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O Sr. Luís Sá (PCP): - Sr. Deputado, mas é óbvio, porque a proposta é do PCP... E, não se encontrando presente ninguém do CDS-PP...

O Sr. José Magalhães (PS): - Penso que, pelo menos, se aplica também ao CDS-PP!

O Sr. Luís Sá (PCP): - Creio que é óbvio também para todos que quando o Tratado de Roma ou o Tratado da União Europeia refere a composição do Conselho, fala de presidentes e chefes de governo e toda a gente sabe que isto significa o Presidente da República de França, esse e mais nenhum, e o resto dos chefes do governo. Portanto, os cargos estão perfeitamente limitados.
O Sr. Presidente da República, Jorge Sampaio, quando quis designar os líderes dos partidos não representados no Conselho de Estado, não teve qualquer dúvida de que era o presidente do CDS-PP e o secretário-geral do PCP. Creio que esta dúvida não existe rigorosamente para ninguém. Portanto, tenho alguma dificuldade em perceber os tropeções das hierarquias do Sr. Deputado José Magalhães.

O Sr. José Magalhães (PS): A História talvez seja mais complexa do que isso! Mas isso é um segredo de Estado!

O Sr. Luís Sá (PCP): Sr. Deputado, estamos a falar daquilo que é público, os segredos de Estado não vêm ao caso.
De qualquer modo, aquilo que lhe garanto é que, em termos estatutários, em termos dos estatutos dos partidos, que é o que interessa, que estão no Tribunal Constitucional, que é suposto, inclusive, segundo algumas propostas, terem fiscalização do Tribunal Constitucional, há competências que, nuns casos, são atribuídas aos presidentes dos partidos e, noutros casos, aos secretários-gerais. Creio é isto que interessa e nada mais.
O segundo aspecto que quero referir é o seguinte: quando o Conselho de Estado foi constituído, sem dúvida alguma que teve em conta um determinado sistema partidário. É evidente que o sistema partidário, hoje, é outro, conjunturalmente e estruturalmente é outro, que pode evoluir ou não. Creio, no entanto, que, tendo em conta critérios de operacionalidade e também de representação das principais correntes políticas, há que olhar para a situação que actualmente existe e, pura e simplesmente, saber, primeiro, se se pretende ou não que determinadas correntes estejam presentes e, segundo, como é que se pretende que estejam presentes. Isto é, condicionalmente, pela mão do Presidente da República, hoje é um e amanhã é outro, hoje tem uma opinião e amanhã tem outra, ou por garantia do próprio sistema? Esta é a questão fundamental que está aqui em causa e que creio ter de ser ponderada.
De resto, creio que o Sr. Deputado José Magalhães, certamente, não prevê uma alteração do sistema partidário daqui até à próxima revisão constitucional. Eu não prevejo qualquer alteração significativa, pelo que a proposta é para garantir ao Partido Popular e ao PCP, correntes minimamente significativas da sociedade portuguesa, uma representação no Conselho de Estado. Ou se quer ou não se quer! É tão simples como isto!

O Sr. Presidente: Sr. Deputado Luís Marques Guedes, para não prolongar desnecessariamente a discussão, quero dizer-lhe, sinceramente, que não percebi a conclusão da sua intervenção. Disse-me que estava disponível para considerar esta hipótese, não a título de acréscimo mas, sim (supus eu, ao ler nas entreditas) por substituição. Substituição de quê, Sr. Deputado? Da alínea g) ou da alínea h)?

O Sr. José Magalhães (PS): Da alínea h), aparentemente. Foi isso, aliás, que me induziu em erro, na apreciação da proposta do PCP, que afinal era a proposta…

O Sr. Guilherme Silva (PSD): Por substituição da alínea g), Sr. Presidente!

O Sr. José Magalhães (PS): Amputando o poder do Presidente da República?!

O Sr. Presidente: Não, não! Aqui trata-se de cidadãos eleitos pela Assembleia da República!

O Sr. José Magalhães (PS): Essa é a alínea h)!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - É a alínea g), referente ao Presidente da República!

O Sr. José Magalhães (PS): Essa é a alínea h)!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Os cinco cidadãos?!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Os cinco cidadãos que VV. Ex.as contemplam…

O Sr. Presidente: Essa proposta é séria?

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - … como membros de conforto do Presidente da República.

O Sr. José Magalhães (PS): Não! É que era isso…

O Sr. Presidente: O PSD está a falar a sério?!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): Pensamos que não é dignificante, independentemente de o Presidente da República poder, obviamente, decidir em sentido diverso daquele que resultar do aconselhamento geral do Conselho…

O Sr. José Magalhães (PS): Mas isso é um delírio!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): Não nos parece que faço muito sentido, num órgão desta natureza, ter os tais membros de conforto só para veicular isoladamente a posição do Presidente da República quando diversa da da maioria do Conselho. E parece-nos que, nestas circunstâncias, a ponderarmos, e é bom que se diga…

O Sr. Presidente: Posso pedir ao PSD que faça formalmente essa proposta?

O Sr. Guilherme Silva (PSD): O PSD não fez nem fará!
Mas é bom que se diga que esta proposta do PCP, se não for encarada numa ideia de substituição de alguns dos componentes actuais, vai contra um princípio nosso, que é o do alargamento e, portanto, da menor operacionalidade.