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há matéria reservada, que eu reservei para este momento, e que não apareceu em nenhum jornal. Eu também não apareci em telejornais, não apareci na comunicação social.
Portanto, a questão não está nas fontes, mas, sim, em saber quais é que foram desmentidas e quais é que não foram. E aí, se calhar o Expresso… Também não tenho relação pessoal com ninguém do Expresso, mas, se calhar, esta versão do Expresso ainda não foi desmentida e se calhar a versão de O Independente já foi, nomeadamente pelo Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária, com cinco dias de atraso.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): - Os desmentidos não têm prazo!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, os apartes não constam da acta.

O Sr. Osvaldo de Castro (PS): - Mas vindos do relator…

O Sr. Presidente: - Dr. Pedro da Cunha Lopes, os apartes não ficam registados na acta.
Se o senhor quiser, pode comentar, mas depois não fica registado na acta e não tem uma percepção…

O Dr. Pedro da Cunha Lopes: - Apartes, por natureza, não comento. Respondo ao que me perguntam, mas a apartes não respondo. Tal como não falo de tricas, tal como não falo de bastidores, não falo de apartes.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, o Dr. Pedro Cunha Lopes vai continuar a responder ao Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo e vamos seguir a ordem das inscrições.
Não vamos cortar aqui a sequência lógica do depoimento, que está a ser correcto até ao momento, e vamos segui-lo até ao fim.

O Dr. Pedro Cunha Lopes: - Quanto a suspeições pessoais, foram feitas suspeições pessoais sobre a minha vida privada: se saía à noite, se não saía à noite, o que é que fazia, onde é que andava... Foram feitas declarações - que se podem dizer aqui - de que eu tinha deixado fugir um perigoso terrorista, que era o tal indiano.
Ora, quem sabia da questão do indiano, do Abu Salem, era eu, o Sr. Director Nacional e alguns membros da DCCB. O cunho da investigação também foi complicado, por questões técnicas e por questões de opção, e chegou aos jornalistas que eu tinha ido pedir um helicóptero não sei onde, para ir buscar uma bomba no Alentejo… São essas versões que, no domínio do poder, servem para justificar o que não tem justificação.
Portanto, este tipo de suspeição não foi posto a correr por mim e alguma, como vêm, é matéria reservada de que só eu e o Sr. Director Nacional tínhamos conhecimento. Obviamente que, com estes contextos, não era eu que a poria a correr.
Quanto à questão da Dr.ª Cândida Almeida, mais uma vez lhe refiro que não me convidou para nenhum cargo. A Dr.ª Cândida Almeida telefonou-me a perguntar se o Sr. Desembargador Adelino Salvado me podia telefonar e nem disse para quê.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para pedir esclarecimentos adicionais, o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo. Peço-lhe que seja rápido.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes, foi muito útil e esclarecedor, mas, mesmo assim, quero deixar duas notas e pedir-lhe um esclarecimento adicional.
Chamo a atenção de que V. Ex.ª, em relação às notícias, questionou as fontes; não pôs em causa as notícias. Portanto, como pôs em causa a idoneidade das fontes e a seriedade e legitimidade de determinadas pessoas para serem fontes e tendo em conta que as notícias publicadas, quer umas quer outras, só podiam ter como fontes pessoas oriundas do mesmo espaço, a minha questão foi quanto à legitimidade de todas, umas e outras, para serem fontes e não para questionar a notícia em si.
De todo o modo, isto é um aparte.
Gostava que V. Ex.ª me esclarecesse a seguinte questão: V. Ex.ª evocou, e bem, a qualidade de magistrado, cujo passado fala por si. Gostava só de deixar a nota que a circunstância de eu o ter referido três vezes não foi razão de deselegância, mas, pelo contrário, razão de relevar ainda mais a qualidade de V. Ex.ª, desde logo relativamente a Srs. Deputados que pudessem não o saber.
É evidente que tenho por V. Ex.ª o maior apreço e a maior consideração profissional, porque pessoalmente convirá que não o conheço. Portanto, não quis, de forma alguma, ser desprimoroso.
O Dr. Adelino Salvado é igualmente magistrado, tanto quanto me é possível saber, cujo passado fala por si, o que me leva a uma questão também importante, porque, quando aqui se discutem pessoas, como infelizmente parece que está a fazer crer, importa saber da idoneidade dessas pessoas.
Assim, sobretudo desse ponto de vista, gostava saber se V. Ex.ª considera, ou não, o Dr. Adelino Salvado como um magistrado cujo passado fala por si, se o considera pessoa idónea, se o considera pessoa séria, ou se, em alguma circunstância, com este seu depoimento, quer pôr em causa também esse passado como magistrado, essa idoneidade, essa seriedade e essa competência.
Numa palavra: gostava que relevasse aqui também desse passado, dessa seriedade, dessa competência, dessa idoneidade do Dr. Adelino Salvado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para responder, o Dr. Pedro Cunha Lopes.

O Dr. Pedro Cunha Lopes: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, às vezes, como é o caso, apetece começar pelo fim.
Se reparar, em nada dos meus depoimentos, alguma vez "belisquei" o Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária. Nunca tive um adjectivo, nunca tive uma expressão menos correcta, nunca expressei a minha opinião sobre ele, enquanto que sobre mim já houve vários juízos de valor... Se calhar, reservo-me também o direito de, a seu tempo, julgar o que devo fazer. Porque o que foi dito aqui, na última audição parlamentar, a meu respeito - "o ressabiado", "o avinagrado", etc. - são expressões que não são minhas; são do Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária.
Também há outra coisa que quero dizer: é que sou magistrado, mas não sou corporativista; não penso que os magistrados estão acima de qualquer cidadão; não penso que os magistrados são melhores que os políticos; não penso que os magistrados são melhores que os Deputados -têm os defeitos e as virtudes de qualquer cidadão.