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comezinha do extravio, dissipação ou do roubo, ou do furto de passaportes ou documentos de identidade.
É uma explicação que foi dada também pelo Sr. Director Nacional, aquando da sua vinda aqui, também, à 1.ª Comissão, e é que é perfeitamente razoável, a contrario daquilo que o Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes, hoje, aqui, sustenta, que, sendo ele denunciante, de per si já justificaria que fosse ouvido por V. Ex.ª na Polícia Judiciária.
Pergunto-lhe, relativamente a esta matéria qual era a sua estratégia concreta em termos de investigação, relativamente a este caso do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Dr. João Salgueiro? Qual era a discrepância, a divergência concreta que existia entre a sua estratégia e a estratégia do Director Nacional? E já agora, se V. Ex.ª tinha feito uma…
E, já agora, se V. Ex.ª fez uma estratégia em concreto, em que é que ela se traduzia e em que é que se traduzia a estratégia do Sr. Director Nacional, que é para nós percebermos se há aqui uma diferença de substância, que, de alguma forma, subverte as boas regras, as sãs regras que devem subjazer a uma investigação criminal operacional e eficaz - o que, ao cabo e ao resto, é o que se procura aqui apurar. Tudo o mais não passa de espuma! São factos espúrios e marginais, que não avultam em nada para o esclarecimento da verdade dos factos a que esta Comissão está obrigada.
Quarta e penúltima questão: posso atrever-me a concluir que na génese da sua demissão, Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes, estão estes dois factos concretos que referiu? Porque, de facto, não perscruto nenhures nas suas declarações qualquer outro. Ou seja, posso concluir que a questão do putativo afastamento da Dr.ª Maria Alice Fernandes, sugerido pelo Sr. Director Nacional, por um lado, e a invocada ingerência abusiva do Sr. Director Nacional na estratégia de investigação do caso do Ministério dos Negócios Estrangeiros/Dr. João Salgueiro, por outro, são as razões que estão na base da sua demissão pelo Sr. Director Nacional? É esta a sua convicção?
Quinta e última questão, penso que é apodíctica e incontornável, já não é uma evidência, é um truísmo, porque V. Ex.ª já o disse várias vezes. Afigura-se que não há qualquer correspondência entre as razões que levaram à apresentação da demissão da Sr. Directora Nacional Adjunta Maria José Morgado e os fundamentos que levaram à sua destituição pelo Sr. Director da Polícia Judiciária. São razões desconexas, pese embora a referência que também fez, e que é de facto incontestável, da coincidência temporal da sua verificação.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes.

O Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes: - Sr. Presidente, se eu estivesse num julgamento, diria que o Sr. Dr. fez alegações e não perguntas. Expressou a sua opinião, o seu juízo valorativo sobre os factos.
Quanto às perguntas, elas são até de resposta muito rápida, portanto, nessa parte, facilitou-me a questão.
Mas antes de começar a responder, gostaria de dizer que não estou aqui por gosto pessoal. Não fui eu que pedi para vir a esta Comissão, fui convocado para comparecer. Não fui eu que falei nos jornais. Se bem viram, nos primeiros 10 dias até estive calado e não disse nada a ninguém. E fui obrigado a suportar tudo o que foi dito nos jornais, pelo Dr. Miguel Sousa Tavares, que eu era um incompetente, que era verde, que era um erro de casting - apareceu na internet - portanto, tudo isto apareceu, e não foi dito por mim!

Aparte inaudível do Deputado Jorge Neto.

Faço estas observações para esclarecer que, em termos pessoais,…

Aparte inaudível do Deputado Jorge Neto.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço-lhes que não haja diálogo. Já chamei a atenção para o facto de que quem quiser falar tem de se inscrever. Caso contrário, não fica registado e perde qualquer compreensão em termos de depoimento. Uma coisa é formularem apartes, que ficam entre os presentes, outra coisa é colocarem questões, o que tem de ser feito no tempo próprio e perante o microfone.
Peço ao Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes que prossiga.

O Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes: - É que eu fui interrompido e achei que talvez pudesse ter interesse. Por isso é que parei, Sr. Presidente.
Quero frisar, para que fique bem claro, que não tenho interesse pessoal naquilo que estou a dizer. É claro que gostava de não ter sido demitido, é claro que gostava de estar descansado no meu tribunal, mas estou aqui no cumprimento de um dever. É assim que o entendo e, na medida em que cá estou, respondo ao que me perguntam. Tenho respondido àquilo que me perguntam e não sou eu quem tem enfatizado quaisquer factos e eles surgem por si. Perguntam-me, e eu falo neles, obviamente!
Quanto à primeira questão, quero dizer-lhe que eu iniciei funções e a Dr.ª Maria José Morgado também, é evidente que sim!
Segunda questão, a quem é que compete a exoneração do director nacional adjunto, é óbvio que é ao Director Nacional, nos termos da Lei Orgânica da Polícia Judiciária, mas também é obvio também que o Director Nacional não ia afastar uma subdirectora sem o aval do Director Nacional Adjunto respectivo - aliás, se calhar, não teria matéria para a afastar sem que ela não lhe fosse trazida pelo Director Nacional Adjunto respectivo, porque é ele que é o interlocutor próximo do Sr. Director Nacional.
Portanto, em termos legais, é matéria reservada ao Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária, mas, na prática, obviamente, as questões não se passam assim!
Os Srs. Deputados compreenderão que "quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro" e, embora a DCCB não seja nenhum convento, obviamente, também passaria por alguma informação minha.
Quanto ao Sr. Dr. João Salgueiro, também ouvi uma série de comentários, quanto a se houve ou não uma intromissão. Eu já disse o que se passou!
O que eu acho estranho é que um Director Nacional da Polícia Judiciária diga no Parlamento que é um vexame para um Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros ir à Polícia Judiciária. Não sei como é que os polícias deste país e como é que os polícias da Polícia Judiciária (alguns, com muitos anos de casa) se sentirão ao ouvir dizer que é um vexame para determinada pessoa entrar "na casa deles".
Também não sei que Estado é este, onde um Secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros não pode entrar numa polícia, como qualquer cidadão; tal como este