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18 Diário da Câmara dos Deputados

do a verdade é que todos nós queremos ordem, queremos trabalhar e queremos acima de tudo a dignidade e independência da nossa Pátria. (Apoiados).

Vozes: - Muito bem.

O Sr. Maurício Costa: - Sr. Presidente : vou ser breve. Ao usar de novo da palavra começo por me congratular com a Câmara pelas declarações feitas pelos oradores que me precederam e que foram todos os que têm tomado parte no debate.

Ao levantar êste incidente no Parlamento eu sabia antecipadamente que aos brados da consciência nacional justamente revoltada, viriam juntar-se os protestos desta Câmara, patenteando sem sombra de dúvida a sua repulsa perante o inqualificável assalto feito ao Grémio Lusitano.

Não posso de facto acompanhar o Sr. Cunha Lial no seu ataque violento ao Govêrno e menos nas suas insinuações de que por parte dêste haja cumplicidade da tolerância perante uma tal afronta à liberdade.

As declarações do Sr. Secretário de Estado das Finanças mostram pelo contrário que o Govêrno, longo do pactuar com os criminosos, está pelo contrário disposto a, intransigentemente, manter, como lhe cumpre por honra própria e da República, a confiança que todos nós dêste lado da Câmara nele depesitíimos. (Apoiados).

A ninguêm mais do que a mim dói profundamente o indecoroso acto cometido, ninguêm mais do que eu deseja que sôbre êle se faça completa luz, aproveitando todos os elementos do prova para o esclarecimento da verdade, entre os quais têm especial gravidade as informações do Sr. Cunha Lial, independentemente do seu ataque ao Govêrno que pela minha parte considero injusto.

Tenho pena que não esteja presente o Sr. Secretário de Estado do Interior para que mais claramente definisse a orientação do Govêrno, visto que é S. Exa. a quem mais directamente tem de intervir no assunto; estou porêm convencido de que em, S. Exa., como em todo o Govêrno, terá o Grémio Lusitano e o país um sincero auxiliar no inquérito latissimo e sem peias que se me antolha indispensável, e por cuja urgência faço votos, interpretando, como se me afigura, devidamente, o sentir desta Câmara. (Apoiados).

Assim termino, enviando para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara dos Deputados, tomando conhecimento do assalto afrontoso cometido contra a, sede do Grémio Lusitano em Lisboa, o tendo em atenção as declarações prestadas pelo Sr. Secretário de Estado das Finanças, afirma a sua repulsa pelo acto cometido e aguarda o apuramento rigoroso das responsabilidades de qualquer natureza o a punição intransigente de todos os culpados e passa à ordem do dia. - Maurício Costa.

Foi admitida e aprovada.

O Sr. João Pinheiro: - Sr. Presidente: pedi a palavra para mandar para a Mesa um projecto de Constituição.

Mando igualmente para a Mesa o seguinte

Requerimento

Requeiro que seja consultada a Câmara sôbre se aprova ou não que se imprimam e distribuam pelos Deputados o relatório e o projecto da Constituição Política, juntos. - João Henriques Pinheiro.

Tenho dito.

O Sr. Manuel Bravo: - Sr. Presidente : como faço parte dos membros da comissão revisora da Constituição, tenho a declarar a V. Exa. e à Câmara que o facto de até hoje essa comissão, na sua maioria, não ter apresentado um projecto, não provém senão de circunstâncias de ordem pessoal da parto de alguns dos seus membros.

Acontece, porem, que tendo uma parte dos membros dessa comissão elaborado um projecto que não está de acôrdo com a orientação da maioria, entendeu o Sr. João Pinheiro apresentar agora em nome dessa minoria êsse projecto.

O Sr. João Pinheiro representa, no s to momento, uma corrente, e eu julgo poder declarar à Câmara que a minha voz representa, neste momentos a corrente oposta. Nestas condições, declaro que a corrente contrária à representada pelo Sr. João Pinheiro mandou hoje imprimir o projecto da revisão da Constituição para que numa