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II SÉRIE-D — NÚMERO 7

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A solidariedade e a procura de respostas concretas a estas pessoas são a nossa principal preocupação.

Acolhê-las e recebê-las como se estivessem em casa.

Por isso, somos o País da Europa com a maior comunidade ucraniana.

Mais do que palavras, que sabemos serem muito importantes e que repetiremos até que a voz nos

denuncie.

A Rússia invadiu a Ucrânia ilegalmente e cometeu crimes horríveis e condenáveis.

Mas a questão crucial é mantermos as nossas portas e os nossos corações abertos para fazer tudo para

ajudar os ucranianos.

É um dever de todos, porque o sacrifício dos ucranianos vai criar uma dívida na Europa que o dinheiro não

pode pagar.

Porque eles defendem a Europa à custa das suas próprias vidas, vendo o seu país ser destruído, as suas

famílias serem dizimadas, os seus filhos raptados.

Este é o maior desafio da Europa, mas outros desafios ganham visibilidade e preocupação. O extremismo

violento, os movimentos xenófobos, o patriotismo exacerbado, a perseguição e o desrespeito pelos

ministérios, a somar a uma crise inflacionária generalizada, colocam novos problemas de segurança à Europa.

Basta olhar para os movimentos de protesto em vários países e para a violência que envolvem.

A OSCE deve estar preparada para responder politicamente a estes desafios.

Deve ter um papel fundamental, colaborando na construção de uma arquitetura de segurança europeia que

proteja todos os povos livres.»

O Deputado Luís Graça disse:

«Sr. Presidente, Caro Secretário-Geral, Caros Colegas,

A Federação Russa invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e

continuamos a discutir como devemos proceder enquanto organização que

tem dois Estados membros em guerra.

Demorámos tanto tempo que os próprios russos decidiram suspender a

sua participação na OSCE.

É importante manifestar o nosso apoio público à Ucrânia, e devemos fazê-lo sempre, mas, perdoem-me a

impertinência, temos de ser mais proactivos.

A criação de uma comissão permanente para acompanhar a situação na Ucrânia, decidida esta manhã

pela Comissão Permanente, é uma boa medida, desde que os seus objetivos sejam a defesa dos direitos

humanos e o restabelecimento da paz e que tenham a oportunidade e os meios para trabalhar no terreno.

A Assembleia Parlamentar da OSCE não tem de imitar a agenda dos nossos Governos.

Deixemos as sanções e a aquisição de armas para os nossos Executivos e concentremo-nos, como

parlamentares, na manutenção de espaços de diálogo, concentremo-nos no acompanhamento dos direitos

humanos, nos terríveis efeitos da guerra nas mulheres e crianças ucranianas e avancemos, como

parlamentares, num esforço conjunto com o Secretário-Geral das Nações Unidas para criar as condições para

congelar a guerra e abrir um processo de negociação de paz.

Os últimos dias puseram em evidência as graves fragilidades do regime do Presidente Putin. A traição do

Grupo Wagner e do general Sergei Surovikin mostra um império com pés de barro, mas, como no livro de

Dostoiévski, O marido eterno, temos de estar conscientes de que a humilhação leva ao desejo de vingança.

Por isso, temos de estar alerta e manter o nosso apoio militar e humanitário à Ucrânia mais forte do que

nunca. A sua luta pela liberdade é a nossa luta.

Mas o papel da AP OSCE tem de ser mais eficaz também noutros domínios.

Em 2024 teremos eleições na América e eleições na União Europeia. Combater a desinformação e a

tentativa de Estados autocráticos, como a Rússia, de tentar influenciar os resultados eleitorais das nossas

democracias deve ser uma prioridade para todos os Parlamentos e para a Assembleia Parlamentar da OSCE.

Tal como o nosso papel no controlo eleitoral, a AP OSCE deve ser uma referência de verdade e

transparência em matéria de observação eleitoral, quer no nosso espaço, quer mesmo apoiando e certificando

eleições noutros espaços políticos que ainda lutam pela afirmação do espírito democrático.