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63 | II Série GOPOE - Número: 001 | 25 de Outubro de 2005

Outro sector que tem revelado um enorme dinamismo e que é agora claro que tem uma importância verdadeiramente estratégica na nossa economia é o do turismo. Possivelmente, nunca foi dada a importância ao turismo que, por um lado, ele merece e, por outro, tem na realidade. É impressionante a quantidade de projectos de alta qualidade que existem no sector do turismo. Aliás, quando há pouco foi ilustrado o quadro dos projectos candidatos a PIN, creio que toda a gente teve oportunidade de ver a importância do número de projectos na área do turismo. Fundamentalmente, temos três zonas turísticas tradicionais, Lisboa, o Algarve e a Madeira, e agora temos uma oportunidade verdadeiramente única à nossa frente, que é a de desenvolver zonas alternativas, como, por exemplo, o eixo Tróia/Comporta/Grândola, a zona do Alqueva, a zona oeste de Lisboa ou Porto Santo. Como foi visto, aliás, um dos primeiros PITER desbloqueados foi, precisamente, o de Porto Santo e, dentro das áreas de turismo de nicho, a zona do Douro.
Ora, o que é fundamental é, dada a nossa imagem no mercado do turismo no exterior, dada a capacidade instalada — porque, se temos muito bons projectos, é porque temos muito bons empresários nesta área — e dada a capacidade da nossa mão-de-obra neste sector, não repetir erros do passado, como o que foi cometido em zonas turísticas que se desenvolveram de forma algo desordenada. O que procuramos é facilitar o desenvolvimento rápido destas novas zonas, garantindo, simultaneamente, que preenchem os requisitos à camada de clientes a que se dirigem, visto que a nossa vantagem comparativa não está no turismo de massa, mas, cada vez mais, no turismo de alta qualidade e no turismo de lazer. Isto fará com que o peso dos serviços e do turismo na nossa economia seja, possivelmente, cada vez maior. Aliás, não sendo fácil comparar os números deste ano com os de 2004, porque, como é sabido, os de 2004 estão muito empolados pelo campeonato europeu de futebol, é fácil verificar que, se há sector cujo desempenho é claramente muito positivo, é o do turismo. Como tal, dada a capacidade instalada, a quantidade de novos projectos e a imagem que temos, este é um sector no qual vale, seguramente, a pena apostar.
Outro sector que está a dar bons sinais de animação é todo o cluster da madeira e da floresta. Existem projectos muito interessantes nessa área, como, aliás, ficou ali ilustrado no que toca aos PIN. Eu gostaria mesmo que alguns projectos que estão em «incubadora» e que não estão na lista dos PIN se viessem a materializar.
Surpreendentemente, um sector que se considerou como potencialmente problemático mas que está a dar alguns sinais positivos é o do automóvel. Como é sabido, não conseguimos, porque não foi possível, trazer o novo modelo da Wolkswagen para a AutoEuropa mas estivemos muito perto de o conseguir, e este é um factor positivo que só indica que temos de prosseguir neste esforço, porque uma grande empresa considerou o nosso país como localização potencial, por uma razão que não é surpreendente. Fiquei muito orgulhoso de ir à AutoEuropa e à Continental, em Famalicão, e ver que a produtividade destas empresas é a mais elevada no mundo no que diz respeito a estes grupos. Quando se diz que a produtividade da nossa economia é baixa quer dizer-se que do ponto de vista macroeconómica ela é baixa, não há a mínima dúvida, não vale a pena negar a evidência, mas esse número negativo é uma combinação de algo bastante mau com algo que já é topo a nível mundial.
Portanto, temos orgulho nalguns exemplos, tais como no sector industrial e em indústrias sofisticadas, porque quer o sector automóvel quer a construção de pneus muito especializados são sectores industriais muito sofisticados e complexos e no nosso país já conseguimos ter a produtividade mais elevada no mundo.
Referi quatro sectores que estão a dar indicações positivas, apesar de estas serem mais claras no sector da energia e no do turismo relativamente aos outros dois, mas nos sectores da madeira e da floresta e no do automóvel também tenho algum grau de confiança.
Não podemos esquecer os sectores tradicionais onde têm sido desenvolvidas acções tendo em conta o seu apoio e dinamização e relativamente aos quais refiro dois que são, muitas vezes, uma fonte de justa preocupação. Em primeiro lugar, o comércio e, em segundo lugar, os têxteis. Mais tarde, se assim entenderem, desenvolverei as acções que foram tomadas relativamente a cada um destes sectores mais tradicionais e que evidenciam problemas que têm de ser atendidos.
Portanto, como motores do «novo modelo de crescimento», temos os investimentos, cuja dinâmica é necessário promover, as qualificações e a inovação.
Mesmo antes de o Plano Tecnológico ser aprovado, queria referir as aplicações práticas deste Plano na inovação: a criação do INOVJOVEM e do INOVCONTACTO, sendo que a primeira série deste acaba de ser fechada e as aulas de formação começam a 7 de Novembro; o Novo PRIME, cujo acesso, como aqui foi visto anteriormente, é feito em função de critérios de exportação, de inovação e de qualificações, ou seja, do Plano Tecnológico, e o desenvolvimento do capital de risco e das operações de garantia mútua.
Outro motor do crescimento tem de ser, e não o foi no passado, o das exportações e, para dar uma ideia dos esforços que estão a ser feitos e que continuarão a sê-lo no âmbito desta matéria, passava a palavra ao Sr. Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado.

O Sr. Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (Fernando Serrasqueiro): — Sr. Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, Sr. Presidente da Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional, Srs. Deputados, conforme realçou o Sr. Ministro da Economia e da Inovação, as importações assumem neste Ministério um papel crucial e, por isso, recebemos orientações