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Nacional da PJ pergunta-lhe se conhece o Director do SIS. Sinceramente, não consigo atingir o grande relevo que V. Ex.ª quis dar aqui a essa pergunta. Qual é o problema? Não é normal um director nacional da PJ perguntar a um responsável, como V. Ex.ª, se conhece um director do SIS? Há aí razão para alguma estranheza?
V. Ex.ª usou a expressão "isso é estranho". Gostava que precisasse, aqui, a razão da estranheza, porque, às vezes, as expressões vagas são muito mais perigosas do que as imputações muito concretas. Portanto, convém que não fiquem aqui quaisquer dúvidas. Qual é, então, a razão da estranheza por perguntarem a V. Ex.ª se conhecia o Director do SIS?
Outra questão que também gostava de lhe colocar é esta, Sr. Dr.: V. Ex.ª manifestou aqui grande perplexidade em relação a determinada notícia do O Independente e da possível fonte dessa notícia. Pergunto-lhe se não deve manifestar igual perplexidade relativamente a todas as notícias e a todas as fontes, inclusivamente aquelas notícias do Expresso, que o Dr. Louçã há pouco referia, e outras. Ou só as notícias de O Independente é que lhe causam perplexidade?
Quando se trata da PJ e se fala de perplexidade quanto à fonte de notícias, calculo - e pergunto - que a perplexidade é extensiva a todas as notícias. Portanto, Sr. Dr., coloco-lhe também essa questão: não lhe causam também perplexidade as outras notícias?
V. Ex.ª falou de histórias de bastidores. Não vou, também aqui, frisando a sua qualidade de magistrado, esgrimir com o valor das vozes públicas e dos rumores pessoais, que V. Ex.ª bem conhece, pois conhece bem o Código, pelo que não preciso de ir aí, e sabe bem que os rumores pessoais não valem coisa nenhuma.
De todo o modo, peço-lhe que, nesta sede, concretize mais essa suspeição, porque fica a suspeição, mas não fica nada concreto. Como a suspeição é perigosa, também peço que V. Ex.ª concretize esse ponto.
Sr. Dr., peço-lhe ainda que concretize a tal divergência estratégica com o Ministério dos Negócios Estrangeiros em factos, Sr. Dr.. concretize onde é que está a razão dessa divergência?
Por último, V. Ex.ª referiu que quem o convidou terá sido a Sr.ª Dr.ª Cândida Almeida…

O Sr. Osvaldo Castro (PS): - Não foi isso que disse!…

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Se não foi isso que disse, o depoente terá ocasião de o referir. Não estou a instar o Sr. Deputado Osvaldo Castro, por muito que goste de o ouvir, e sabe bem que isso é verdade. De todo o modo, o Sr. Dr. terá aqui ocasião de o referir.
A impressão com que fiquei foi que V. Ex.ª terá dito que foi a Dr.ª Cândida Almeida que o convidou. A ser verdade, pergunto-lhe se é capaz de nos explicar se ela lhe disse para o que o estava a convidar. Convidou-o para quê?
É tudo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para responder, o Dr. Pedro Cunha Lopes.

O Dr. Pedro Cunha Lopes: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, em primeiro lugar, agradeço-lhe as três vezes que me lembrou a minha qualidade de magistrado, mas julgo ser desnecessário relembrá-la, porque eu tenho actuado nessas funções. Julgo que, também no meu passado, não tenho razões para que alguém desacredite daquilo que eu digo. Tal como, obviamente, eu não lembrarei cada um dos Srs. Deputados que é Deputado, por três vezes, pois, isso, às vezes, pode parecer deselegante.
Quanto a outra expressão sua, permita-me também que o corrija. Quando referiu a expressão "quer convencer", eu devo dizer que não quero convencer ninguém de nada. Estão a fazer-me perguntas, eu não pedi para vir cá e respondo aquilo que sei. Ao que não sei, digo que não sei!
Portanto, permita-me corrigi-lo nessas duas partes.
Quanto à parte da Dr.ª Maria José Morgado, naturalmente que as perguntas devem ser dirigidas a ela, uma vez que ela é que sabe por que se demitiu.
Não sei se houve algum telefonema, ou não, da parte do Sr. Director Nacional relativamente à Dr.ª Maria José Morgado. Não sei! A mim, também me foi sugerido que eu me demitisse... Portanto, eu podia estar hoje aqui na qualidade de demitido. De facto, se eu tivesse aceite o repto do Sr. Director Nacional, eu hoje não estaria aqui demitido por ele, mas teria apresentado a demissão, porque foi essa a sugestão que me foi primeiramente feita. Portanto, não sei, mas a Dr.ª Maria José Morgado, com, certeza esclarecerá essa questão.
No que diz respeito à questão do Sr. Director ter o direito de escolher as pessoas que fazem parte da sua equipa, claro que tem. Claro que tem esse direito!
Quanto aos depoimentos indirectos, quem valora esses depoimentos será esta Comissão, são os juizes quando fazem julgamentos. As testemunhas depõem sobre os factos e é isso que eu estou a fazer. Não estou aqui preocupado em saber se o meu depoimento é directo ou indirecto, se tem valor, em que termos é que tem valor, etc. Saiba o Sr. Deputado que os depoimentos indirectos, às vezes, têm algum valor, nos termos dos Códigos vigentes.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - De que é autor!

O Sr. Pedro da Cunha Lopes: - E não só. Mas também não me cabe a mim explicar isso, Sr. Deputado. Portanto, têm algum valor em certos termos residuais.
Relativamente à questão do Director do SIS, é óbvio que, quando me perguntaram: "conhece o Director do SIS?", não foi no sentido de saber se eu conhecia o Director do SIS e se ia almoçar com ele... É óbvio que me disseram: "Veja lá o que andam para aí a dizer, o que é que andam a fazer. Conhece o Director do SIS? Olhe que ele tem muita influência junto de…"
É óbvio que, tendo em conta o contexto, eu interpretei - e só assim podia ser interpretado - no sentido que de haveria algumas informações que teriam vindo desse serviço, mas não sei quais. Estou a dizer o que se passou comigo. A mim perguntaram-me: "Veja lá o que é que se passa consigo". Eu disse: "Não se passa nada. Não tenho de perguntar nada a ninguém". Eu achei despropositado perguntarem: "Então, mas conhece o Director do SIS?" Portanto, é só isso que eu digo e não quero tirar daqui mais ilações.
Quanto às fontes do Expresso e às fontes de O Independente, Sr. Deputado, que eu saiba, o Expresso ainda não foi desmentido. É que a questão está aí. As fontes do Expresso, e o que ele referiu, ainda não foram desmentidas. O Independente referia-se a fontes do Director Nacional e foi desmentido cinco dias depois… A questão não está em saber se há fontes, se não há fontes. Como vêm,