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Indicava-se no Relatório de Atividades do SGIFR produzido pela AGIF em maio de 2021 que era objetivo

“desenvolver uma estratégia de comunicação e de processos dissuasores para as causas de incêndios

associadas a acidentes, mas especialmente a incendiarismo, consolidando o trabalho desenvolvido pelo

Grupo de Redução de Ignições (PJ/GNR)”. No entanto, nem neste item nem no da investigação das causas

se faz referência ao trabalho desenvolvido por este grupo, cuja atividade deveria ser fortemente potenciada,

de modo a que melhor se conheçam as origens dos incêndios que causam os maiores prejuízos para que

esse conhecimento seja a base de todas as campanhas de comunicação para o risco, tanto as generalistas

como as de proximidade.

A importância da integração de forma coerente da comunicação generalista e de proximidade faz com que

se considere que estes deveriam ser um projeto único, com duas componentes. Não se entende assim a

razão por que a única entidade responsável pelo primeiro projeto seja a AGIF e as entidades operacionais

do sistema (ANEPC, GNR, ICNF, municípios) sejam apenas entidades de suporte quando são elas as

responsáveis pelos projetos de proximidade e a AGIF apenas entidade de consulta nestes.

A realidade parece, entretanto, ter evoluído, e bem, noutra direção. Segundo o Relatório de Atividades do

SGIFR, “a campanha de publicidade “Portugal Chama” teve em 2020 uma dimensão integrada dos

stakeholders do SGIFR com uma coordenação realizada num comité de comunicação interministerial e com

as instituições SGIFR, para acompanhar e guiar este projeto, o seu cronograma de ações e orçamento.

Procurou-se neste ano, igualmente, através de vários vetores de comunicação, reforçar a aproximação das

mensagens-chave aos públicos-alvo e nas regiões críticas”. Parece, por isso, caminhar-se no sentido da

criação de um projeto de comunicação único, interministerial e com as instituições SGIFR. Esta direção vai

no sentido da recomendação já por diversas vezes expressa por este Observatório de que a AGIF se deveria

transformar numa Interagência em que as instituições SGIFR seriam elementos centrais. Esta solução

resolveria esta matéria da comunicação como muitas outras de carácter semelhante noutros projetos.

É positiva a intenção de monitorização do impacto das campanhas de sensibilização, embora as metas e

indicadores não estejam bem definidas, reconhecendo-se de qualquer modo que é difícil separar o grau de

perceção do risco da mudança de comportamentos. É possível quantificar o número de participantes em

campanhas, mas é muito mais difícil estimar o número de pessoas sensibilizadas e ainda menos os que

modificaram comportamentos. A participação em campanhas e a alteração da perceção do risco pode ser

condição necessária para a ação, mas não é suficiente para garantir a sua implementação.

Neste projeto, como nos outros associados à comunicação do risco, faltam na função de suporte as

entidades do sistema científico ou profissional especializadas em comunicação e psicologia do risco.

Os dois projetos seguintes, Comunicação das entidades em contexto de emergência (3.2.1.3.) e Formação dos órgãos de comunicação social (OCS) para comunicação de risco (3.2.1.4.) são especialmente complexos e suscitam diversos comentários. Como se viu nos últimos anos, principalmente

em 2017, é fulcral que a comunicação das entidades, quer a nível nacional para a sociedade em geral,

através dos OCS, como a nível local para comunidades, seja pragmática, simples, clara, que não provoque

pânico e que apresente alternativas ou indique ações que permitam às populações sentirem-se seguras e

com capacidade para atuarem sem entrarem em pânico. Os dois projetos, pela sua complementaridade,

2 DE JULHO DE 2021 _____________________________________________________________________________________________________________

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