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8 | II Série GOPOE - Número: 008 | 18 de Novembro de 2008

atentos aos passos que podem vir a ser dados ao longo do próximo ano, de forma a que o País se posicione também para as reformas ou para os novos procedimentos que venham a ser adoptados no âmbito europeu.
Faremos particular atenção ao follow up da Cimeira Europa-África. Há um programa para cumprir. É preciso que os Estados ponham alguma energia no desenvolvimento desse programa e dos mecanismos nele previstos. Daremos, pois, ao longo do próximo ano, uma especial atenção ao desenvolvimento destes processos.
No âmbito da cooperação, centrados nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, vamos dar cumprimento ao programa que entretanto foi concertado com o Ministério das Finanças e que está expresso no programa-piloto que integra o Orçamento do Estado. É um programa apresentado pela primeira vez com carácter plurianual, vinculando, por isso, também as finanças a um conjunto de metas e de objectivos, que, do nosso ponto de vista, devem ser firmemente perseguidos pelo Estado português.
Não podemos abandonar a batalha do desenvolvimento no sistema internacional, se queremos evitar uma recessão profunda à escala global, ou mesmo uma depressão internacional. Todos os analistas têm identificado a necessidade absoluta de não descurar os investimentos que é necessário garantir para que os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio sejam atingidos. Isso pressupõe um esforço muito grande de todos os Estados que têm anunciado contribuições e firmado compromissos em os perseguirem e o Estado português, com a responsabilidade externa que tem, e com a visibilidade grande que tem no plano internacional, não pode descurar este domínio.
Em termos de política das comunidades, vamos continuar centrados nos dois principais vectores políticos.
Por um lado, facilitar todo o processo de relacionamento das comunidades com Portugal, com o Estado português, com a sociedade e a economia portuguesa, consolidando a reforma consular, modernizando os seus serviços — é esse processo que está em curso — e, ao mesmo tempo, promovendo mais iniciativas no espaço do movimento associativo que permitam um vínculo mais estreito dessas comunidades a Portugal.
Em particular no domínio económico penso que há muito trabalho a fazer de forma a fazer interagir mais os interesses económicos dessas comunidades com a realidade económica do País. Há um trabalho de motivação, de estímulo e de desenvolvimento de iniciativas que pode ser aprofundado, ao mesmo tempo que uma vertente política de apoio à integração das comunidades nos países e nas sociedades de acolhimento se impõe como uma determinante política que vem sendo prosseguida ao longo dos últimos anos por este e por outros governos.
Para terminar, dou particular atenção a dois domínios de acção política intersectorial: a progressão da língua e da cultura. Do meu ponto de vista, estamos a fazer um esforço muito pertinente de coordenação com outros departamentos do Estado e da Administração, de forma a dar mais densidade à nossa capacidade de acção neste domínio da promoção da língua e da cultura portuguesas.
Sabemos que sem a colaboração do Ministério da Cultura e da Educação a acção do Ministério dos Negócios Estrangeiros será sempre redutora e não integradora dos recursos e dos meios necessários para projectar melhor os nossos interesses neste domínio. Esse trabalho passa pela reforma do Instituto Camões, que estará pronta antes do final do ano, pela implementação do fundo para a promoção da língua portuguesa e pela implementação da resolução aprovada relativa ao património no mundo, que deve ser identificado devidamente, deve ser transmitido às gerações futuras como referência da grandeza da presença de Portugal no mundo e, na medida do possível, deve ser instrumento de acção diplomática nas relações bilaterais com os países onde esse património é hoje uma realidade.
Por último, refiro a acção económica externa. O País precisa de vender mais, precisa de captar mais investimento, precisa de captar recursos para o seu sistema financeiro, precisa de captar mais turismo para a sociedade e para a economia portuguesas.
Precisamos, por isso, de fazer todo o esforço possível para promover melhor os nossos interesses económicos no estrangeiro. Trata-se de uma batalha que o País tem de travar no seu conjunto e, como tenho sublinhado, não pode desperdiçar esse importante braço e instrumento, que é a representação externa. Como disse, são 137 postos, um vastíssimo número de agentes que está no terreno.