de planear investimentos da administração central para o distrito, levando-os à execução. Eu, como Deputada da oposição, apenas posso aqui reclamá-los.
No entanto, Sr. Ministro, o que verificamos é que, apesar da sua presença privilegiada no Governo, o distrito de Leiria vai perdendo posição nos investimentos públicos. Não me canso de o dizer aqui e os números não me desmentem, antes confirmam o que digo. Se fizéssemos uma lista dos distritos, ordenando-os de acordo com o o volume dos investimentos da administração central que neles são feitos, veríamos que o PIDDAC para o distrito de Leiria o faz passar novamente para o 11.º lugar, estando mesmo no último lugar, se tivermos em consideração os investimentos per capita. Para além disso, apesar de nas GOP ter sido anunciado um aumento do investimento global em PIDDAC de 7% no país, no nosso distrito, no distrito pelo qual o senhor também é Deputado, o investimento da administração central diminuiu 18%. Como tal, vou apenas colocar-lhe questões muito concretas em relação a casos emblemáticos que se verificam no nosso distrito, casos que, no ano passado, apresentei ao seu antecessor, o então Ministro Jorge Coelho.
Em relação ao IC2, a antiga estrada nacional n.º 1, está provado estatisticamente que este traçado é um "cemitério nacional", particularmente no troço que vai entre São Jorge, a Batalha e Pombal. Existem ali imensos pontos negros, pontos de altíssima sinistralidade que não dependem da taxa de alcoolemia, como o Sr. Ministro bem sabe. Por esta razão foram propostas, como tem sido anunciado pelo Governador Civil e pelos Srs. Ministros, passagens desniveladas, que já tiveram, inclusivamente, a sua execução calendarizada, se bem que, até hoje, elas lá não estejam. De facto, foi posta a sinalização, cuja manutenção ficou a cargo das câmaras municipais, mas as passagens desniveladas, que resolveriam alguns problemas do IC2, não estão feitas, não estando sequer as verbas consignadas em PIDDAC. Pode acontecer que se trate, neste caso, de verbas não descriminadas, mas a verdade é que a sua concretização não se vê.
Outro facto que é sempre proclamado por todos os partidos no distrito de Leiria, incluindo o seu, é o da revitalização, da requalificação e do redimensionamento da Linha do Oeste. Sr. Ministro, por que é que o vosso Governo, em vez de proclamar "dias sem carros", não agarra naquilo que é estrutural e que, durante todo o ano, podia retirar pelo menos metade dos carros numa extensa área geográfica do distrito de Leiria, limitando-se a actuar nalgumas cidades e num só dia do ano para fazer propaganda pelo PS?! É que isto acaba por ser um sacrifício para as populações, resultando num absentismo que prejudica as empresas!
A verdade é que a Linha do Oeste continua em blackout absoluto por parte do Governo e por parte dos planeamentos do PIDDAC, quando podia ser redimensionada e aproveitada, transformando-se numa forma de transporte diário na mais populosa zona do distrito de Leiria, onde se situa a maior parte das empresas e onde, portanto, se poderiam evitar muitos carros todos os dias do ano e não apenas nos dias da propaganda.
Uma outra pergunta é relativa às estradas em processo de desclassificação no distrito de Leiria, mais concretamente em Pombal, onde há três estradas que estiveram durante anos em processo de desclassificação. Lembro que o seu antecessor celebrou um protocolo que pretendia entregar essas estradas às autarquias, passando a responsabilidade dos projectos e da execução das obras para a Câmara Municipal, prevendo-se nessa altura, há dois anos, a verba de 1 milhão de contos. É evidente que a partir do momento em que se celebrou esse protocolo e se anunciou a atribuição desse milhão de contos na comunicação social as populações pressionaram a Câmara Municipal para executar a obra. Ora, a Câmara executou a obra, faltando apenas os pontões, que são da responsabilidade da delegação regional do Instituto das Estradas, e, sobretudo, o milhão de contos que o seu antecessor prometeu e não pagou, mas que a Câmara tem de pagar aos fornecedores.
Por outro lado, Sr. Ministro, o seu antecessor também anunciou no passado Orçamento uma verba importante e um relevante programa para as circulares externas nas cidades médias. Temos projectos no distrito de Leiria para, pelo menos, duas cidades médias, que são Alcobaça e Pombal, cujos presidentes da câmara têm ido sistematicamente junto do Sr. Ministro e de vários directores-gerais sem, no entanto, obter resposta.
Estes são apenas alguns pontos que queria destacar sobre o nosso distrito, Sr. Ministro.
A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Frexes.
O Sr. Manuel Frexes (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, falo-lhe em representação do distrito de Castelo Branco, um distrito também do interior, onde os investimentos e sobretudo as obras que serão lançadas pelo Ministério que V. Ex.ª tutela são, certamente, fundamentais. Já aqui foi referido pelo Sr. Deputado Agostinho Lopes que todos os anos assistimos a um "rosário" de reclamações e penso que o Governo tem culpa disso, porque estamos sistematicamente perante uma "crónica de obras anunciadas" que se transforma numa "crónica de obras sistematicamente adiadas".
Realço que para os distritos do interior o investimento é fundamental para os "desencravar" e para trazer melhor qualidade vida às populações, e, em relação ao distrito de Castelo Branco, mais uma vez essa situação se verifica. É evidente que o Governo tem feito um esforço em três obras estruturantes, no IP2, na auto-estrada da Beira Interior, que está em regime de SCUT, e também na modernização da Linha da Beira Baixa.
No entanto, quanto a este último ponto, quero lançar aqui um alerta, dizendo que o investimento ali feito não terá, provavelmente, a eficácia que todos nós pretendíamos, não só porque não ganhámos tempo em relação à ligação Guarda-Castelo Branco e Castelo Branco-Lisboa - o que, com um investimento de tantos milhões de contos, deveria ter acontecido -, como também porque em relação à SCUT e à auto-estrada da Beira-Interior nunca cheguei a compreender, Sr. Ministro, por que é que todos os anos aparecem investimentos ligados ao túnel da Gardunha e aos seus acessos, que se traduzem no maior investimento que consta do PIDDAC para a nossa região, quando, tanto quanto sei, este troço foi integrado no regime SCUT. Portanto, não percebo para onde vai esse dinheiro. Aliás, devo dizer que já não é o primeiro nem o segundo ano em que isto sucede.
Mas vamos a outras vias, Sr. Ministro, que essas é que são importantes porque nunca mais estão concluídas. Estou a referir-me ao IC8, ao IC6 e ao IC31.
Relativamente ao IC8, que serve a chamada zona do pinhal interior, quero referir que esta obra, que é fundamental, está parada há anos.
Aliás, lembro que o Sr. Deputado Marques Júnior referiu que Paredes de Coura tem uma verba prevista de 5000 contos no PIDDAC. Parece-me que tem um pouco mais de sorte do que alguns dos nossos concelhos, porque temos, por