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2022

DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

vendo bolsins particulares onde se joga. O que aquella corporação ponderava era o inconveniente de que em um estabelecimento official, em uma casa que está debaixo da superintendencia do governo, e elle administra, se estivessem fazendo operações que antecipadamente se sabia que eram puramente ficticias, e pedia-se ao governo que cohibisse aquelle abuso, se isso estava dentro das suas attribuições, ou que se habilitasse com as auctorisações necessarias para esse fim. Mas, deixando este assumpto em que toquei unicamente para responder ao sr. Barros e Cunha, devo dizer que a importação de cereaes, já valiosa no primeiro trimestre d'este anno, vae em escala crescente, e a falta de recursos com que possamos occorrer ás nossas difficuldades, tudo nos aconselha, nas actuaes circumstancias a mudarmos de caminho. (Apoiados.) Eu entendo que e um bom conselho que damos ao governo, pedindo-lhe que se afasto do caminho por onde tem seguido até agora. (Apoiados.)

Eu não quero que os srs. ministros sáiam d'essas cadeiras, e eu não julgo inconveniente dizer diante do governo e da maioria, o que muitas vezes tenho dito na intimidado aos meus amigos politicos. A nossa conveniencia é que o governo permaneça n'essas cadeiras, e não será preciso

muito tempo para que elle soffra as tristes consequencias do seu desastrado systema de administrar. Basta que nos encontremos com elle na proxima sessão legislativa, e então se verá melhor o errado caminho para que tem sido arrastado em parte o sr. ministro da fazenda, por não ter a energia sufficiente para impor aos seus collegas uma outra norma de proceder, que as necessidades e as circumstancias do paiz ha muito estão indicando.

N'essa epocha lerão occasião de provar dolorosamente as consequencias do mau caminho que encetaram, (Apoiados.) e vem a proposito referir-mo a uma observação que fez o sr. presidente do conselho por occasião de um discurso que pronunciou n'esta casa ácerca da Zambezia.

Dizia s. ex.ª... «então querem lançar-nos a responsabilidade da baixa do cambio do Brazil?»

Não queremos, não senhor, porque a opposição é rasoavel, mas o que não queremos é que se lisonjeiem como sendo os unicos auctores de uma epocha de prosperidade como foi a de 1872 a 1876, quando essa prosperidade era devida ao favor das circumstancias e ao zêlo das gerencias anteriores. (Apoiados.)

Tenho concluido.

(O orador foi comprimentado por muitos srs. deputados.)