consolidação de ERI sustentáveis exige

considerar as pessoas – os residentes e as que se desejam atrair, nomeadamente as qualificadas – como principal ativo de uma região. É sobretudo no talento e na qualificação que se consubstancia, cada vez mais, a competição entre empresas, instituições, cidades, regiões e países.

O alvo da atividade dos ERI são as empresas, onde se gera a riqueza capaz de alimentar o ciclo virtuoso da criação de emprego de qualidade, essencial à atração e fixação de pessoas.

Os elementos estruturantes dos ERI são os seus membros não-empresariais, as entidades gestoras do território, nas suas dimensões físicas e imateriais, bem como as IES e outras estruturas científicas, de inovação, de certificação, ensaio e de formação. Os ERI devem ser abertos a outras instituições, nomeadamente associações de diferente natureza, cujo contexto regional e a estratégia de desenvolvimento justifique.

São elementos diferenciadores os recursos naturais e/ou patrimoniais endógenos, realidade onde se deve atender a eventuais e desejáveis especificidades da sua articulação com os sistemas económico-produtivo e científico-educacional locais.

No entanto, importa assumir que os alicerces dos ERI são as IES, universidades e/ou institutos politécnicos que, por questões de massa crítica e das dimensões educacional e científica, têm um papel incontornável. Reafirmando que o sucesso dos ERI residirá no desempenho das suas empresas e da qualidade de emprego que venham a proporcionar, não se vislumbra a possibilidade de criar um ERI sem a existência de, pelo menos, uma IES.

De facto, a importância que a criação e difusão de conhecimento tem na economia do século XXI confere às universidades e às estruturas de inovação um papel fundamental. Esta centralidade reforça o seu papel na promoção da inovação, envolvendo diferentes atores a nível regional, nacional e global. Contudo, no contexto dos desafios do desenvolvimento regional, este papel só será efetivo se as IES fizerem transformações internas e de posicionamento, assumindo este desígnio institucionalmente.

Esta transformação exige um alinhamento, contextualizado com a realidade alvo, com o conceito de universidade de quarta geração51 que: i) para além das dimensões educativa e de investigação da universidade moderna, tem estratégias e práticas de valorização do conhecimento e proatividade no desenvolvimento económico; ii) para além dos papéis fundacionais da instituição universitária de procurar a verdade e o conhecimento, assume o papel de motor da economia local; e iii) para além de académicos e cientistas, envolve especialistas locais na sua gestão.

51 Bence Zuti and Miklos Lukovics, 2015; https://mpra.ub.uni-muenchen.de/77460/; posted 16 March 2017.