O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

aglomerados para autarquias e entidades privadas bem como a partilha de informação, dos operacionais e

imagens aéreas, em tempo real na gestão de ocorrências, com a devida georreferenciação e, ainda, do

processo de supressão a nível das condições que medeiam a eficácia do ataque inicial em relação aos

meios disponíveis para o ATI e em função do número de ocorrências. O Relatório segue, pois, o formato do

documento correspondente de 2019, que foi objeto de análise pelo Observatório, incluindo, no essencial,

um sumário executivo, a execução física das atividades enquadradas nas 4 OE e um capítulo relativo à

execução financeira.

Infelizmente a AGIF não seguiu as recomendações expressas pelo Observatório na análise do Relatório de

2019. Desse modo, permanecem interpretações não sustentadas pela ausência de identificação da origem

dos dados em que se baseiam. Acresce que em muitos Projetos não estão estabelecidas as relações de

causalidade entre impactos, resultados, atividades e recursos; o grau de execução para o ano em causa

não é claro em muitas situações, o que é fundamental e neste momento haveria bases para ser realizado

tendo em conta as metas e indicadores definidos no PNA (o que não era possível no ano anterior); também

não foram avaliadas as dificuldades encontradas no processo de monitorização das atividades com a

indicação de procedimentos de melhoria a adotar em futuros relatórios.

Continuam a usar-se os dados de forma simplista, com interpretação dos resultados de forma deficiente. O

caso mais paradigmático é o da indicação das melhorias dos resultados em número de ocorrências e áreas

ardidas sem ter em consideração os fatores meteorológicos e outros potencialmente responsáveis por

aqueles resultados.

A simples comparação entre os indicadores de número de ocorrências e áreas ardidas em 2020 em

comparação com o período 2010-2019 feita pela AGIF na avaliação do SGIFR indica uma diminuição para

metade daqueles indicadores. A tendência de descida é em parte atribuída à diminuição do número de

incêndios pelo uso do fogo (queimas e queimadas), sendo dado um especial relevo à campanha de

comunicação de risco “Portugal Chama” ou “Não Brinques com o Fogo”, ambas da responsabilidade da

AGIF. No entanto, se for descontado o efeito das influências meteorológicas e de outros fatores conjunturais

estes valores alteram-se significativamente, com uma redução ainda bastante significativa, mas menor do

que a indicada pela AGIF, do número de ocorrências (menos 37%) mas uma não alteração na prática (mais

5%) na área ardida. Mais detalhes sobre o método podem ser consultados no Estudo Técnico publicado

pelo Observatório na sua “Análise de indicadores de desempenho do Sistema de Defesa da Floresta contra

Incêndios na transição (2018-2020) para o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais”. A comparação

das duas estimativas é evidenciada no quadro seguinte:

Indicador

Desvio face a 2010-2019 (%)

AGIF (2021) OTI (2020)

N.º de ocorrências -50 -37

Área ardida -51 5

II SÉRIE-E — NÚMERO 33 ____________________________________________________________________________________________________________

50