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33 | - Número: 010 | 13 de Dezembro de 2008

No final deste dia, o Embaixador de Portugal em Washington, Dr. João de Vallera, ofereceu uma recepção a todos os membros da missão de observação da AP OSCE.
A delegação da Assembleia da República, para além de Washington DC, deslocou-se ainda aos Estados da Carolina do Norte e da Virgínia. Estas deslocações revelaram-se bastante úteis para a compreensão do tecido social norte-americano e para as especificidades das eleições ao nível estadual.
Em Raleigh, na Carolina do Norte, a Delegação contactou – juntamente com a equipa da AP aí sedeada – com um conjunto de individualidades (membros dos principais partidos, comentadores políticos, professores universitários e jornalistas) que falaram acerca da vida política neste Estado. Destacaram a possibilidade da vitória do candidato do Partido Democrático chamando a atenção, sobretudo, para algumas mudanças demográficas e para o esforço feito ao nível da inscrição de novos eleitores. Foi ainda debatido o sistema do ―winner takes it all‖ e a comparação com os sistemas da Europa continental.
Em Richmond, no Estado da Virgínia, a Delegação da AR teve uma reunião de trabalho com o Mayor Douglas Wilder, o primeiro afro-americano eleito Governador deste Estado. O Mayor Wilder foi um dos primeiros apoiantes da candidatura do Senador Barack Obama à Presidência, tendo-o aconselhado a seguir uma estratçgia ―nacional‖, isto ç devia lutar para vencer em todos os 50 Estados da União e não apenas nos Estados onde o Partido Democrático teria algumas hipóteses de triunfar. A Virgínia – tal como a Carolina do Norte – era um dos Estados onde os Democratas tinham dificuldades em vencer uma eleição presidencial.
Foram ainda mantidos contactos com elementos ligados ao Governo do Estado, sobretudo para entender a mecânica do voto, o sistema de inscrição de eleitores, o financiamento dos partidos e as dificuldades ligadas à votação antecipada (calcula-se que na Virgínia cerca de 1/3 dos eleitores votaram antecipadamente) e à votação electrónica. Contudo, foi-nos garantido que a maioria dessas dificuldades foi ultrapassada e que o sistema era totalmente fiável. Tinham também previsto um maior afluxo de eleitores tendo, para tal, adquiridos mais máquinas de votação electrónica.
Estes briefings e reuniões enquadraram a situação política nos EUA e foram fundamentais para se entender a realidade no terreno.
Em relação a outras missões de observação da AP OSCE, existiu a vantagem de, nos EUA, os observadores da OSCE terem assistido a eventos de campanha nos nove Estados em que estiveram presentes.
A Delegação da AR assistiu a dois comícios: um do Senador John McCain em Springfield (Virginia) onde estiveram presentes cerca 4000 apoiantes; e outro do Senador Barack Obama em Manassas, também na Virginia, onde estiveram presentes cerca de 80 000 apoiantes. Tratou-se do último comício do Senador Obama antes do dia das eleições.
Participaram ainda em ambos os comícios alguns candidatos dos dois Partidos à Câmara do Representantes e ao Senado pelo Estado da Virgínia.
No dia das eleições, 4 de Novembro, a Delegação da AR visitou mesas de voto em Manassas, no Estado da Virgínia, onde reside uma grande comunidade portuguesa. Para além da visita aos locais de voto os Deputados portugueses tiveram oportunidade de falar com alguns emigrantes portugueses residentes naquela área.
Foram ainda visitadas mesas de voto na zona norte de Washington DC, uma área predominantemente afro-americana onde a afluência às urnas aumentou, em alguns casos, mais de 100% relativamente a 2004.
Durante o dia das eleições a delegação da AR contou com o apoio da Embaixada de Portugal em Washington.
A Delegação teve acesso a todas as mesas de voto visitadas. O processo de votação decorreu com total normalidade e liberdade quer na Virgínia, onde foi utilizada a votação electrónica (o eleitor faz a sua escolha através do toque num ecrã não havendo registo em papel desse voto), quer em Washington, onde os eleitores assinalavam a sua escolha numa folha de papel que era posteriormente colocada num aparelho de leitura óptica onde ficava registado o voto.