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porque é importante, sob pena de, se isso não for conseguido, dificilmente concretizarmos um investimento de tamanha envergadura.
Espero ter respondido às questões concretas que me pôs, Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, como já todas as bancadas tiveram oportunidade de intervir, peço a todos os Srs. Deputados que, entretanto, se inscreveram que sejam muito concisos nas questões, da mesma forma que peço ao Sr. Ministro que seja sintético nas suas respostas. Peço igualmente que sejam objectivos, porque há muitas inscrições e o tempo é limitado.
Tem a palavra o Sr. Deputado Machado Rodrigues.

O Sr. Machado Rodrigues (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, vou procurar cumprir a regra de falar sobre aspectos de especialidade, mas, como gostava de fazer uma ligação entre a especialidade do Orçamento e o que são as políticas enunciadas, tenho de fazer um breve enquadramento geral.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - A esta hora?!

O Orador: - Desculpe, está a falar para mim?

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado, faça favor de continuar.

O Orador: - Parece-me que ouvi dizer "a esta hora".

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira, o Sr. Deputado Machado Rodrigues está presente desde o início da reunião e foi um dos primeiros Deputados que se inscreveu para falar. Só agora lhe dei a palavra por uma questão de ordenação das bancadas parlamentares.
Faça favor de continuar, Sr. Deputado Machado Rodrigues.

O Orador: - Muito obrigado, Sr.ª Presidente.
A 2.ª Opção das Grandes Opções do Plano fala, a dada altura, em "Uma nova visão para a organização territorial do Estado" e refere que haverá "Prioridade à correcção de assimetrias regionais (…) e a 6.ª Opção fala em "Potenciar o território português como factor de bem-estar dos cidadãos (…)". Estes dois aspectos estão ligados.
Por outro lado, esta 6.ª Opção, no que diz respeito às comunicações, refere que, para a "Integração internacional do País no espaço europeu e no espaço ibérico", haverá um conjunto de investimentos rodoviários, ferroviários e aeroportuários e que, para o "Reforço do sistema urbano-nacional e a sua capacidade atractiva e competitiva", também haverá outros investimentos rodoviários, ferroviários e aeroportuários. Refere, ainda, o "Reforço da coesão e solidariedade internas no processo de desenvolvimento económico e social".
Reconheço que os investimentos em auto-estradas e em ferrovias ao abrigo destes objectivos são relativamente vultuosos. Todavia, não consigo entender, sendo um dos objectivos a "Integração internacional do País" e um outro o "Reforço da coesão e solidariedade", como é que a zona do País que tem cerca de 20% da fronteira total do País, que está mais próxima dos Pirinéus e que é uma zona relativamente à qual há que corrigir as assimetrias, é a única que não é contemplada com investimentos em auto-estradas e, naturalmente, em ferrovias, em que a situação é extremamente precária. Sendo estes os objectivos, entende-se mal que assim seja.
Ao Sr. Ministro, a quem, há pouco, vi com um mapa na mão, gostaria de dizer que tenho aqui comigo um mapa antigo do Automóvel Clube de Portugal, onde me dei ao trabalho de desenhar as novas auto-estradas. Posso dar-lho, estão desenhadas por mim a tinta, pois mostrar-lhe-á à evidência que há uma marginalização incompreensível de uma zona específica do País, que se transforma no único distrito que não é servido por auto-estradas e onde também a ferrovia não chega. Não tenho ilusões da dificuldade da ferrovia chegar até lá, mas já não entendo a razão por que as auto-estradas não possam lá chegar.
O segundo aspecto que gostaria de mencionar, ainda neste domínio, diz respeito à tal "Integração internacional do País no espaço europeu e no espaço ibérico". Se há uma figura que revela uma grande harmonia, suponho que estaremos todos de acordo, é a da rosa-dos-ventos. Ora, se olharmos para ela e para o que é o programa das auto-estradas no País, concluímos o seguinte: há uma saída por auto-estrada na ponta Noroeste; há uma saída por auto-estrada na ponta Sudeste; a ponta Sudoeste foi a que deu "novos mundos ao mundo" e para aí não pode haver auto-estradas; a ponta Nordeste está excluída da harmonia da rosa-dos-ventos e da harmonia do desenvolvimento do País. Porquê?

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Muito bem!

O Orador: - A este propósito, gostava de perguntar se, na recente Cimeira que se realizou em Salamanca, foi negociado com o Governo espanhol algum acordo para a ligação futura dos IP2 e IP4 à auto-estrada das Rias Bajas e, em caso afirmativo, se esta ligação é feita pelo Nordeste. Lembro que é o trajecto mais curto, porque basta fazer 37 km para ligar as redes nacionais à rede de auto-estradas espanholas e às ligações europeias. E repito a pergunta: foi tratado, com o Governo espanhol, na Cimeira de Salamanca ou noutra qualquer circunstância algum acordo para a realização dessa ligação?
Entrando agora em aspectos mais específicos, vejo que o PIDDAC para 1999 previa, no que respeita ao IP2, para os anos 2000 e seguintes, 10 milhões de contos de investimento e que o PIDDAC para 2000 prevê, para 2000 e 2001, 3 milhões de contos de investimento. Compreendo que houve uma parte que terá saído porque diz respeito à concessão da SCUT até à Guarda, mas já compreendo mal que, correspondendo o que ficou dos 3 milhões de contos a uma pequena obra que está a ser feita - e digo "pequena" em termos relativos -, que é a ligação de Macedo de Cavaleiros a Vale Benfeito, que são 12 km, não haja mais verba para o IP2, sendo que, para a conclusão deste itinerário principal, falta fazer a ligação desde Vale Benfeito até Celorico da Beira, que são cerca de 140 km. Vejo mal que assim se proceda, tendo em conta uma via tão importante como esta, e que, por sua vez, sem isto representar qualquer ciúme, haja tantos investimentos, em ferrovias e em auto-estradas, para os acessos à Guarda, a Castelo Branco, a Mangualde - e eu até gosto muito de parar lá,…