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86ii SERra — NUMERO 4—RC

alemâo, vir a apreciar a constitucionalidade da assumpçAo,

por parte da Cornunidade, de determinados poderes e em

que medida ela 6 contrria ou não ao princIpio da

subsidiariedade.Ora, creio que este aspecto já está contemplado no n.° 6

do artigo 7.°, corn este sentido exacto. Independentemente

de podermos entender que ha, por pane da ComunidadeEuropeia, urn excesso na assumpçao de poderes, na poime

norizacäo de muitas directivas, nas matérias de que se

ocupa e que muitas vezes deveriam ser meihor tratadas

pelo Estado, ou ate por regiöes ou autarquias locais, a

verdade 6 que os termos em que esta consagracäo está

feita, na Constituicao portuguesa, não SAO Os termOS da

prética politica da Comunidade Europeia mas, sirn, os que

foram entendidos pelo legislador de revisão constitucional,

em Portugal.Srs. Deputados, compreendo a preocupacao que está

subjacente a proposta feita pelo CDS-PP, quandoestabelece que so por via de tratado poderá haver

assurnpção de poderes por pane da Cornunidade Europeia.

Concordo, mas entendo tambdm que o terrno 4ccon-

vencionar>>, que consta neste momento do n.° 6 do arti

go 7.°, já acautela suficientemente esta inatéria. Mais, creioque deixa inteiramente de lado e inviabilizados projectos,

que, alias,. tanto foram, e sâo, defendidos por vérios

partidos com projecçao bastante importante na Comunidade

Europeia, de ultrapassar a fase das convencoes, a fase dostratados, e entrar pela fase da ConstituiçAo europeia, que

possa ser revista por maioria, por urna qualquer assembleia,

a revelia da vontade dos povos, expressa por via dereferendo ou por via de referendo e ou das respectivas

instituiçôes parlamentares.Urn outro aspecto para o qual queria chamar a vossa

atenção, e que me parece particularmente infeiz na proposta

do CDS-PP, e o facto de transformar a expresso <

no n.° 6 do aitigo 7.°, numa expressão corn maiiisculas. Cieio

que, neste rnomento, 6 praticamente pacffico entre a doutrina

que a Unio Europeia nAo tern personalidade jurfdica. Por

alguma razäo, no Tratado da União Eumpeia, 6 afinnado

que a União funda-se nas Cornunidades Eumpeias, s.o estas

que tern personalidade juridica, a Uniäo Europeia C uma

intençao poiftica, é urn projecto, que pode, eventuahuente,

na revisão do Tratado cia União Europela, que está prevista,

vir a ter urna consagração formal, mas, neste momento, näo

a tern. Virmos escrever aqui uniao europeia* corn

rnaiiisculas, creio que 6 rnanifestamente incorrecto do ponto

vista técnico e 6 anteciparmo-nos ao que pode ser a vontade

soberana do povo portugues expressa num momento próprio.

Ern suma, compreendemos perfeitamente urn conjunto

de intencôes que säo manifestadas, em. particular pelo

Sr. Deputado Lufs Fazenda e pelo CDS-PP. Cremos, entre

tanto, que esta é nina daquelas matérias em que 6 preciso

intervir corn extrernas cautelas.Como é sabido, as nossas posicoes a respeito da revisão

constitucional de 1992 foram aThmadas corn toda a clareza

na altura própria. No entanto, no quadro presente. que está

criado, e designadamente antes da eventual revisAo do

Tratado da Uniäo Europeia, cremos que 6 preferfvel manter

o artigo tal como está, man bern interpretado. Isto 6, dando

urn contetido ao > que nâo o tome

corno mero eufemismo e tirando tod.as as ilacôes, designa

darnente da consagraçäo do princfpio da subsidiariedade e

da reciprocidade. Este exclui, por exernplo, qualquer ideia

de Europa de geometria variável>>, que coloque Portugal

num piano subaiterno, exclui qualquer ideia de urndirectOrio de grandes poténcias que afaste Portugal de umaposiçäo de igualdade. Creio que a ideia de <> e de > inviabiliza tudo isto, berncorno qualquer conternporizaçao por pane do Govemo

PortuguCs ou de outros Orgaos de soberania corn este tipo

de polItica, corn este tipo de prática ou orientação.

o Sr. Presidente (Fernando Amaral): — Tern a palavra o Sr. Deputado Pedro Roseta.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Dc

putados, corno jé fiz ha pouco uma intervenção assazlonga, you tentar ser o mais breve possivel, mas näo quero

deixar de responder a algumas das crfticas ou, em alguns

casos, rnau entendirnento de urn ou outro dos Srs.

Deputados sobre as minhas propostas.Em primeiro lugar, quero, como já fiz esta manhä — o

Sr. Deputado Lufs Amado foi urn percursor —, agradeceraos Srs. Deputados, nomeadamente ao Sr. Deputado CostaAndrade, ao Sr. Deputado Fernando Condesso e aosSrs. Deputados do Partido Socialista, em especial aos

Srs. Deputados Alberto Costa e Alberto Martins, urn pouco

menos ao Sr. Deputado Alineida Santos, a abertura quemostrararn, finalmente, em relacão a algumas das minhas

propostas.Srs. Deputados, como 6 evidente, a declaraçao inicial

que fiz foi apenas urna declaracao introdutória a toda esta

questAo dos novos direitos. NAo percebo por que razäo o

Sr. Deputado Almeida Santos se indigna corn a hipotese

de eu me poder indignar no caso de todos serem

liminarmente rejeitados por razes formais. Julgo que odireito a indignacão não é privilégio do Sr. Presidente daRepdblica, eu tarnbCm devo poder exercé-lo.

Corno disse he pouco, seria absolutarnente inacredittivel

que o direito ao desenvolvimento sustentável näo fosse

consagrado. Não you repetir o que disse, mas, efectiva

rnente, este C urn direito essencial por que Os OVOS an

seiarn e que está consagrado — nasceu, como disse, nadoutrina catdlica — nos textos internacionais.

Em resposta a algumas das referCncias que foram feitas,norneadarnente pelo Sr. Deputado João Arnaral, era o que

faltava que eu próprio, como proponente, nAo

hierarquizasse a importância que atribuo as rninhas

propostas! E evidente que pam mirn o mais importante,neste corno noutros artigos — alias, essa foi uma das

razôes que me levararn a apresentar este projecto — 6 a

questao dos novos direitos. Portanto, em rninha opiniäo, o

acrescentamento destes noyos direitos tern muito mais mais

irnportância do que o resto.Por exemplo, no que diz respeito aos direitos a resistên

cia e a insurreição, o facto de os Srs. Deputados quereremmanter o direito a insurreicão nao inibe que se acrescenteO direito a resistCncia. Assirn, tenho todo o direito dehierarquizar a importância das propostas que faço.

E evidente que os Srs. Deputados podem criticá-las daforma que entenderern, mas no podem retirar-me o direito

de hierarquizar a respectiva importencia. 0 que disse

clararnente na minha intervencao inicial foi que, para mim,

o importante. é a afirmação dos valores — da paz, da

justica e de outros que já estavarn e que ficarn ainda mais

explicitados na minha proposta — e dos direitos dos povos,

nomeadarnente dos novos direitos, porque realmente aformulacao actual era muito pobre,. dela constando sO o