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Em segundo lugar, trata-se de uma matéria muito importante e as suas considerações foram feitas com prudência, de acordo com os elementos que tem, ou seja, usou prudentemente esses elementos e, valendo-se da possibilidade de eles serem exactos ou razoáveis como ordem de grandeza, fez as suas considerações.
Aceito perfeitamente o modo como põe o problema, mas devo dizer-lhe que as nossas estimativas e as nossas contas não vão nesse sentido.
Relativamente à decisão sobre as SCUT, fizemos estudos antes de as lançarmos e, depois, voltámos a fazer o mesmo tipo de estudos com uma informação um pouco mais actualizada para verificar se, de facto, haveria ou não vantagem em fazer as SCUT.
A conclusão a que chegámos foi a de que os dinheiros públicos e os interesses nacionais e regionais são superabundantemente defendidos por este tipo de política.
As conclusões genéricas a que chegámos foram as de que, na média geral do País - não podemos estar a falar apenas um troço como exemplo único -, desde que as SCUT permitissem antecipar, pelo menos em cinco anos, a execução da rede de auto-estradas, a partir daí haveria ganhos muito consideráveis para o País, para as regiões e para os contribuintes.
Ora, como sabe, estamos numa situação em que, se fôssemos fazer isto pela via do Orçamento do Estado, de facto, o atraso, digamos assim, em termos médios gerais, seria significativamente superior a cinco anos, para fazer toda a rede de auto-estradas que estamos a fazer com as SCUT. Situar-nos-íamos, antes, próximo dos 15 anos, pelo menos. A margem de segurança é tão esmagadora que parece-nos que não haveria lugar para dúvidas. Este é o primeiro ponto.
Em segundo lugar, o que deve e o que não deve ser incluído nesta avaliação e neste cálculo económico é bastante mais do que os custos de construção. Há também custos de manutenção, há os ganhos directos para o consumidor...

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Eu falei nisso.

O Orador: - Está bem, Sr. Deputado, não estou a dizer o contrário.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Parecia que estava.

O Orador: - Há também os ganhos para o desenvolvimento regional, há o retorno fiscal que é permitido através do acréscimo de actividade ou de evitar despesas, nomeadamente para o desemprego, etc.
E porque nos parece que este assunto é, de facto, muito importante, quero dizer que, para além dos cálculos que já fizemos e que nos levaram à conclusão de que desde que houvesse uma antecipação média para um limiar de segurança de cinco anos, quando estamos a falar de 15 anos, com certeza, estamos de tal maneira dentro deste prazo que isso só por si justificaria.
Mas, para além disso, estamos a trabalhar com uma equipa internacional da London School of Economics para poder em breve vir à Assembleia, ou onde for necessário, com os cálculos mais poderosos que até hoje se fizeram sobre esta matéria em qualquer País.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Dá-me licença, Sr.ª Presidente?

A Sr.ª Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Estudo que, aliás, solicito há mais de um ano. E espero que nesses ganhos não esteja a vantagem de controlar o défice porque o Governo não é capaz de o controlar por outras vias.

O Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território: - Deixe-me contar-lhe uma pequena história, a história do almirante francês…

Vozes do PSD: - Outra vez?!

O Orador: - Se já contei, então não vale a pena.
Repare numa coisa muito simples: aquela solução que o Sr. Deputado Falcão e Cunha aventou como possível, a de que o Estado fosse ao mercado internacional ou nacional de poupanças buscar, pela via do empréstimo, os recursos necessários e fazer directamente o que está a ser feito, é uma excelente solução.
Tem um pequeno inconveniente: é que é impossível. É a história do almirante francês …

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - É impossível porque os senhores não controlam o défice por outros meios. É só por isso.

O Orador: - É impossível e vou explicar-lhe porquê.
Sr. Deputado, vamos lá ver se nos entendemos. Tudo é possível neste mundo, inclusivamente ir à lua, o que já foi demonstrado.
Mas nós, tudo ponderado, estamos a falar de qualquer coisa como 2000 Km de auto-estradas. E 2000 Km de auto-estradas, como o Sr. Deputado sabe, a preços actuais, representam 1400 milhões de contos.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD). - Ou mais!

O Orador: - Ou mais! Ou mais! Tem toda a razão, porque não só se inclui a construção como também a manutenção que, como sabe, têm um preço muito caro. Portanto, estamos a falar, enfim, alegremente, de qualquer coisa como 10, 12 ou 15% do PIB.
O Sr. Deputado acha que neste País ou em qualquer país europeu é possível afectar 10 a 15% do PIB a um programa de construção de auto-estradas, por via do Orçamento do Estado?

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Em que período é que o Sr. Ministro vai fazer essa afectação?

O Orador: - Faço isto em seis anos.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Ó Sr. Ministro...

O Orador: - Vou-lhe conceder o ponto para ver como a sua proposta é absurda, mas vou-lho conceder.
Como estou a falar em seis anos, estou a falar em qualquer coisa como 2% do PIB por ano. O Sr. Deputado sabe quanto é que os países europeus, em média, afectam a todos os seus programas rodoviários, em termos de PIB? Diga lá…

Vozes do PSD: - Já os têm!