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16 | II Série GOPOE - Número: 002 | 6 de Novembro de 2010

forçadamente, a partir de interpretações completamente erróneas. E algumas vezes, infelizmente, isso tem-me acontecido com a sua bancada, Sr.ª Deputada.
A pergunta que começou por fazer resulta completamente do preconceito, não revela nenhum desentendimento sobre o que eu disse. Mas vou esclarecer outra vez, para não fique justamente qualquer mal-entendido para alimentar o vosso preconceito.
Ponto um: é ponto assente que defendemos o serviço público de televisão e de rádio e que o defendemos num quadro de gestão, no âmbito da RTP, SA.
Ponto dois: não é novidade que já no passado, através de uma empresa chamada Portugal Global — e a Sr.ª Deputada, certamente, terá recordação disto — , se procurou criar uma entidade empresarial, capaz de gerir o conjunto das participações do Estado, no âmbito do serviço público de comunicação social. E aquilo que eu aqui quis dizer (e que agora repito) foi que, se falamos de matérias que têm a ver com a reestruturação empresarial no sector público (e talvez possamos reflectir sobre se trará maior economia de meios ao sector público empresarial, no domínio da comunicação social), podemos fazer uma gestão integrada das participações do Estado nesse mesmo sector público empresarial.
Ora, o que eu não disse e que a Sr.ª Deputada, a correr, julgou ver nas minhas palavras foi que haveria qualquer intenção, directa e indirecta, clara ou encapotada — não o disse, repito! — , de transferir para o sector privado qualquer modalidade de participação do Estado na gestão integral do serviço público da televisão e da rádio. Não disse nada disto! Portanto, não quero que fique aqui a ser alimentada, na base do preconceito, digamos assim, uma ideia que seria um mal-entendido completo. Quero afastá-lo, liminarmente! Isto que fique explícito.
Repito: aquilo que admito como sentido para uma reflexão sobre a possibilidade de reestruturação seria fazermos, na lógica empresarial, uma agregação das participações do Estado no sector público empresarial, sobre se isto traria maior vantagem de racionalidade e de economia de custos, justamente neste sector. É este o ponto que considero merecer, com sensatez e sentido de responsabilidade, o debate entre todos nós, de forma aberta, pelo que não tive, eu próprio, dificuldade alguma em avançar com este tópico.
Sobre a contribuição do audiovisual, Sr.ª Deputada, não tenho muito mais a referir-lhe. É um sacrifício maior para as pessoas? É, certamente! É uma consequência desproporcional, no esforço global que é pedido para o financiamento do sector público de televisão e de rádio? Continuo a considerar que não. E, neste sentido, talvez aconselhasse a Sr.ª Deputada a não gozar sempre da oportunidade para atacar aquilo que diz defender. Se o Bloco de Esquerda diz que defende o sector público de televisão e de rádio, então, seria bom que encontrasse as razões positivas pelas quais merece ser sublinhado o esforço que tem vindo a ser feito neste domínio. Eu já aqui dei exemplos disto: a gestão operacional positiva que, de ano para ano, vem ocorrendo no âmbito da RTP, com resultados positivos, aliás, cada vez mais crescentes, que são da ordem dos 18 milhões de euros, estimados, neste ano de 2010 — e isto é algo que considero que deve ser aqui positivamente relevado; e a gestão operacional, igualmente positiva, que também a Lusa tem vindo a garantir, de ao para ano — e já aqui o sublinhei — , que podemos assumir que será igualmente positiva na gestão de 2010.
A Sr.ª Deputada diz que não faz sentido que se tenham encerrado delegações. Bem sei que houve um debate á volta desta matçria» Mas, Sr.ª Deputada, não foram encerradas delegações. Não foram encerradas delegações! Portanto, mais uma vez, estamos no domínio de uma crítica relativamente a um facto não produzido.
Por outro lado, a Sr.ª Deputada faz uma grande crítica ao desinvestimento que tem sido feito no âmbito da agência noticiosa. Ó Sr.ª Deputada, então, como se pode explicar que, nos dados já consolidados que nos permitem comparar 2009 com 2008 e que nos dizem que o perfil de 2010 não se afastará do de 2009, o número de actos que relevam da produção da Lusa tenha, de 2009 para 2008, aumentado 36%?! Sr.ª Deputada, volto a sublinhar: 36%! Este foi o aumento do número de actos de transmissão noticiosa ou informativa, através das fotos, dos conteúdos mistos do audiovisual, dos vídeos propriamente ditos, das notícias de texto, dos áudios, dos trabalhos gráficos. Sr.ª Deputada, tudo isto aumentou, globalmente, 36%, e a Sr.ª Deputada vem dizer «aqui d’el rei, desinvestimento!»!? Assim, não nos entendemos! É muito útil que possamos debater na base das ideias, e aqui ou convergimos ou divergimos; agora, debatermos na base dos factos mal tratados, sem qualquer objectividade, peço-lhe desculpa, mas não faz qualquer sentido.