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e isso deixou-me, como é óbvio, satisfeito. Aliás, tenho o prazer de ter um excelente relacionamento com todas as organizações ligadas à defesa do ambiente, o que é fundamental para um ministério que tem como função concretizar obras, desenvolver o País e que tem de ter sempre em conta a defesa dos interesses e das áreas que são importantes para o País de forma a atingirmos o desenvolvimento que queremos, o que tem a ver com a área do ambiente.
Relativamente à questão do TGV, agradeço a pergunta que o Sr. Deputado fez, porque temos de nos entender todos sobre esta matéria.
Quanto à linha do Norte, dir-lhe-ei que o total de investimento para a modernização dessa linha - aliás, já há cerca de três meses vim a uma reunião da Comissão de Equipamento Social dizer isso - é de 190 milhões de contos. Os valores que o Sr. Deputado referiu eram os que estavam previstos antes de termos ajustado o projecto e de termos definido com rigor aquilo que vamos fazer até ao fim na linha do Norte. Já foram gastos cerca de 95 milhões de contos, pelo que falta gastar os outros 95 milhões de contos. Este projecto está previsto ser concretizado no início de 2004.
O Sr. Deputado tinha razão quando mencionou que, no passado, havia outro projecto que tinha os valores que referiu, mas, neste momento, está tudo ajustado e já assumi todas as responsabilidades perante esta Assembleia relativamente a esta matéria.
Sabemos o que está a ser feito na linha do Norte, para que é que serve o investimento e quais as limitações que esse investimento comporta - aliás, aquilo que está a ser feito na linha do Norte é a modernização da linha. Ainda há pouco tempo tive oportunidade de ir ao Porto de comboio e de ir - não como maquinista, porque não o sou - ao lado do maquinista a ver o desenvolvimento das obras durante todo o percurso e posso afirmar que já há um conjunto importante de troços que estão recuperados.
Mas o projecto inicial, que data de 1987, ou de 1988, ou de 1989, não me lembro - e não vamos agora discutir isso aqui, porque já o fizemos na Comissão -, não é o mesmo que está a ser concretizado agora, porque o projecto inicial tinha deficiências, tinha falhas, e não interessa agora saber de quem é ou deixa de ser a culpa. O facto é que o objectivo que existia para a Linha do Norte não é o mesmo que está a ser concretizado agora. E a Linha do Norte modernizada é fundamental para o desenvolvimento do País, para aquilo de que o País necessita, não daquele projecto inicial mas daquele que está a ser agora concretizado. Ou seja, o projecto de alta velocidade que estava preconizado para a Linha do Norte não é o mesmo que está agora a ser desenvolvido.
É evidente que, se se perguntar a algumas pessoas especializadas nesta matéria, pessoas das próprias empresas, estas poderão dizer-lhe que, depois de o projecto estar concluído, os comboios poderão demorar x tempo. No entanto, o Sr. Deputado não ouvirá o Ministro do Equipamento Social dizer isso, porque a minha experiência de vida diz-me que há coisas na vida que só vendo.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - É isso mesmo!

O Orador: - Até o Sr. Deputado Carlos Encarnação está de acordo, se bem o entendo.
E é tendo em atenção projectos como este, que tiveram início em 1987 e que já deram todas estas voltas, que eu acho que é prudente para todos nós deixarmos chegar ao fim para vermos, depois, quanto tempo vai demorar o comboio na Linha do Norte.
Por mim, não me ouvirão dizer que vai demorar 3 horas, 2 horas e 30 minutos, 50 minutos ou 40 minutos. Vamos ver, no fim, o tempo que vai demorar, porque eu não quero cair no mesmo erro de outras pessoas, que, involuntariamente, disseram que a ligação estaria pronta na data x, à hora tal. Andamos, desde 1987, a ouvir isto e veja que ainda faltam quatro anos para terminar a obra e ainda falta investir metade do volume que está definido para o investimento desta obra.
Espero bem que, no fim desta legislatura, quem vier a seguir a mim não venha dizer também "há anos aquele senhor esteve a dizer isto e, afinal, continua tudo na mesma". Espero que não! Porque as coisas agora estão assumidas com clareza. Não estamos a assumir coisas que não sejam possíveis fazer. As que assumimos são, repito, as que são possíveis fazer e, em Portugal, não temos assim tantos meios ao nosso dispor para andarmos sempre a pensar em coisas que depois não têm capacidade de se concretizar!
Neste momento, o que é um facto é que o comboio entre Lisboa e Porto, porque há obras na via, demora 3 horas e 30 minutos e já temos cerca de 100 Km de via reparada. Até já há troços em que é possível andar a 200 Km à hora. Eu mesmo já andei a essa velocidade nessa linha, mas foi só um bocadinho. Reconheça-se que o que foi feito é ainda muito pouco para que o comboio possa atingir uma velocidade média superior a 200 km à hora. Mas as coisas vão evoluindo, a velocidade vai aumentando e vai-se reduzindo o tempo gasto no percurso. Vamos ver quanto tempo é que vai demorar.
Mas, mesmo quando existir o TGV, aquela linha, em termos futuros, vai ter um papel fundamental para as ligações regionais, para um conjunto muito importante de ligações que são fundamentais no País. Isto porque não é o TGV que vai fazer as ligações internas do nosso país, como facilmente se poderá observar.
Agora, gostava de lhe dar conta do seguinte: das conversas e dos estudos que temos feito sobre esta matéria, chegamos à conclusão de que, neste momento, em qualquer país da Europa, em termos de desenvolvimento do projecto ferroviário, o TGV é o mais rentável.
Ainda há pouco tempo, tanto eu como o Sr. Secretário de Estado dos Transportes tivemos uma conversa com o Sr. Ministro Arias Salgado e perguntámos-lhe qual era a rentabilidade da ligação entre Madrid e Sevilha e em que ponto de desenvolvimento estava o projecto de ligação Madrid/Barcelona e o projecto, que estão agora a lançar, Madrid/Valladolid. Verificámos também, depois das análises que fizemos das diversas ligações, que o mesmo se passa em França e na Bélgica.
Bem, num conjunto muito interessante de países, na área ferroviária, todos os projectos que têm a ver com o TGV têm rentabilidade económica, apesar dos fortes investimentos que têm de ser feitos.
E nós temos previstos, no III Quadro Comunitário de Apoio, 100 milhões de contos para este projecto, porque o modelo que temos mais ou menos preconizado tem a ver com um forte investimento privado nesta área. Aliás, isso não acontece em Espanha, a Espanha tem outro modelo, mas noutros países o modelo nesta área é igual ao nosso.