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9 | II Série GOPOE - Número: 008 | 18 de Novembro de 2008

Como disse também essa representação tem de ser ajustada à realidade da economia mundial em transformação acelerada. Mas deve ser absolutamente central na acção de cada diplomata e de cada agente de representação externa do País o esforço que o País tem de fazer para vender mais, para captar investimento, para captar turismo, para melhor proteger a realidade da economia do País.
Esse esforço nem sempre foi feito com a devida consequência, o devido planeamento e a devida concertação de esforços que é necessário assumir.
Vamos dar particular atenção, como temos vindo a fazer ao longo dos últimos anos, à realidade das economias emergentes, em particular Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC). Temos relações com estatuto diferenciado com Brasil, com a Rússia, com a China e a com a Índia. Temos posto muita energia e muita acção diplomática na valorização das relações com estas quatro grandes economias do mundo.
Vamos dar atenção, como temos vindo a dar, ao longo do próximo ano, às economias emergentes, sobretudo aos países que nos fornecem petróleo e gás. Temos um enorme desequilíbrio da relação comercial com os países que nos fornecem gás e petróleo e essa situação é um dos problemas estruturais da nossa balança externa, porque não vendemos praticamente para os países aos quais pagamos uma elevadíssima factura de importação de petróleo e de gás e, por isso, temos de fazer um esforço muito grande, do ponto de vista político e diplomático, para abrir frentes de mercado nessas economias. Isto passa necessariamente por um esforço muito grande de coordenação interministerial, envolvendo os ministérios que têm, hoje, uma acção de projecção dos nossos interesses económicos externos.
Temos a intenção de dar mais dinâmica ao Conselho para a Internacionalização da Economia Portuguesa, que coordene melhor os serviços dependentes de vários ministérios, mas cuja concertação é absolutamente essencial para que possamos promover com mais equilíbrio e mais ambição os nossos interesses no estrangeiro.
Srs. Deputados, excedi-me um pouco, mas estou à vossa disposição para as questões que queiram colocar.

O Sr. Presidente: — Vamos, então, iniciar a primeira ronda de perguntas, começando pelo Sr. Deputado José Cesário.

O Sr. José Cesário (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, quero, antes de mais, começar por cumprimentar-vos, dar-vos as boas-vindas a esta Comissão, particularmente à Sr.ª Secretária de Estado na sua primeira deslocação aqui e desejar que possamos ter longos e frutuosos debates, não apenas sobre a questão da integração europeia, mas também sobre a política externa.
Nunca foi nem será por iniciativa do PSD que a política externa portuguesa se transformará numa área de confronto. Entendemos mesmo que devemos ter uma política externa em que se reveja a esmagadora maioria do povo português e, por isso, o PSD deseja activamente que possamos convergir, e não divergir, em relação às questões essenciais com que estamos confrontados.
Também não deixo de salientar o facto de, mais importante do que discutir este ou aquele número, importar fundamentalmente discutir políticas e perceber exactamente quais os instrumentos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Governo pretendem desenvolver para poderem atingir os objectivos da nossa política externa que, de uma forma geral, são do nosso acordo. Exactamente por isso vamos tentar, então, centrar-nos em aspectos muito práticos, muito concretos, que têm a ver com os instrumentos postos à disposição do Governo e que têm implicações no próprio Orçamento.
Registámos o optimismo moderado do Sr. Ministro relativamente ao que diz ser um crescimento relativo do Orçamento para 2009. Não quero, porém, deixar de chamar a sua atenção — aliás, na sequência das palavras que o Sr. Ministro nos dirigiu — para o facto de haver um conjunto de compromissos (é verdade que não temos já a presidência da União Europeia) sob o ponto de vista externo, referidos por V. Ex.ª e constantes da documentação que nos foi enviada e referidos no Orçamento: a presidência da CPLP, a presidência da Conferência Ibero-Americana, a Presidência da Comunidade das Democracias, a candidatura ao Conselho de