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II SÉRIE-D — NÚMERO 23

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relativa a 440 mil armas perdidas ou furtadas e 10 mil armas desativadas. Terminou com um ponto de situação

quanto à operação Inth3dark (2024) e aludindo ao Relatório de Análise sobre armas e explosivos.

Nils Duquet, Diretor do Instituto Flamengo da Paz, explicou que o Instituto investigava, há 10 anos, o tráfico

de armas e os mercados ilegais de armas, sublinhando a importância da investigação para a ação das

autoridades policiais. Informou que o Instituto tinha elaborado oito relatórios sobre o tema em discussão, que

estavam disponíveis online, e partilhou dados sobre as caraterísticas dos mercados de armas ilegais, notando

que estes eram complexos, variando de país para país. Identificou a procura como ponto comum, o que resultava

no aumento da oferta, notando que o acesso a armas de fogo para jovens criminosos fora simplificado,

constatando que se tratava de um círculo vicioso. Salientou a necessidade de uma abordagem mais

compreensiva e estruturada e não apenas reativa a incidentes, saudando algumas iniciativas, como a criação

de um hub de armas de fogo, mas notando que a investigação do tráfico de armas ilegais não era uma prioridade

para todos os EM. Reiterou que o aumento de armas disponíveis contribuía para o aumento da violência e vice-

versa e transmitiu que ocorriam muitos acidentes decorrentes do uso das armas, resultando muitas vezes em

mortes de crianças e jovens. Apresentou a evolução na produção/impressão 3D de armas, aludindo aos

objetivos lucrativos presentes, e deu nota que cerca de 10 mil armas foram entregues aos cidadãos no decurso

da guerra com a Ucrânia. Partilhou informação quanto ao projeto INSIGHT e sublinhou a importância da

regulação, da pesquisa e da monitorização open-source, nomeadamente através de inteligência artificial.

Cyrus Engerer moderou o período de debate que se seguiu, tendo sido suscitadas questões relacionadas

com a criação do hub de armas de fogo, o rastreamento de armas, a relação com terrorismo, o aumento da

violência entre jovens, o medo/desconfiança das polícias, a dificuldade de recrutamento pela Europol, a base de

dados de armas e o programa da Europol para rastrear explosivos caseiros, às quais os oradores responderam

individualmente.

Discurso da Comissária Europeia para os Assuntos Internos (15h45 – 16h00)

Ylva Johansson afirmou que o crime organizado representava uma ameaça maior do que nunca, sinalizando

que, no ano anterior, ocorreram 600 explosões nos Países Baixos e 350 tiroteios na Suécia, resultando em 53

mortes e sendo que mais 300 jovens com idades entre os 15 e os 17 anos foram acusados de homicídio ou de

tentativa de homicídio. Apontou que 50 % dos homicídios na UE estavam associados ao tráfico de drogas.

Saudou os esforços dos últimos anos dos EM e da Europol para garantir a segurança de todos, dando como

exemplo de um passo importante a Aliança Portuária Europeia, reiterando ser necessário uma rede para

combater uma rede. Sublinhou a importância de acordos para troca de dados com países da América Latina,

dando conta dos esforços nesse sentido para elevar a cooperação. Recordou as ameaças inesperadas dos

últimos anos – covid e guerra –, constatando que estas foram oportunidades para criminosos desenvolverem as

suas atividades. Salientou o papel fundamental da Europol na luta contra o crime organizado, defendendo o

reforço do seu mandato, a nível do processamento de dados e do uso de ferramentas de inteligência artificial.

Sessão de escrutínio II – Combate ao tráfico de seres humanos (16h00 – 17h15)

Diane Schmitt, Coordenadora da UE na Luta contra o Tráfico de Seres Humanos, afirmou a importância da

Europol no combate ao tráfico de seres humanos, contribuindo para a diferença no terreno graças ao suporte

operacional aos EM e países terceiros, o que permite identificar vítimas e travar os traficantes. Aludiu às últimas

informações do Eurostat, sinalizando que se verificavam importantes alterações: o número de vítimas detetadas

aumentara em 41 % face a 2022, destacando, a propósito, o aumento das investigações e envolvimento da

Autoridade Europeia do Trabalho; percentagem de exploração sexual e laboral é semelhante, cerca de 41 %;

aumento de outras formas de tráfico, como a criminalidade forçada e tráfico de armas. Aludiu também ao tráfico

de menores, referindo que as crianças normalmente representam 15 % das vítimas. No que respeita à perspetiva

de género, referiu que a maioria das vítimas continuavam a ser mulheres. Deu nota de que as detenções,

acusações e condenações de traficantes não era significativa, tendo diminuído face a 2022, sublinhando a