DE JULBO DF. 1991107
imbdni nib tonho — de quo a cdlebre nota confidencial
i acrescentada polo Sr. Socre[ñrio do Estado.
E quo, de facto, se a roibrida nota tivesse sido exarada
a data do despacho, ames do a imprensa ter bevado o
aso no dorninio péblico, penso quo o Sr. Sccretário do
stado tinha o dover do, irnediatarncntc, comunicar as seas
dvidas s autoridades judieiais. Mas, mesmo quo o não
izesse, näo poderia era sonegar csso facto, quando as
wtoridades judiciais — o thhunal — Tim pedirarn. Portarno,
Eorrnubei esta convieçflo an altura. Isto 6, fiquei
)erfenarnente conveneido — e ainda hoje estou — do quo
a nota confidencial foi acrescentada ao despacho depois
do o jomal Expresso, onde trabaiho, ter noticiado o facto.
Ha mornentos, o Sr. Deputado fez-me uma pergunta
sobre so teriä havido contactos prdvios.
Ora, näo assisti a esso cdlebre abraço, quo ja noticici,
polo menos, duas vezes, trocado entre o Sr. Secrcuirio de
Estado e 0 Sr Dr. Antonio Mow Figueircdo, presidente
do conseiho de administraçäo da Cerârnica Campos.
No entanto, foi-rne referido por virias pessoas. Mas sO o
mmci corno verdadeiro c sO o escrevi, depois do ter-me
sido comprovado por dois magistrados, urn doles,
magisisado judicial, quo me comprovou quo era verdade,
quo estava Id, na bancada contra!, c tinha visto esse abraço.
Paid uma vcz. corn o Sr. Secretario de Estado, quando
já andava a investigar cSta inaidria C falei coin ole normal
mente. 0 Sr. Sccretdrio de Estado nao suspeitava sequer
quo eu já estava a invostigar esto processo da Cerflrnica
Campos, quando lalci corn ole, por ocasião de urn Conselho
Naciona] do PSD. quo love lugar em Coimbra. Na altura,
inquirito acerca desse abraço: < Sr: Sccretário do Estado fbi visto a uhraçar aqucle senhor cia Cerâmica Canipos, do Avoiro, quo csteve prcso?” o Sr. Secrcrio do Estado rcspondpu-rne: < campanha cloitoral, as pessoas vëm abraçar-rnc, cu näo posso recusar c acm sabia qiicrn era.>> Logo nesse mesmo dia, Intel corn outras possoas, pro- scales no Consclho Nacional do PSD, que inc dornonstra ram quo o Sr. Socretário de Estado montia. E quo me disseram quo eTC e o Dr. AntOnio Mow Piguciredo cram Intirnos, quo ole tontou quo o Dr. AntOnio Mota Pigueircdo fosso candidato do PSD a Cümara Municipal do Aveiro. Isw foi-rne confirtnado poe rnernhros do Conseiho Nacional do PSD. Al, conclul quo o Sr. Secrctario do Estado me tinha menudo, ao dar-me aquela resposta, 0 quo, alias, nab. me perturbou muito, porquc, como jornalista, o que mc acontece corn rnais frcquëncia 0 os politicos montirem-mo, ou no me responderem a perguntas ernbaraçosas quo po dom compromotë-los.Na ocasiäo, confinnci urn facto. E quo, enquanto presi dente da distrital do PSD do Aveiro, o Sr. Secretdrio do Estaclo tentou qua o Dr. AntOnio Mow Figueirodo fosse candidato do partido a Cãinnra. Houvc duas pCSSOaS do Aveiro, membros do Consciho Nacional do PSD, quo rno disseram o, momentos amos, o Sr. Secrcuirio do Estado tinha-me dito quo tinha sido abraçado como o 0 por qualquer popular quo fica muito eufOrico quando ye urn politico. Ate achei piada o cheguoi a escrever mais tarde quo nño considerava o Dr. AntOnio Mota Figueircdo corno urns pessoa quo ficasse tOo exaltada, tibo exulmnte, por ver o presidonte da ‘Jistrital do PSD quo andava em campanha. Tudo isto consutulu urn arnontoar do factos quo rne levaram a formar esta convicçibo: o Sr. Secreuirio do Estado e o presiclente tin Cerarnica Carnpos cram arnigos: essa arnizade unha ineidências politicas ou, pebo monos, unha incidências nas rclnçOcs politieas. 0 facto de o Dr. Mota Pigueiredo tor sido preso C do tor sido despoletacto o processo da CerOmica Campos terá dcitado por terra a hipOtese do vir a sor candidato social-democrats as ebeiçOes pan a Camara Municipal de Avoiro. Mao posso confirrnar so foi isso ou so real sido por outras razOes, como a do luta intorna do partido on do outros opositores quo terá tido.Mas, na verdado, mais rarde, quando Live acesso no do curnento quo ostaboicco o pcrdño e, sobrotudo, quando confirrnei a rapidez corn quo o despacho foi exarado, a forma corno o requerimento ontrou directamente na Soorotaria do Estado, scm tor segnido os trâmites Postoriormente, jive a inforrnaçao, por vdrias pessoas, do quo o Dr. AntOnio Mow Piguciredo, no do uma forum gabarola rnas, polo menos, pam acatniar ou para conseguir dotorrninadas coisas quo nib sci procisar, toni dim quo o assunto < Estadox’. Duas entidades diforentos comprovararn estas palavras.Portanto, tudo isto inc ievou a briar a convioço, quo ainda hojo mantenho, do que terá havido intenço deliborada do concedcr urn benoficio fiscal a ornorosa, quo, a partir do rnornento em quo boi noticiado, procurou arranjar-se justificaçOes quo oshatessem o diluissem o eventual efeito politico nogativo quo taT facto term sobro o mombro do Governo em eausa, sobro o próprio Governo c, naturalinente, sobro o partido quo apoia o Covorno. Chcgou-se ao porno do aparooer a taT now, que, para mim, é a maior contradiçao do todo oste processo, ate porque, se, realinonte, foi contornporânea do propric dospacho, Toys a cror quo o Sr. Socrotdrio do Estado nunca eomunicou ‘as autoridados as suspoitas do urn delito muitu mais condendvel do quo o prOprio perdao, do ponto do vista ãtico o legal. Isto e, o Sr. Seoretdrio do Estado tinha suspeitas do quo a ornpresa lavavax’ dinheiro provoniente do uma actividade dobituosa — o conuahardo —- e,polo menos quo so saiba, nunca tomou qusicluor iniciativa do donuneiar osse facto — e eu proeurci investit-ar C indagar isso. Polo eontrário, quando o tribunal bhe pe(liu, enviou a vorso do seu dospacho onde essas dOvidas new soquor constavarn.Portanto, repito quo isto mc levon a formular as convicçOes quo, ainda hojo, rnantenho. 0 Sr. Manuel dos Santos (PS): —Sr. Prosidonte, não protcndo monopo]izar o didiogo, alids, penso quo o Sr.Dr. AntOnio Marinho faciirncntc podord acabar do responder ‘as quostoos quo ihe coloquoi, ate porquo já fez uma oxposiço suficientemente longa. No entanto, ainda quero fazer urna ohsorvação, a propOsito do uma afirmaçäo quo fez roeentomento.0 Sr. Sccrctãrio do Estado deciarou pubiicanicnto quo so tratou do urn ongano dos serviços. Isto C, os serviços tero enviado o primoiro ofioio sern o dospacho completo o o Sr. Secretário do Estado atribuiu isto ‘a rosponsabilidade dos serviços. Ora, isto näo estO em causa. 0 quo ostá em causa 0 quo, ha pouco, perguntoi-lho so tinha conhocirnento da existCncia do aiguma reunio preparatOria legftima näo estou a dizer quo nub o seja —, rnelhor dizonch, do algurn contacto preparaidrie do urn reqticrirnerito quo acabou por ser objocto do dcspaoho. Pergtmto-lhc isto porquo urna das coisas quo V. Lx.’ roCoco naiguns dos scus escritos é, inclusive, a possibilidade de o rcquorimcnto ter skb daetilografado nuina rnáquina da próoriv. Serrewria do Estado.