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59 | II Série GOPOE - Número: 006 | 2 de Novembro de 2006

estudos, mas agora, como há um estudo de Londres, toda a gente fala nas mudanças climáticas. Lembro que elas já estão incorporadas na estratégia das florestas.
Voltando ao plano de regadios, lembro um problema que temos de resolver: fizemos e temos hoje regadios, pequenas barragens, e não temos lá agricultores. Antes de avançar com novos regadios temos de mudar a gestão dos mesmos. Como sabe, a política, até hoje, e bem, era a de pegar nas barragens feitas pelo Estado e entregar às associações de regantes a respectiva gestão.
A situação não é propriamente excelente nesta matéria, ou seja, antes de anunciarmos novos regadios — e temos já o mapa do plano de regadios feito desde 2000, pelo governo do Eng.º Guterres e do ex-Ministro Capoulas Santos — há um problema a resolver: para avançarmos com regadios temos de ter lá agricultores e temos, sobretudo, de acreditar e de levar os agricultores a organizarem-se para gerir o regadio, para que o regadio tenha sustentabilidade, porque se não hoje temos regadios com problemas de renovação, temos de gastar dinheiro na sua recuperação mas não temos lá agricultores.
Portanto, o Governo não vai fazer promessas de que vai inundar agora o País de mais barragens. Vamos fazê-lo quando houver agricultores que se associam, que pedem e que apresentam projectos para fazer; aí vai haver apoios. Por isso, nós, à partida, não vamos alocar, comprometer verbas, que, depois, signifiquem fazermos a barragem e andarmos dois ou três anos à procura de agricultores e 20 ou 30 anos, como na Cova da Beira, para fazer emparcelamento. É a tal mudança qualitativa. Vamos gastar dinheiro com a certeza de que ele devolve riqueza, não daqui a 20 ou 30 anos mas, sim, imediatamente no fim da construção da barragem.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, concluo dizendo que o desafio é de monta para o Governo e para o Ministro da Agricultura, porque vamos iniciar o novo Quadro com uma mudança de paradigma na agricultura e vamos simultaneamente fazer uma reforma de fundo. Mas ou fazemo-lo agora e estaremos em condições de prestar contas, no fim de 2013, do que fizemos do dinheiro ou em 2013 estaremos de novo a fazer os tais inventários — e não foi o Governo que os fez, são as estatísticas — de que, afinal, distribuímos dinheiro mas não criámos nem riqueza nem emprego para o mundo rural português, que o Governo defende.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, concluída esta audição, a mesa regista ainda a inscrição do Sr. Deputado Agostinho Lopes para uma interpelação.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Não, Sr. Presidente, pretendo falar na terceira ronda de questões.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, a terceira ronda é uma figura que está possibilitada, que não pode ser excluída à partida, ou seja, se houver um interesse genuinamente forte e indesmentível das bancadas ela processar-se-á.
Creio, no entanto, pelo que observei, que esse interesse genuinamente forte existe apenas do lado da sua bancada, mas mesmo que seja esse o caso também não me parece correcto coibi-lo de utilizar a palavra.
Julgo que os Srs. Deputados, o Sr. Ministro e o Sr. Secretário de Estado não se oporão a que o Sr. Deputado exerça um direito que, como digo, não é obrigatório mas que é razoável e que faz parte da nossa metodologia.
Sr. Deputado, proponho-lhe que na sua terceira intervenção, que é de natureza excepcional, não gaste mais de 2 minutos.
Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, eu até começaria por pedir-lhe 30 segundos para fazer uma breve anotação à anotação que fez a algo que eu disse.

O Sr. Presidente: — Então, Sr. Deputado, pedia-lhe que o fizesse no final, para respeitarmos o procedimento.

O Orador: — Vou respeitar, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Portanto, peço-lhe que comece já com a matéria da sua intervenção da terceira ronda.

O Orador: — Sr. Presidente, salvo outras doutas opiniões, a expressão que usei é genuína e popular, é uma expressão usada por grandes vultos da literatura portuguesa, como, por exemplo, Aquilino Ribeiro, e penso que dela não virá mal ao mundo, muito menos a esta Assembleia.

O Sr. Presidente: — V. Ex.ª não acatou o meu pedido.

O Orador: — Sr. Ministro, gostaria ainda de lhe colocar uma questão ligada às agro-ambientais.
O Sr. Ministro distribui-nos um quadro que apresenta algumas contradições com um quadro proveniente da Comissão Europeia, que, aliás, refere que o País perdeu, nos últimos seis anos, durante os governos do PS e