O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6 II SÉRIE-OE — NÚMERO 5

Quarto: no caso do estudo que mandámos realizar sobre as SCUT tivemos ainda o cuidado suplementar de mandar fazer, através de outra empresa, a Price Waterhouse Coopers, um relatório de verificação independente, que confirmou a correcção das metodologias, de critérios e as conclusões do estudo feito pela F9 Consulting. Espero que o PSD não conteste também a idoneidade e a competência da Price Waterhouse Coopers.
Espero, assim, que tenha ficado clara a total transparência e o rigor dos procedimentos seguidos pelo meu Ministério nesta matéria.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, não quero, evidentemente, coarctar o direito de VV. Ex.as se manifestarem desta ou daquela maneira, mas gostava de sublinhar que não é habitual, nestas audições, nem manifestações de grande aplauso nem manifestações, porventura, excessivas de repúdio.
Para iniciar a primeira ronda de questões, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Rodrigues.

O Sr. Luís Rodrigues (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: «Bem sei que as figuras dos Ministros ficam apagadas, bem sei que não aparecem mais estas figuras brilhantes que vêm aqui fazer discursos de primeira ordem que espantam as multidões e tomam atitudes quase divinas quando falam. Eu sei isso, mas também sei que há muitos homens que podem ser esplêndidos Ministros e não são capazes de dizer duas palavras. A meu ver, os grandes espíritos, os grandes talentos, muitas vezes podem esconder na sua forma, na sua eloquência, grandes falsidades.
Muitas vezes, acontece que os homens de talento, tão brilhantes e sugestivos na forma, tão extraordinários na maneia de expor, possuem ideias falsas que eles querem transmitir aos outros, cujas ideias são por tal forma buriladas, tão cheias de calor e tão cobertas de dourados que passam para o público como realidades quando finalmente não passam de uma coisa falsa, falsíssima.» Quem disse estas sábias palavras foi o Sr. Deputado José de Castro no dia 7 de Julho de 1911, na Assembleia Nacional Constituinte.

Vozes do PS: — Eh!…

O Orador: — Estas doutas palavras podiam ser proferidas aqui hoje que aplicar-se-iam muito bem ao actual estado da governação. A bancada do PS nesta Assembleia está muito apreensiva com os dias negros que se têm sucedido e não vislumbra nenhum dos passos de mágica da máquina de contra-informação do Governo para afastar a péssima imagem que a maioria está a dar. Muitos do que se sentam na bancada do PS também gostariam de dizer umas verdades ao Governo, gostariam de dizer ao Sr. Ministro: «Vá V. Ex.ª lá à terra explicar as suas decisões. Vá lá, Sr. Ministro, ouvir os protestos! Nós é que somos de lá, nós é que os ouvimos!» É verdade ou não é, Srs. Deputados?

O Sr. Afonso Candal (PS): — Não!

O Orador: — Fernando Jesus, sendo o coordenador dos Deputados do Porto, poderia falar por grande parte dos Srs. Deputados da bancada que apoia o Governo.

Vozes do PS: — Oh!

O Orador: — Todos ouvimos e vimos o Eng.º José Sócrates…

Protestos do PS.

Sr. Presidente, espero que me conceda mais algum tempo!

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, não são excluídos os apartes, mas é conveniente que não sejam com um tal nível de som que perturbem o orador.
Pode continuar no uso da palavra, Sr. Deputado.

O Orador: — Sr. Ministro, todos ouvimos e vimos o Eng.º José Sócrates, nas eleições de 2005, dizer que com ele não haveria portagens nas SCUT. Qualquer português sabe que isto é verdade. Não vale a pena dizer que estava escrito coisa diferente em quaisquer três linhas do programa eleitoral. Enganaram o povo, tentaram fazer passar os portugueses por parvos.
Por falar em aldrabice, Sr. Ministro, os estudos que o Ministério apresentou para justificar a arrecadação de 100 milhões de euros por ano, parte deles encomendados à tal empresa que agora referiu, fundada por um colaborador do Sr. Secretário de Estado, fazem parte desse pacote que este Governo quer vender aos portugueses. Quem está a pôr de facto em causa os estudos, e em todo o lado, não é só o PSD. Sr. Ministro, pen-