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colectiva acaba por reflectir-se, naturalmente, no modo de vida dos membros de uma sociedade, ou de grupos pertencentes a essa sociedade; no modo como se vestem, nas suas formas de casamento e família, nos seus padrões de trabalho, cerimónias religiosas e actividades de lazer (Giddens, 2002: 36).
Cada indivíduo pertence a vários grupos ou categorias em simultâneo, sendo assim portador de níveis de programação mental diferentes, que correspondem a diferentes níveis de cultura, designadamente: – Um nível nacional, dependendo do país ao qual se pertence; – Um nível correspondente à pertença a um dos dois sexos; – Um nível de geração, diferente entre avós, pais e filhos; – Um nível ligado à organização ou empresa.
Falar de cultura nacional implica, incontornavelmente, falar de um assinalável trabalho de Hofstede, iniciado em meados dos anos sessenta e publicado, pela primeira vez, em 1980 como o título “Culture’s consequences. International di fferences in work related values”. Hofstede identificou, nesse estudo, quatro dimensões das diferentes culturas nacionais: a distância hierárquica19, o grau de individualismo ou de colectivismo20, o grau de masculinidade ou de feminilidade21 e o controlo da incerteza22. E procurou, depois, identifi car as consequências de cada uma dessas dimensões, designadamente, para o quadro das relações entre a Administração e o cidadão23.
19 “A medida do grau de aceitação, por aqueles que têm menos poder nas instituições e organizações de um país, de uma repartição desigual de poder” (Hofstede, 2003: 42).
20 “O individualismo caracteriza as sociedades nas quais os laços entre os indivíduos são pouco fi rmes; cada um deve ocupar-se de si mesmo e da sua família mais próxima. O colectivismo, pelo contrário, caracteriza as sociedades nas quais as pessoas são integradas, desde o nascimento, em grupos fortes e co esos, que as protegem para toda a vida em troca de uma lealdade inquestionável” (Hofstede, 2003: 69).
21 “Serão ditas masculinas as sociedades onde os papeis são nitidamente diferenciados (o homem deve ser forte, impor-se e interessar-se pelo sucesso material, enquanto a mulher deve ser mais modesta, terna e preocupada com a qualidade de vida); são femininas aquelas onde os papeis sociais dos sexos se sobre põem (tanto os homens como as mulheres devem ser modestos, ternos e preocupados com a qualidade de vida” (Hofstede, 2003: 103).
22 “O grau de controlo da incerteza de um país mede (...) o grau de inquietude dos seus habitantes face às situações desconhecidas ou incertas” (Hofstede, 2003: 135).
23 Francis Fukuyama (1996) defende que o bem-estar de uma nação, bem como a sua capacidade de com petir, são condicionados por uma única e subtil característica cultural: o nível de confiança inerente à so ciedade em causa. Esta característica parece, à primeira vista, confi gurar uma nova dimensão da cultura nacional, distinta das quatro referenciadas por Hofstede. Não obstante, uma análise mais cuidada permite questionar tal autonomia. Permite, designadamente, questionar a sua autonomia em relação à dimensão individualismo/colectivismo, já identificada por Hofstede.
15 DE DEZEMBRO DE 2007
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