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49 | II Série GOPOE - Número: 009 | 25 de Fevereiro de 2010

realidade que comparam com as previsões que Portugal fez sem nos deixar envergonhados. E o mesmo poderia dizer do FMI ou da União Europeia. Aí estamos entendidos, Sr. Deputado.
Depois, acho estranho que o Sr. Deputado perca uma parte dos seus 8 minutos a discutir a diferença entre 2,6 e 2,7, tendo em conta que os 2,7 são estabelecidos com base na estimativa rápida. Aliás, se o Sr. Deputado for verificar a relação entre a estimativa rápida e os dados definitivos em meia dúzia de trimestres verificará que as oscilações que se verificam entre esses dois métodos de avaliação do PIB são muitas vezes mais significativas do que a diferença entre os 2,6 e 2,7 que o Sr. Deputado transformou numa verdadeira questão fundamental.
Sr. Deputado, já referi — e parece que o Sr. Deputado não está interessado em voltar ao tema — que uma questão crucial para as estimativas do quadro macroeconómico é, de facto, o comportamento do mercado externo.
Se o Sr. Deputado for analisar a evolução que tem existido no nosso comércio externo ao longo dos meses, em que passámos de uma queda de 29% — se a memória não me falha — , no início de 2009, para um crescimento homólogo já positivo de 3,5 no final do ano, é nessa evolução, que foi sempre a tornar o sinal negativo menos forte, que está o essencial, bem como na capacidade de as nossas empresas ganharem novos mercados e também, seguramente, no facto de alguns importantes investimentos do sector exportador terem, entretanto, entrado em laboração, o que dará um impulso significativo — dispenso-me de citar alguns sectores — à procura externa dirigida à economia portuguesa e à recuperação que já se começa a fazer sentir, felizmente, no sector automóvel, como muito recentemente foi anunciado.
Comparar as variáveis macroeconómicas de 2009 com 2010 é, mesmo no caso português, comparar uma recessão de 2,7, 2,6 ou 2,8 com um crescimento de 0,7, 0,8, 0,6 ou 0,5 — pouco importa! É que há uma diferença entre uma economia que está em recessão com essa dimensão, ainda que muito inferior aos 4% da União Europeia, e uma economia que está em crescimento com um crescimento muito débil. Se isso não tem tradução em todas as varáveis da despesa, em todas as variáveis do PIB, então, é porque essas previsões, mesmo as das organizações conceituadas, estão completamente erradas.
Relativamente aos seguros de crédito, já aqui informei que estão preparados os despachos. Depois de vários contactos que tivemos com empresas do sector exportador e a que já fiz referência na discussão na generalidade, nos próximos dias, estará no terreno uma renovação dos apoios públicos à exportação por via dos seguros de crédito, nomeadamente a que é conhecida como a OCDE 2, libertando os plafonds que estão fixados em cerca de 800 mil de euros e permitindo, assim, maior eficácia do apoio público às exportações das empresas portuguesas.
O Sr. Deputado falou também dos critérios de investimento publicitário do Turismo de Portugal. Sr. Deputado, não sei! Não dou instruções e muito menos as daria retroactivamente. Mas não dou no presente e não darei no futuro instruções para a sua política publicitária ao Turismo de Portugal ou a qualquer outra organização dos Fundos e Serviços Autónomos sob minha responsabilidade.
Aquilo que sei e tanto quanto sei é que, muito recentemente, foi elaborado um estudo por uma organização representativa independente que demonstrou que não havia qualquer preferência do ponto de vista do investimento publicitário global do Estado por nenhum sector, nenhum grupo económico ou órgão de comunicação em particular. Sobre isto não tenho mais nada a dizer e também não sei em que parte do Orçamento é que o Sr. Deputado queria que essa questão fosse inserida.
Sr. Deputado Pedro Saraiva, aprecio imenso as suas referências aos marcianos, também sou um leitor de ficção científica, mas sabe que ainda hoje não conhecemos — provavelmente porque eles não existem — qual será a figura dos marcianos. Mas, se eles existissem, não tenho a certeza se seriam do governo ou da oposição.
O Sr. Deputado vem aqui fazer uma leitura dos dados escamoteando aquilo que já foi várias vezes afirmado nesta sala, em particular pelo Sr. Ministro das Finanças, no que respeita a algumas alterações de classificação contabilística, do ponto de vista orçamental, que foram feitas em rubricas que suportam as políticas públicas. Aliás, creio que seguindo até uma recomendação do Tribunal de Contas, mas esse é um aspecto que o Sr. Ministro das Finanças já explicou e explicará em maior detalhe do que eu serei capaz de fazer.