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16 DE NOVEMBRO DE 1992 117

vazamento foi processado em Outubro. Portanto,tecnicamente, a vossa empresa não teria tido tempo defazer o estudo ou, então, o vazamento da barragem teriatido de ser atrasado, não é verdade?

O Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: —4 Exactamente.É isso mesmo,

O Sr. Luís Peixoto (PCP): — Portanto, presumo quese tivessem realizado o estudo teria de ter sido atrasado ovazamento da barragem. Ou o vazamento não seria viável,não é?

O Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: — Se a nossaempresa tivesse feito o estudo nas condições em quepropúnhamos — em menos tempo não era possível fazê-lo —, mantendo as condições de funcionamento queexistiam na altura, aconteceria exactamente o que dii, istoé, antes de meados ou do fim de Setembro, não teria sidopossível continuar o esvaziamento.

O Sr. Presidente (Eduardo Pereira da Silva): — Tem apalavra a SrY Deputada Conceição Castro Pereira.

A Sr.a Conceição Castro Pereira (PSD): — Sr. Engenheiro, peço-lhe desculpa por insistir mas isto toca-meparticularmente.

Há pouco, o Sr. Engenhefro falou na parte ambientalquaiido disse que esta fazia parte de todos os estudos paraconstrução de barragens e, tanto quanto percebi, referiu--se à zona a jusante e disse que se houvesse qualquerruptura, tal como aconteceu em França, as lamas iriamestragar todo o caminho que ft)sse percorrido por aquelaonda...

O Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: —Mas tambémdisse a montante.

A Sr.a Conceição Castro Pereira (PSD): — Era exactamente isso que queria perguntar-lhe.

Certamente que nestes 30 anos de existência da COBAjá fizeram muitas reparações em barragens e já procederama intervenções mais ou menos do género da que iriaprocessar-se no Maranhão. Se responder que sim, far-lhe-ei outra pergunta, se não...

O Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: — Temos intervindo em bastantes barragens, um pouco por esse mundofora e, por exemplo, ainda há uns meses alrá.s, acabámosde fazer uma intervenção numa barragem que projectinosnos anos 60. Trata-se de intervenções de tipo ligeiramentediferente mas não há dúvida nenhuma de que as temosfeito para reparações.

É que, tal como as pessoas, as barragens tambémadoecem e também precisam de ser tratadas e muitos dostratamentos até são feitos através de injecções. Portanto,trata-se de uma acção frequente e é da nossa práticaintervir, Repito que não temos trabalhado em muitos casosdesses mas mais em projectos novos, no entanto, temosfeito intervenções desse tipo a dois níveis. Por exemplo,temos feito trabalhos de alteamento de obra, comoé o casoda barragem de Cambambe, que já existe e está afuncionar, em que fizemos um projecto para alteá-la em

mais 20 m e também temos feito reparações em barragensmais antigas, que precisam de ser tratadas paracontinuarem em funcionamento. No entanto, repito que nãome recordo de termos feito qualquer trabalho do tipo desteque nos era proposto. Isto é, temos intervindo em barragens, quer projectadas por nós próprios quer por outros.Por exemplo, neste momento, na Argélia, estamos a fazertrabalhos do mesmo tipo, isto é, em barragens que secomportam mal, que deixam passar água pela fundação,etc. Trata-se de uma actividade tão nobre como a deprojectar de novo mas não me ocorre que tenhamos tidouma intervenção exactamente igual à da barragem doMaranhão.

A Sr.’ Conceição Castro Pereira (PSD): — Interessava-me era saber se nesse tipo de reparações que têm feitoalguma teria incluídà o esvaziamento da barragem.

O Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: — Isso sim. Nonosso país, fizemos várias intervenções muito importantesno tratamento de barragens, como é o caso da barragemda Louçã e, nomeadamente, de barragens da EDP, velhase comportando-se mal, em que a única solução foi essa,depois dos estudos fçitos. Isto é, decidiram que a únicasolução era o esaziamnento, após a elaboração de umconjunto de estudos que levou à conclusão de que não erapossível actuar sem esvaziar. Em Portugal, há três ouquatro casos de barragens importantes em que issoaconteceu como, por exemplo, em Venda Nova, mas nãopor intervenção da COBA.

oqxsA SrY Conceição Castro Pereira (PSD): Sr. Enge

nheiro, saberá dizer-me se em casos anteriores em quehouve esvaziamento para reparação terá ou não havidomorte de peixes?

O Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: — Não sei dizer--lhe isso mas é provável que tenha havido, embora nãosaiba se terão morrido muitos ou poucos. A menos quetodos os peixes tivessem saído a tempo da albufeira... Defacto, não sei responder à sua pergunta.

A Sr.’ Conceição Castro Pereira (PSD): —Muito obrigada.

O Sr. Presidente (Eduardo Pereira da Silva): — Tem apalavra o Sr. Deputado José Sócrates.

O Sr. José S&rates (P5): — Sr. Engenheiro, em primeiro lugar, gostaria de saber se uma reparação deste tipo,isto é, uma descarga de fundo, implica sempre oesvaziamento da barragem ou se há soluções técnicas parafazer estas reparações que não exijam essa operação que,naturalmente, é de grande impacte ámbiental.-

Silo Sr. Engenheiro Ricardo Oliveira: — Há todas ashipóteses. Pode fazer-se reparações de descargas de fundosem tocar numa góta de água, sem baixar um centímetroao nível de água na albufeira, e há outras que exigem oesvaziamento total.

O Sr. José Sócrates (PS): — Neste caso, o Sr. Engenheiro não eitá na posse de infórmação técnica sobre o